As armas dos rivais do Brasil nas finais do Grand Prix
Brasileiras, italianas e as semifinalistas da Rio 2016 decidem, nesta semana, em Nanjing (China), o título do Grand Prix 2017. Vale lembrar que esta é a última edição do torneio com essa nomenclatura, devendo se chamar Liga Mundial feminina a partir do ano que vem. Atual campeã, a seleção dirigida pelo técnico José Roberto Guimarães luta para conquistar a competição pela 12ª vez. Segunda maior vencedora da história do certame, a equipe dos EUA tenta o heptacampeonato, ao passo que a China (campeã em 2003) e a Holanda (ganhadora em 2007) querem o segundo troféu – Sérvia e Itália buscam um feito inédito.
Num ano em que priorizou a renovação do plantel, o Brasil cumpriu uma campanha oscilante no GP: embora tenha vencido seis de seus nove compromissos, ficando na terceira posição da fase classificatória, foi só na última rodada que o time garantiu vaga nas finais. Agora, para avançar às semis, terá pela frente a equipe da casa, na quarta-feira (2), e as holandesas, na quinta (3), sempre a partir das 8h30 da manhã, pelo horário de Brasília e com transmissão da TV Globo e do SporTV. Parada dura para a seleção logo na estreia.
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Pré-classificada à fase decisiva por ser anfitriã da disputa, a China – que, ainda por cima, atuou em seus domínios em todas as etapas do torneio – teve performance modesta nesta edição do Grand Prix, com cinco vitórias e quatro derrotas, 17 sets pró e 19 contra. Esses números, porém, não servem para tirar da equipe a condição de uma das favoritas ao título.
Sem precisar olhar para a tabela para progredir na competição, as atuais campeãs olímpicas – que, sequer, inscreveram no GP algumas titulares da campanha da Rio 2016, como a levantadora Qiuyeu Wei e a ponta Ruoqi Hui – aproveitaram para dar rodagem ao elenco. A China se deu o luxo, inclusive, de manter a craque do time, a ponta Ting Zhu, mais tempo no banco de reservas do que em quadra.
Por isso, não surpreende o fato de não haver grandes destaques da equipe nas estatísticas da FIVB. As exceções são a própria Zhu, que figura como terceira atacante mais eficiente do campeonato (embora tenha sido apenas a 17ª maior anotadora da fase classificatória), e a central Xinyue Yuan, quinta maior bloqueadora.
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Já a Holanda, quarto lugar na fase de classificação, deve ter muita dificuldade em Nanjing. Assim como o Brasil, o time venceu seis partidas, perdeu três e só conquistou a vaga no último jogo. Por outro lado, as seis vitórias foram contra adversários que não passaram às finais, ao passo que dois dos reveses foram diante de norte-americanas e brasileiras – ambos por 3 a 1.
A segunda adversária da seleção brasileira nas finais manteve a base do último ciclo olímpico. Por conta do desfalque da oposta Lonneke Slötjes, contundida, as quartas colocadas na Rio 2016 têm atuado com a ponteira Celeste Plak na saída de rede. Apesar do improviso, a atacante não tem decepcionado: foi a maior pontuadora da equipe e terceira no geral.
Outro destaque do time nos números da FIVB tem sido a levantadora Laura Dijkema. Segunda melhor em sua posição, ela é a armadora mais bem ranqueada a chegar à semana decisiva do Grand Prix, já que a tailandesa Nootsara Tomkom ficou pelo caminho.
Outro grupo
Sérvia, EUA e Itália compõem a outra chave das finais. Esse grupo tem nas sérvias as principais favoritas à primeira posição.
Comandada pela ponteira Brankica Mihajovic, maior anotadora do GP, e com a oposta Tijana Boskovic voltando à titularidade da equipe na última semana da fase classificatória, a Sérvia, dona da melhor campanha do torneio, venceu sete partidas e perdeu duas – uma para o Brasil, outra, quando já classificada, para o Japão, que brigava para chegar às finais.
As vice-campeãs olímpicas, inclusive, fecharam a partição na primeira fase batendo as chinesas por 3 a 1, num jogo em que Boskovic também venceu o duelo particular com Zhu, com 22 pontos anotados contra 18.
A estreia das sérvias nas finais será contra as norte-americanas, que disputam o Grand Prix com um time B. Com a oposta Kelly Murphy com maior pontuadora do time, a equipe estadunidense tem no fundo de quadra seus principais destaques estatísticos: as pontas Michelle Bartsch e Madison Kingdon foram, respectivamente, terceira e quarta melhores passadoras da fase classificatória, enquanto a líbero Justine Wong, a quarta maior defensora.
Os EUA terminaram a primeira fase na segunda posição, com seis vitórias e três derrotas. A campanha é similar à da Itália, que ficou em quinto graças ao desempate pelo critério de pontos obtidos.
Na sequência de um processo de renovação que começou nos últimos anos, a seleção italiana tem atuado com jogadoras jovens, mas já conhecidas do público do vôlei, como as centrais Raphaela Folie e Cristina Chirichella, a ponta Miryam Sylla e, sobretudo, a oposta Paola Egonu.
Segunda maior anotadora do GP, Egonu liderou as estatísticas de dois fundamentos na fase classificatória: foi a maior sacadora da competição e também a atacante com melhor aproveitamento. Independentemente do sucesso da seleção da Itália em Nanjing, ela desponta como forte candidata ao prêmio de melhor atacante da competição – e com apenas 18 anos de idade.
Com campanhas tão parecidas e uma vitória para cada lado nos confrontos diretos até aqui, EUA e Itália, que se enfrentam na quinta-feira, às 4h, devem fazer um bom duelo para ver quem acompanha a Sérvia nas semifinais.
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