Reforço do Vôlei Nestlé, Fabíola lembra sacrifício para estar na Rio 2016: “Não me arrependo de nada”
Se disputar uma Olimpíada já demanda sacrifício de quem está em plena condição física, imagine o esforço exigido de uma mulher que deu à luz há pouco tempo. Há um ano, a levantadora Fabíola de Souza estava tentando justamente superar essa barreira, pois ganhou um voto de confiança do técnico José Roberto Guimarães para defender a seleção brasileira nos Jogos do Rio de Janeiro mesmo tendo parido sua segunda filha, Annah Vitória, em 19 de maio de 2016.
Mas será que tanto esforço valeu a pena? Afinal, Fabíola acabou sendo reserva durante toda a competição e o Brasil ainda foi precocemente eliminado nas quartas de final – partida na qual, aliás, a levantadora não foi colocada em quadra em nenhum momento dos cinco sets realizados. "Tudo foi válido, eu não me arrependo de nada", assegurou a atleta, em entrevista exclusiva ao Saída de Rede. "(Aquela derrota) foi dolorida demais, pois não era só o fato de eu jogar. Eu queria uma medalha", complementou.
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Questionada se acredita que poderia ter mudado o fatídico duelo contra a China de alguma forma, Fabíola se mostrou resignada: "Ficamos ali no banco esperando a chance de entrar e ajudar a equipe, mas às vezes você é chamada e às vezes não".
E olha que o desafio pelo qual Fabíola passou para estar no Rio de Janeiro não foi fácil: além da na corrida contra o relógio para perder os 20 kg que ganhou ao longo da gravidez, ela ainda sofreu com a retenção de líquidos e o desafio de estar com uma recém-nascida em casa. "Foi tudo muito intenso, pois ao mesmo tempo em que curti cada segundo da minha gestação, que era a concretização de meu sonho de ter um segundo filho, tinha que focar no trabalho para jogar uma Olimpíada. É muita coisa em pouco tempo, ainda mais porque o primeiro mês da criança é o mais cansativo pra mãe. Mas fiquei feliz comigo mesma, achei que não conseguiria voltar", admitiu.
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A opinião de Fabíola não era um mero palpite. Afinal, há dez anos ela passou por situação semelhante com o nascimento de sua primogênita, Andressa. "No caso dela, também voltei a jogar em um mês, mas eu tinha 23 anos e era pra jogar uma Superliga, não uma Olimpíada", ponderou a levantadora. "Mas toda essa situação mostrou minha força", comemorou.
Volta ao Brasil
Foi justamente as filhas que fizeram Fabíola mudar o foco na carreira: depois de três temporadas atuando no exterior, na Rússia (Dínamo Krasnodar) e na Suíça (Volero Zurich), ela fechou com o Vôlei Nestlé para disputar a temporada 2017/2018 do vôlei brasileiro.
"Minha nenê ainda é muito pequenininha e queria que meus pais pudessem acompanhar o crescimento dela. Senti necessidade de estar perto da minha família", destacou a armadora, que faz uma boa avaliação do período em que jogou fora do país. "Conquistei muita coisa na Rússia, que tem um voleibol com um estilo totalmente diferente do Brasil. Já o Campeonato Suíço não é tão forte, mas pude jogar a Champions League e enfrentar grandes jogadoras do mundo inteiro. Isso foi bastante válido", analisou.
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Ainda se recuperando de uma grave lesão no joelho direito, que a obrigou a fazer uma artroscopia no fim de março, Fabíola tem focado mais a parte física, com pouquíssimos e restritos trabalhos com bola. Ela, porém, já consegue fazer uma projeção para a próxima Superliga: "Essa próxima edição será muito difícil devido ao equilíbrio existente entre as equipes. Abriu-se um leque depois da mudança no ranking e hoje é difícil falar quem é o favorito, quem vai chegar".
E a seleção brasileira, será que ainda faz parte dos planos da levantadora de 34 anos? Apesar de ressaltar que tudo vai depender de seu rendimento com a camisa do Vôlei Nestlé, ela indica que sua história com o time nacional ainda não acabou: "No momento meu foco é a recuperação do joelho e minha bebê, mas futuramente quero voltar sim. Eu gosto de jogar pela seleção".
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