Aos 34, Leandro Vissotto se inspira em Evandro para voltar à seleção brasileira
Não se engane com os 34 anos completados no fim de abril. Muito menos com a concorrência de Wallace, Evandro e Renan Buiatti, que vivem ótima fase: o oposto Leandro Vissotto quer voltar a defender a seleção brasileira masculina de vôlei. Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, o jogador de 2,12 m falou das recentes temporadas e dos planos para o futuro.
Ao ser questionado se gostaria de receber uma chance de Renan Dal Zotto, Vissotto foi rápido: "Sem dúvida! O número da idade não representa muita coisa. A longevidade do atleta hoje é muito maior do que foi no passado". O atacante admite, inclusive, se inspirar em um de seus principais rivais na disputa por um lugar na seleção. "O próprio Evandro está lá com 36. Eu até me espelho nisso. A oportunidade independente da idade, é preciso ver a condição técnica e física", afirmou.
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Condições que Vissotto garante estarem em dia depois de uma temporada na qual defendeu o Al Arabi, do Catar, e o Monza, que chegou às quartas de final do Campeonato Italiano, onde o jogador também rompeu a barreira dos dois mil pontos construída ao longo de outras cinco temporadas no país europeu. "Essa nova oportunidade na Itália foi excelente. Cresci demais lá no Monza", garantiu.
A atual felicidade do próprio desempenho contrasta com o sentimento de Vissotto há apenas um ano, quando não foi lembrado pelo então técnico Bernardinho para as disputas da Liga Mundial e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
"Confesso que foi o momento mais difícil da minha carreira. Era um sonho que não aconteceu e ficou um sentimento amargo, pois queria também fazer parte do time que ganhou o ouro. Como brasileiro, fiquei feliz por eles terem conquistado a medalha, mas não vou ser hipócrita de dizer que foi fácil", destacou o atleta, que garante ter crescido como pessoa e como jogador graças à experiência negativa.
E o tamanho da concorrência por uma vaga na seleção? Nenhum problema, segundo Vissotto. "O leque de jogadores que o Brasil tem é muito grande e é isso que possibilita estar sempre no topo", minimizou o carioca.
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Volta ao voleibol brasileiro
Apesar de a informação ainda não ter sido oficialmente confirmada por nenhuma das partes, Vissotto deve jogar a próxima Superliga defendendo as cores da equipe de Campinas. Ao SdR, porém, o jogador limitou-se a dizer que realmente existe a possibilidade de atuar em um clube nacional e que a questão motivacional era o fator que mais levaria em conta ao escolher seu próximo clube.
"Estou com muita disposição para ganhar campeonatos e chegar no topo, como aconteceu em praticamente todos os lugares que eu joguei, como a Rússia, a Itália, o próprio Brasil, o Japão, o Catar…. O objetivo será sempre chegar o mais alto possível", afirmou o atleta, campeão mundial em 2010 e prata olímpica com seleção brasileira em 2012.
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A oportunidade de ter jogado em tantos países diferentes, aliás, rendeu frutos interessantes para as filhas do atleta, Catharina, de seis anos, e Victória, de três. "A experiência de vida, de viver com outras culturas, é imensurável. Nem a melhor educação do mundo seria melhor que essa experiência que o voleibol proporcionou a elas. Na salinha de aula da mais velha no Catar, cada criança que levantava a mão era de um país diferente. Hoje, ela fala inglês e italiano fluentemente", orgulha-se o jogador.
Filho caçula de uma família que também tem outras duas mulheres, o oposto diz não ter problemas com o universo feminino que voltou a se instalar na sua vida após a chegada das duas meninas. "Não passo aperto, não: brinco com elas mesmo, deixo me fazerem unha, cabelo…", conta, aos risos. Aliás, dar a oportunidade de Catharina e Victória vê-lo com a camisa amarela é a maior motivação para o atacante querer voltar à seleção: "Seria muito bacana que elas tenham essa memória do pai representando o Brasil".
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