Ricardinho vai contra a corrente: "O Brasil ainda necessita de ranking"
Em meio a uma campanha aberta dos principais jogadores e jogadoras do país pelo fim do ranqueamento da Superliga, que começa a acontecer até por vias judiciais, ele é uma exceção. Mas, conciliando as atividades de dirigente do Copel Telecom Maringá com a função de levantador, Ricardinho defende a manutenção da regra que limita as contratações, recentemente renovada pelos próprios clubes em votação na CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) pelo apertado placar de 6 votos a 5.
Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, um dos maiores jogadores de vôlei da história explicou o seu posicionamento. "O Brasil ainda necessita de ranqueamento, pois existe uma diferença muito grande entre Sesi, Funvic Taubaté, Sada Cruzeiro e os outros. Isso poderia abrir uma distância maior ainda", acredita.
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Para ele, a extinção das regras para montagem do elenco só será possível quando a maior parte das equipes da Superliga tiver condições econômicas de, ao menos, fazerem boas movimentações no mercado. "Um time como o Maringá, por exemplo, ainda não tem cacife para trazer um atleta de nível mais alto", afirmou o levantador/dirigente, relatando que, nos últimos dois anos, perdeu 40% do orçamento que dispunha por conta da crise econômica.
Ricardinho também usa o exemplo de jovens talentos que se destacam no torneio atuando por equipes que não são favoritas para embasar seu argumento. "Nos tirariam esses garotos para ter uma margem de troca: um atleta que poderia estar no meu time, iria pra um dos grandes porque o salário ou nome lá é maior, mas ficaria no banco ou nem estaria entre os 12 convocados para um jogo", analisou, ressaltando que isso poderia até mesmo afetar a formação de futuras gerações do voleibol brasileiro. "Aí, esse cara não joga. Isso prejudicaria todo o processo. Já numa equipe média para pequena, como a minha, ele joga", complementou.
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Temporada abaixo do esperado
A atual temporada foi mais um exemplo para Ricardinho de como é difícil manter uma equipe de vôlei no Brasil: além da já citada crise econômica, Maringá sofreu com uma série de lesões que derrubaram o desempenho do time em quadra. Resultado: décimo lugar entre os 12 participantes (seis vitórias e 16 derrotas) e a ausência no mata-mata pela segunda vez consecutiva.
"Foi abaixo do esperado, sem dúvida. O nosso objetivo eram os playoffs", admite o levantador. "Particularmente, eu fico triste, pois não era uma equipe pra chegar onde chegou. No último jogo aqui contra Montes Claros (vitória por 3 a 1), ficou bem claro o que a equipe veio pra fazer. Foram N motivos que levaram a essa campanha, mas, se não tivesse dado liga como muita gente acha, não teríamos essa última atuação como tivemos", analisa.
Engana-se quem pensa que o dirigente está parado. Desde o fim da fase classificatória, há cerca de 20 dias, ele tem cumprido compromissos assumidos com a Copel Telecom, além de já montar o planejamento da próxima Superliga. "O projeto continua e vamos tentar melhorar a estrutura ainda mais, além de reforçar a equipe em termos de patrocinadores", destaca.
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Fôlego para seguir jogando aos 41
Ricardinho diz que, devido ao fato de a Superliga ainda estar acontecendo, o mercado de contratações encontra-se parado no momento. Porém, um nome já é certo no Maringá em 2017/2018: o dele próprio. Aos 41 anos, o levantador nem cogita a ideia de aposentadoria das quadras.
"Dentro da quadra é onde eu quero ficar por um bom tempo, aumentando o número de jogos", garantiu o jogador, que nesta edição sofreu com uma lesão na panturrilha da perna esquerda que o tirou dos jogos entre a metade final de novembro e dezembro. "Agora, estou 100% e focado em manter a parte física pra começar a temporada bem. Acho que ainda tenho nível pra jogar na Superliga", avaliou.
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