Desfalcado de Alix, ataque do Praia vai bem com Ellen
Às portas do Campeonato Sul-Americano (que será disputado entre os dias 14 e 18 deste mês, em Uberaba e Uberlândia), o Dentil/Praia Clube segue em busca de seu melhor voleibol na temporada. O time parece ter ainda mais problemas com o passe nesta Superliga do que na anterior e ainda vê suas principais atacantes das pontas sofrerem com lesões – dores nas costas tiraram Ramirez da partida de terça-feira, contra o Rio do Sul, e uma luxação no dedo mínimo da mão direita impediu Alix Klineman de entrar em quadra nesta semana (ela já havia perdido boa parte do primeiro turno por uma contusão no dedo anelar da mesma mão).
Contudo, na noite da sexta-feira, no ginásio Henrique Villaboin, em São Paulo, o sexteto de Uberlândia – com Ramirez e sem Alix – bateu o Pinheiros por 3 sets a 0 (25-23, 25-18, 25-23). Se por acaso, em algum momento da partida, o time visitante chegou a sentir falta da ponteira norte-americana, não foi por causa atuação de Ellen, sua substituta.
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Antes de qualquer dado estatístico, é preciso ressalvar que os dois compromissos do Praia nesta semana não foram contra equipes do primeiro escalão do voleibol nacional. Dito isso, registre-se que tanto contra o Rio do Sul quanto diante do Pinheiros, Ellen foi a maior anotadora do time e, mais importante, sempre com alto aproveitamento no ataque – 57% em Santa Catarina, 54% em São Paulo. No duelo dessa sexta, ela ganhou o VivaVôlei, prêmio já havia ganho no primeiro turno, na vitória mais importante da equipe até aqui na competição – 3 a 2 sobre o Vôlei Nestlé.
Aí, quando Klineman se recuperar da nova lesão e puder voltar ao time, Ellen deve sair, é a substituição natural. E é quando eu pergunto: como se comportaria o Dentil/Praia Clube, se as duas jogassem juntas?
Já em condições normais, a linha de passe da equipe, que muitas vezes conta até com a oposta Ramirez, costuma sofrer bastante com o saque adversário. Assim, num teste ou numa emergência, admitindo que Claudinha nem sempre vá conseguir trabalhar com a primeira bola, não seria interessante observar ou pôr em prática um esquema tático que priorize o ataque pelas extremidades da rede?
É claro que a equipe não vai desprezar o poderio ofensivo das centrais Fabiana e Walewska, nem falo necessariamente numa mudança no time titular do Praia. Contudo, faria mal testar (TESTAR) um esquema diferente?
PINHEIROS
Por outro lado, ficou claro que o Pinheiros sentiu o peso do adversário que enfrentou: muitas vezes, na afobação para quebrar o passe mineiro, a equipe cometeu erros de saque em momentos cruciais, o que facilitou o trabalho do Praia.
Na primeira parcial, nas vezes em que teve o passe na mão, a levantadora Ananda conseguiu algumas boas combinações com a central Milka, mas sua tônica na partida foi acionar a oposta Bárbara e a ponteira Vanessa Janke – juntas, elas cortaram 58 das 109 bolas atacadas pela equipe, mas só fizeram 15 dos 35 pontos do time nesse fundamento.
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No segundo set, o time disputou e perdeu um jogo de gato e rato: sempre que o Praia abria boa diferença (e começou a parcial com 7 a 1), o Pinheiros se aproximava, encostava, mas cometia algum erro no saque ou no ataque e acabava tendo de correr atrás novamente.
O terceiro set estava encaminhado para equipe anfitriã, que fez muitas modificações na escalação e abriu 11 a 4 no marcador, mas seu jogo voltou a ficar previsível e esbarrou no bloqueio rival – quesito em que as mineiras obtiveram em toda a partida 15 pontos contra 9.
A esta altura da competição, com margem de sete pontos contra o Rio do Sul, nono colocado, e ainda com um jogo a mais do que as catarinenses para disputar, as paulistanas têm motivo para ficar tranquilas em relação à classificação para os playoffs – mérito de quem, no returno, já venceu tie breaks contra Terracap/BRB/Brasília e Vôlei Nestlé.
Contudo, a oitava posição que ocupam atualmente as deixa em rota de colisão com o líder Rexona-Sesc nas quartas de final. Tirar o sétimo lugar do Fluminense, que está apenas dois pontos adiante, para fugir de um complicado duelo na próxima fase deve ser a maior motivação do Pinheiros nesta reta final de fase classificatória.
OUTROS JOGOS
Em Manaus, o Rexona-Sesc sofreu, mas venceu o São Cristóvão Saúde/São Caetano por 3 sets a 2 (25-14, 18-25, 23-25, 25-18, 15-9). Com quase 6 mil espectadores, a partida teve o maior público desta Superliga feminina. As cariocas ganharam dois dos três pontos em disputa e mantêm boa vantagem sobre as segundas colocadas – 45 pontos contra 40 do Praia, que jogou uma partida a mais. A ponteira Gabi ganhou o VivaVôlei e, numa atitude inusitada, deu o troféu à oposta rival Edinara, que assinalou nada menos que 28 pontos no confronto – alguém repassar o prêmio a um companheiro de equipe não é novidade, mas a um adversário, talvez tenha sido o primeiro caso.
O Vôlei Nestlé, em Santa Catarina, bateu o Rio do Sul por 3 a 0 (25-21, 25-17, 25-18) e continua em terceiro. O detalhe é que tem dois jogos e três pontos a menos que o representante de Uberlândia, o indica que o time de Osasco, em breve, poderá voltar à vice-liderança.
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Completando a noite de sexta-feira, o Camponesa/Minas venceu pela quinta vez seguida na Superliga, impondo ao Sesi, em Santo André, um 3 a 0 (25-15, 25-16, 25-19). E o Genter Vôlei Bauru, em casa, depois de quatro derrotas consecutivas, reencontrou a vitória num 3 a 1 sobre o Renata Valinhos/Country, lanterna do campeonato, em parciais de 25-17, 23-25, 25-19, 25-16.
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