Em ótima fase, Tandara diz que corte olímpico e filha a amadureceram
Se a situação está difícil, a bola vai pra ela. Ainda que machucada, como na partida contra o Dentil/Praia Clube, Tandara tem sido a bola de segurança do Vôlei Nestlé na atual Superliga feminina de vôlei. Com 30,61% de aproveitamento nas cortadas, ela é a atacante mais eficiente da competição até o momento e acredita que pode ir além, firmando-se como uma das líderes da seleção brasileira no ciclo olímpico rumo a Tóquio 2020.
A seleção, aliás, é um dos fatores que impulsionam Tandara nesta excelente fase. Mas não somente de uma maneira positiva: a atacante foi uma das jogadoras cortadas na reta final da preparação para a Olimpíada do Rio. Insatisfeito com o desempenho dela, o técnico José Roberto Guimarães optou por jogar a competição sem uma reserva imediata para a oposta Sheilla, posição que seria naturalmente ocupada pela polivalente atleta, que joga como ponteira no clube. "A gente apanha para entender e crescer. Acredito que isso tenha acontecido comigo", comentou Tandara, ao refletir sobre o segundo semestre de 2016 em entrevista exclusiva para o Saída de Rede. "Levo meu corte da Olimpíada como crescimento e entendimento", destacou.
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Mas não foi só o baque profissional que mexeu com Tandara. Com um ano e quatro meses, a pequena Maria Clara, fruto do relacionamento dela com o também jogador Cleber de Oliveira, também mudou a maneira de pensar da atleta. "Ela é sensacional. Dorme a noite inteira, mas quando eu acordo e estou de mau humor, me acalma, assim como quando eu chego estressada do treino. Minha filha está tendo um papel fundamental na minha carreira neste momento", afirmou.
Isso tudo se reflete em quadra. Mesmo com um investimento menor nesta temporada, o Vôlei Nestlé vem conseguindo manter os bons resultados e ocupa atualmente a segunda colocação na tabela da Superliga feminina de vôlei. "A cada dia estamos nos juntando mais e acredito que isso seja o resultado de todo o nosso trabalho diário, de nosso sofrimento, de nossas derrotas…", analisou a jogadora.
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Esforçando-se para perder os 2 kg que ganhou na pausa de fim de ano, Tandara manda um recado otimista para a torcida osasquense. "Acredito que ainda há muito mais para crescimento. Mesmo a cada derrota, a gente cresce. Estamos entendendo que hoje o Vôlei Nestlé não é mais um time imbatível como antes. Reformulou-se, mudou a cara do time… Não somos mais o clube "obrigado" a ganhar todos os jogos, mas estamos tentando fazer o melhor. Estamos determinadas e cada vez mais raçudas", garantiu.
Segundo filho?
Se Dani Lins e Camila Brait não devem dar ouvidos ao pedido de José Roberto Guimarães para que as jogadoras selecionáveis não engravidem neste início de ciclo olímpico, Tandara é exceção. É que, ao menos a médio prazo, a jogadora não pretende dar um irmão ou irmã para Maria Clara.
"Calma, isso ainda vai levar um tempinho!", brincou a jogadora, ao ser questionada sobre o tema. "A Maria Clara veio antes do esperado, mas o próximo vou planejar direitinho para que venha no melhor período, em minha melhor situação financeira. Aprendi com a Maria Clara que não é simplesmente ter um filho, é ter uma base. No próximo, quero ter uma base muito maior", explicou.
O foco, agora, é justamente usar a Superliga como trampolim para voltar à seleção. "Estou buscando o meu melhor física e psicologicamente, a cada dia estou crescendo. Meu pensamento no momento é o Vôlei Nestlé, pois, para eu estar lá na seleção, preciso estar bem aqui também", encerrou.
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