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Saída de Rede

Rodada de abertura da Superliga não traz grandes surpresas

João Batista Junior

02/11/2016 12h00

Vôlei Nestlé venceu as duas partidas que disputou na Superliga (foto: João Neto/Fotojump)

Vôlei Nestlé venceu as duas partidas que disputou na Superliga (foto: João Neto/Fotojump)

A vitória do Rexona-Sesc sobre o Fluminense por 3 sets a 0 (25-21, 25-19, 25-17), na noite da terça-feira, no Ginásio do Clube Hebraica, no Rio, fechou a primeira rodada da Superliga feminina. O dia teve ainda uma vitória por 3 a 0 (25-20, 28-26, 25-18) do Vôlei Nestlé sobre o Rio do Sul, em Osasco, num jogo antecipado da quarta rodada – aparentemente por razões logísticas, já que as catarinenses jogaram domingo em Santo André e jogarão sexta, no Rio, contra o Fluminense.

No masculino, foram disputados cinco dos seis jogos da rodada inaugural. Falta ainda o confronto entre São Bernardo e Sada Cruzeiro, que ficou para o dia 17 deste mês – a folga dos mineiros se deveu ao fato de que o time disputou o Mundial de Clubes na semana retrasada e a Supercopa no último sábado.

Veja um resumo das primeiras partidas da temporada 2016/17 da Superliga.

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Paranaenses zerados, gaúchos vencidos
Nenhum dos jogos até aqui, seja no masculino, seja no feminino, precisou de cinco sets para conhecer o vencedor. Na competição dos homens, apenas duas partidas terminaram em sets diretos. Por coincidência, em duelos envolvendo as equipes paranaenses.

Sesi venceu Maringá fora de casa diante de um bom público (CBV)

Sesi venceu Maringá fora de casa diante de um bom público (CBV)

Salvo do rebaixamento para a Superliga B graças à desistência do São José e à crise financeira da Voleisul/Paquetá, a Copel Telecom Maringá estreou em casa contra o Sesi. Mesmo com o apoio de 4,4 mil espectadores, o melhor público da rodada, o sexteto paranaense, que tem como levantador, capitão e presidente o campeão olímpico de 2004 Ricardinho, não conseguiu parar a equipe paulista.

Com o ponteiro Fábio no lugar de Douglas Souza, que se recupera de uma lesão e atuou apenas em parte do segundo set, o Sesi teve uma sólida apresentação dos centrais Lucão e Aracaju e mostrou por que é candidato ao título.

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Já o novato Caramuru Vôlei/Castro, que venceu a divisão de acesso na temporada passada, estreou também em casa contra o Taubaté Funvic e até conseguiu equilibrar as ações, mas foi suplantado pelos bloqueadores visitantes. Com 13 pontos no fundamento, os tricampeões paulistas atingiram a média de 4,33 pontos de bloqueio por set, a melhor da competição masculina nesse quesito.

Na mesma toada, a situação das equipes gaúchas não foi muito melhor do que a das paranaenses. Jogando em Minas Gerais, o Lebes/Gedore/Canoas perdeu por 3-1 para Montes Claros: se o central do Canoas Maicon Leite foi o maior bloqueador da primeira rodada, com seis anotações, o time da casa teve 20 pontos do ponteiro Bob Dvoranen, o quinto melhor atacante e o quarto melhor passador da rodada de abertura.

Minas comemora contra Bento Vôlei (Orlando Bento)

Minas comemora contra Bento Vôlei (Orlando Bento)

O Bento Vôlei/Isabela, em Belo Horizonte, até saiu na frente, mas tomou a virada do Minas Tênis Clube. Os atacantes de entrada de rede do sexteto minastenista tiveram boa atuação: Thiago Vanole assinalou 19 pontos e Tiago Mão, com 16 pontos, foi o melhor defensor da rodada.

A outra partida envolveu o visitante Brasil Kirin, vice-campeão da temporada passada, e o JF Vôlei, lanterna do último campeonato, que só escapou do rebaixamento por conta da seletiva. Num duelo de jogadores da saída de rede – Rivaldo, pelos paulistas, e Renan, pelos mineiros – prevaleceu a equipe que cometeu menos erros: o time da casa errou 30 vezes contra 17 dos rivais.

Sem problema para as favoritas
As três equipes que devem lutar pelo título no feminino – Rexona, Praia e Nestlé – largaram com três pontos na competição.

Rexona-Sesc comemora contra Fluminense (Alexandre Loureiro/CBV)

Rexona-Sesc comemora contra Fluminense (Alexandre Loureiro/CBV)

Incumbido de recepcionar o Fluminense, há muito ausente da elite do vôlei nacional, o Rexona-Sesc teve alguma dificuldade no início da partida, mas, sem afobação, conseguiu se impor em sets diretos. Se do lado tricolor havia jogadoras experientes, como a oposta Renatinha e as ponteiras Sassá e Ju Costa, as atuais campeãs brasileiras contaram com uma atuação segura de Monique, com 54% de aproveitamento no ataque, e de Gabi, a mais visada pelo saque adversário, escolhida melhor jogadora em quadra.

O Dentil/Praia Clube foi ao interior de São Paulo e encontrou muita resistência do Renata Valinhos/Country, que vendeu caro a derrota por 3 a 1. O time da casa concedeu menos pontos em erros (25 a 22) e teve a maior pontuadora do jogo – a oposta Fran Lemos, com 19 acertos. Mas do outro lado da rede havia um elenco com mais recursos técnicos, centrais que, somadas, anotaram 25 pontos (14 para Walewska, 11 para Fabiana) e uma ponteira, a norte-americana Alix Klineman, que terminou como quarta melhor atacante da rodada, com 17 anotações na partida.

Pelo Vôlei Nestlé, duas partidas em casa e duas vitórias de três pontos. Primeiro, o time de Osasco recebeu o São Cristóvão Saúde/São Caetano e venceu por 3-1, com a ponteira Gabi entrando no lugar de Tandara no segundo set para ser a maior pontuadora do time, com 14 acertos – Fernanda Tomé, com 20 pontos, e Angélica, com 19, foram as maiores anotadoras do São Caetano.

Depois, no jogo adiantado da quarta rodada, a equipe sofreu 17 pontos da oposta Natiele, do Rio do Sul, mas respondeu com 12 pontos de Tandara, de Bia e da sérvia Malesevic.

No confronto que prometia mais equilíbrio na rodada, já que são duas equipes que devem lutar por uma hipotética vaga nas semifinais, o Genter Bauru, das dominicanas Brenda Castillo e Prisilla Rivera, contou 23 pontos da ponteira Thaisinha para bater o Camponesa/Minas, que ainda não conta com a norte-americana Hooker, por 3 sets a 1.

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Se, no masculino, as equipes do sul do Brasil ainda não marcaram nenhum ponto na tabela, a única representante da região na competição das mulheres, o Rio do Sul, de Santa Catarina, não tem do que reclamar. A equipe sofreu uma derrota esperada em Osasco, mas obteve, por outro lado, um importante triunfo em Santo André.

Bloqueio fez a diferença para o Rio do Sul contra Sesi (Raphael Amoroso/Fiesp)

Bloqueio fez a diferença para o Rio do Sul contra Sesi (Raphael Amoroso/Fiesp)

Diante da jovem equipe do Sesi, as catarinenses largaram com uma vitória de virada por 3 a 1. O antídoto contra a oposta Lorenne, que assinalou 21 pontos, foi um bom saque flutuante para desestabilizar o passe paulista e um bloqueio que marcou 18 pontos no jogo – sete dos quais assinalados pela meio de rede Camila Paracatu.

Outra vitória notável obtida em São Paulo por um time visitante foi a que o Terracap/BRB/Brasília conquistou contra o Pinheiros. Num jogo em que os dois sextetos terminaram como as duas melhores linhas de passe da rodada, de acordo com as estatísticas da CBV, as vice-campeãs paulistas foram surpreendidas pelas brasilienses com um 3-0.

Enquanto a oposta Bárbara, com 18 pontos, foi a única jogadora do Pinheiros com dois dígitos na partida, a central Roberta obteve 20 acertos e as ponteiras Amanda, 11, e a bicampeã olímpica Paula Pequeno, dez.

A segunda rodada da Superliga começa nesta quinta-feira e vai até o sábado, com cinco partidas transmitidas ao vivo – três do naipe masculino, duas do feminino, Clique aqui para ver a programação desta rodada no campeonato dos homens e veja aqui a tabela da segunda jornada para as mulheres.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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