Suspense sobre permanência de Bernardinho e Zé Roberto acaba esta semana
Até o final desta semana o torcedor saberá se Bernardinho e José Roberto Guimarães seguem em seus cargos, segundo a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Na hipótese de mudança em qualquer um ou em ambos os postos, ficaria a dúvida sobre os possíveis substitutos. Quem poderia suceder a esses técnicos que escreveram seus nomes na história do voleibol mundial?
Logo após a partida amistosa entre Brasil e Portugal deste domingo (4), em Brasília, Renan Dal Zotto, diretor de seleções da CBV, disse que a entidade quer manter os dois e aguarda uma resposta dos treinadores sobre a continuidade no cargo. "Nós queremos que os dois fiquem, agora está nas mãos deles", comentou o diretor, integrante da geração de prata nos anos 1980. Renan também afirmou que a decisão sai esta semana.
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Os caminhos que levam a decisões como a escolha de um técnico para uma seleção quase sempre passam por aspectos políticos e muitas vezes surpreendentes, seja aqui no Brasil ou lá fora.
Surpresa e glórias
Causou surpresa no início de 1994, por exemplo, a escolha do então jovem Bernardo Rezende, 34 anos à época, apenas com uma breve passagem pela liga italiana, para dirigir a seleção brasileira feminina. Os feitos no comando da equipe, que passou a integrar a elite mundial, não foram poucos. Dali, foi para o time masculino em 2001, no qual vem colecionando títulos e medalhas como nenhum outro na modalidade – foram 39 pódios em 42 torneios.
No ciclo 1989-1992 a seleção masculina teve três treinadores. Foi para apagar um incêndio, após a saída de Josenildo Carvalho, que José Roberto Guimarães, então com 37 anos, assumiu o leme, menos de um ano antes das Olimpíadas de Barcelona. O Brasil chegou desacreditado e saiu com o primeiro ouro olímpico da história do país em esportes coletivos. Desde 2003 na seleção feminina, Zé Roberto conquistou o ouro nos Jogos de Pequim 2008 e Londres 2012, sendo o único técnico do voleibol mundial a ter títulos olímpicos nos dois naipes, além de ser também o único brasileiro tricampeão olímpico.
Assistentes
A CBV, é claro, evita o tema e não fala em sucessão, até porque a renovação dos dois treinadores está pendente e pode ser concretizada. Os dois assistentes diretos, Paulo Coco no feminino e Rubinho no masculino, seriam nomes a serem cogitados, mas não é prática comum no Brasil dar vez a quem auxiliava o titular anterior, ainda que a saída seja amigável e não por maus resultados. Lá fora também não é algo corriqueiro. Os Estados Unidos são uma exceção. Nas três últimas Olimpíadas, o técnico da seleção masculina havia sido assistente no ciclo anterior. No feminino, Karch Kiraly tinha sido auxiliar de Hugh McCutcheon no ciclo 2009-2012 antes de assumir a equipe a partir de 2013, ele que teve seu contrato renovado até Tóquio 2020.
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Se no feminino não há discussão sobre possíveis sucessores diante de uma eventual saída de José Roberto Guimarães, no masculino desde o ano passado tem sido ventilado o nome do argentino Marcelo Mendez, que desde 2010 conquistou mais de 20 títulos pelo Sada Cruzeiro, entre os quais duas edições do Mundial de Clubes. Rígido e objetivo, Mendez chegou ao Brasil em 2009 e passou um ano com a equipe de Montes Claros antes de seguir para o Cruzeiro. Antes de trabalhar, ele dirigiu clubes argentinos, italianos e comandou a seleção da Espanha.
Segundo estrangeiro
Caso Bernardinho decida deixar o cargo, assunto sobre o qual ele ainda não se definiu, e Mendez venha a ser o escolhido, seria o segundo estrangeiro a comandar a seleção masculina. O primeiro foi o sul-coreano Young Wan Sohn, numa conturbada passagem de 1987 a 1988, caindo pouco mais de um mês antes dos Jogos Olímpicos de Seul por pressão dos jogadores veteranos, que não concordavam com seus métodos de treinamento. Sohn havia sido tricampeão brasileiro de 1984 a 1986 com um elenco relativamente modesto do Minas Tênis Clube e antes havia treinado a seleção da Argentina, com a qual conquistou o bronze no Mundial 1982, primeira medalha do país vizinho numa competição global. Ele faleceu em seu país natal, aos 76 anos, em 2011.
Mas o próprio Mendez, que algumas vezes admitiu o desejo de treinar a seleção brasileira, tratou de retroceder logo após a final da Superliga 2015/2016, quando o Sada Cruzeiro conquistou seu quarto título da competição. "É mais fácil ter um cubano atacando na entrada de rede da seleção brasileira do que um argentino como técnico", disse o treinador sobre a possibilidade de estar à frente da seleção masculina do Brasil e sobre uma futura convocação do cubano naturalizado brasileiro Yoandry Leal, da sua equipe, que poderá jogar pelo país a partir de 2018.
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