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Finais do GP: cinco pontos a se observar na seleção feminina

Carolina Canossa

05/07/2016 06h00

Seleção comandada por Zé Roberto ainda não convenceu em 2016 (Fotos: Divulgação/FIVB)

Seleção comandada por Zé Roberto ainda não convenceu em 2016 (Fotos: Divulgação/FIVB)

Passadas algumas semanas de treino em Saquarema e nove jogos pela fase classificatória do Grand Prix, a seleção brasileira feminina de vôlei encara, a partir desta quarta-feira (6), seu último teste rumo à Olimpíada do Rio de Janeiro. Disputando as finais do GP na Tailândia, o time de José Roberto Guimarães terá a chance de enfrentar e observar de perto adversários com os quais voltará a se encontrar no mês que vem, quando buscará o tricampeonato olímpico.

A princípio, o Brasil só tem duas partidas garantidas na Ásia: contra a Tailândia (que está fora da Rio 2016) na quarta e contra a arquirrival Rússia na quinta (7) – caso consiga bons resultados, terá o direito de enfrentar EUA, Holanda ou a China (que vai com o time B) na semifinal e na final. Título à parte, fato é que as brasileiras ainda não apresentaram um jogo convincente em 2016 e possuem pontos a serem observados. Quais? Listamos cinco deles.

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1. Passe

Se tem alguém que trabalhou na seleção nos últimos dias, essa pessoa foi Dani Lins. Responsável pela armação das jogadas do time brasileiro, a levantadora precisou correr bastante nas partidas disputadas porque suas colegas não têm entregado muitos passes "A", aqueles perfeitos. Na tentativa de aumentar o poder de ataque da equipe, Zé Roberto tentou formar a dupla de ponteiras com Natália e Fernanda Garay, duas jogadoras que não possuem a recepção como ponto forte, mas até agora não funcionou. Os erros no fundamento tem sido constantes, especialmente contra times que sacam viagem.

2. Virada de bola

Como consequência do passe não estar saindo, o Brasil tem jogado pouco com uma de suas principais armas, o ataque com as centrais Fabiana e Thaísa. Para piorar, as demais atacantes não corresponderam como deveriam nas ações ofensivas até agora. Isso inclui as opostas Sheilla e Tandara, que, em teoria, deveriam conseguir virar bolas com grande efetividade, até mesmo aquelas mais difíceis. Destaque na última Superliga, Natália é quem se deu melhor neste aspecto até o momento, mas ainda não atingiu o nível demonstrado no Rexona-Ades. Pode ser que as atletas ainda estejam sentindo os treinos físicos fortes do momento, mas é um ponto que preocupa

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3. Saque

Se o saque efetivo é uma das causas da visível evolução da seleção masculina em 2016, as meninas ainda estão devendo neste aspecto. Ao menos por enquanto, o serviço brasileiro não entrou como deveria e nem mesmo jogadoras que historicamente vão bem neste fundamento, como Thaísa, engrenaram nesse aspecto. Pouco incomodado com os saques, os times adversários conseguem aumentar suas possibilidades de ataque, para desespero do sistema de bloqueio-defesa brasileiro.

Camila Brait of Brazil returns the ball

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4. Definição das 12 do Rio

As finais do Grand Prix são a última grande oportunidade de mostrar serviço para quem ainda não garantiu uma vaga no Rio. As principais dúvidas estão nas posições de meio de rede (Juciely e Adenízia brigam pela reserva) e ponteira, que tem cinco jogadoras para quatro vagas (Natália, Fê Garay, Jaqueline, Gabi e Mari Paraíba). Porém, Tandara precisa ficar esperta, já que Natália também pode ser aproveitada como oposta. O mesmo acontece com a líbero Camila Brait, que passou a ser ameaçada pelo crescimento de Leia. Entre as levantadoras, uma boa atuação de Roberta pode colocar uma dúvida na cabeça do técnico, que tende a apostar em Fabíola, recém-saída de uma
gravidez, como substituta de Dani Lins.

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5. Confiança

Em um esporte em que o psicológico é tão importante, a confiança é um componente que ganha ainda mais importância às vésperas de uma competição como a Olimpíada. Por isso, ainda que o título do GP não venha, é fundamental que a seleção consiga jogar bem na Tailândia. Chegar ao Rio sob a suspeita da própria torcida não seria nada bom para time que já deixou claro não se sentir muito à vontade jogando partidas importantes em casa.
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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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