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Os tempos mudaram: Vôlei Nestlé diz que correrá por fora na Superliga

Carolina Canossa

14/06/2016 17h08

Luizomar de Moura tem experiência no trabalho com jovens (Foto: João Pires/Fotojump)

Luizomar de Moura tem experiência no trabalho com jovens (Fotos: João Pires/Fotojump)

Os tempos em que Osasco era casa de boa parte da seleção brasileira feminina ficaram para trás. Com a crise econômica, o time – atualmente chamado de Vôlei Nestlé – foi obrigado a se adequar. Em vez de um elenco estrelado, a aposta para a temporada 2016/2017 é em um grupo em que atletas consagradas se unem a jovens talentos.

O técnico Luizomar de Moura é o primeiro a admitir que, na próxima Superliga, o Vôlei Nestlé não será favorito ao título. "Nós, pela primeira vez, estaremos correndo por fora", comentou o treinador, que vê o Dentil/Praia Clube como o time a ser batido nos próximos meses. "Eles vêm com uma responsabilidade maior nessa temporada pelo investimento que fizeram. O Praia sai daquela situação de azarão e vem um nível acima dos dois principais patrocinadores do vôlei brasileiro, o Vôlei Nestlé e o Rexona", avaliou.

A 52 dias da Olimpíada, quem sobe e quem desce no vôlei feminino?

Essa mudança de postura é visível especialmente na posição de central: as selecionáveis Adenízia e Thaísa, que preferiram jogar no exterior, serão substituídas por Bia, Natália Martins e Saraelen – essa última, que fez boas apresentações na seleção sub-23, é considerada pela comissão técnica uma jogadora prestes a explodir. Para a saída de rede chega Paula Borgo, destaque da última Superliga pelo Pinheiros e que terá sua primeira chance em uma equipe com alto investimento.

"A Saraelen e a Paula estão no mesmo caminho que a Adenízia, que começou aqui e passou a fazer parte da seleção no ciclo olímpico de Londres. Em uma equipe que tem Dani Lins, Tandara e Camila Brait, essas jogadoras vão poder mostrar seu potencial sem pressão", explicou Luizomar.

A missão de ser mentora das jovens será complementada por Carol Albuquerque, levantadora campeã olímpica em 2008 que volta ao vôlei após uma temporada afastada das quadras. "Quando comecei minha carreira, tive o suporte de atletas consagradas que me ajudaram. Eu guardo isso até hoje e com muito carinho. Se puder deixar esse legado para as meninas e contribuir para desenvolvimento e crescimento delas vou ficar bastante feliz", destacou a armadora.

Clarisse, Carol, Bia, Nati Martins, Paula, Saraelen e Bruna Neri posam no ginásio José Liberatti

Clarisse, Carol, Bia, Nati Martins, Paula, Saraelen e Bruna Neri posam no ginásio José Liberatti

O Vôlei Nestlé ainda contará com as ponteiras Gabi, Clarisse e Bruna Neri. A proposta de incentivar a formação de atletas mais jovens também está ligada a um projeto global do patrocinador chamado "Nutrindo os Sonhos dos Jovens", que busca dar a chance do primeiro emprego a pessoas do mundo inteiro em diferentes áreas. "Em um
momento no qual está todo mundo preocupado com o que vai acontecer depois da Olimpíada, ficamos mais tranquilos quando uma empresa sinaliza que continuará apoiando o projeto e os novos talentos", comentou Luizomar.

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ESTRANGEIRAS

O elenco do Vôlei Nestlé ainda não está fechado: além de três juvenis (uma líbero, uma levantadora e uma jogadora de posição ainda não definida), o time ainda pretende contratar uma ou duas estrangeiras.

"Queremos uma ponteira de composição para dar qualidade nessa relação de sideout que a gente tem sofrido nos últimos anos", afirmou o técnico, que fala com cautela sobre as novas contratações. "O mercado tem alguns centros para os quais as jogadoras top foram e jogadoras que não vão ter esse espaço lá podem vir para o Brasil. Temos dificuldades orçamentárias e sempre precisamos ter muito cuidado para não errar com as estrangeiras", emendou.

Entre os nomes especulados no mercado estão o da ponteira Kristin Hildebrand e o da central Christa Harmotto, ambas americanas.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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