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Após decepção em casa, duplas brasileiras se recuperam no Circuito Mundial

Carolina Canossa

26/05/2019 11h43

Brasileiros ocuparam a segunda e a terceira colocação na etapa da China (Fotos: Divulgação/FIVB)

O desempenho na etapa de Itapema (SC) do Circuito Mundial foi muito abaixo do esperado, mas a reação veio rápido. Mesmo diante das dificuldades de uma viagem até a China e a consequente adaptação ao fuso horário logo após o torneio em casa, as duplas brasileiras encerraram sua participação na disputa quatro estrelas de Jinjiang com bons resultados.

Entre os homens, foram duas medalhas: enquanto Evandro/Bruno Schmidt ficaram com a prata ao perderem a final para os noruegueses Mol e Sorum por 2 sets a 1 (14-21, 21-17 e 15-12) neste domingo (26), André Stein e George levaram o bronze ao vencerem os americanos Bourne e Crabb em sets diretos (21-17 e 21-10) na disputa pelo terceiro lugar. O resultado marca uma perspectiva de retomada entre as duplas verde-amarelas, que, até então, não haviam ido além das oitavas em nenhuma das etapas válidas para a corrida olímpica rumo a Tóquio 2020.

Já na disputa feminina, Ana Patrícia e Rebecca terminaram com a terceira colocação ao baterem as compatriotas Ágatha e Duda por 21-19 e 21-15 – o título da disputa ficou com a lendária Kerri Walsh que, ao lado da também americana Brooke Sweat, superou as australianas Artacho/Clancy por 21-17 e 21-19.

EVANDRO COMEMORA EVOLUÇÃO GRADUAL

Atuais líderes da competição interna que definirá os representantes brasileiros em Tóquio-2020, Evandro e Bruno Schmidt celebraram o fato de estarem conseguindo encaixar o jogo da dupla, que se formou apenas no último mês de fevereiro.

"Foi um torneio muito bom para nós, estamos começando a ganhar uma 'cara' e ter um formato de jogo nosso, um padrão tático maior. Isso é muito importante para a sequência do Circuito Mundial e naturalmente é algo que requer tempo. Tivemos um período curto para treinar, então, a busca por essa evolução teve que acontecer nos próprios torneios, aliada com a vontade e paciência que temos um com o outro, confiando no trabalho", analisou Evandro.

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Já André Stein, que, com o pódio ao lado de George em Jinjiang, pulou da quarta para a segunda colocação na disputa olímpica, destacou a superação provocada pelo calendário intenso, com uma etapa na China logo na sequência de um torneio no Brasil. "Encaramos uma viagem longa, existe o cansaço, mas viemos focados, sabíamos que estávamos no caminho certo. Fizemos excelentes jogos, queríamos a final, claro, mas levar essa medalha dá confiança e é importante para nós", analisou.

Outros dois times brasileiros estiveram no torneio asiático: Alison e Álvaro Filho, que terminaram na nona colocação, e Pedro Solberg/Vitor Felipe, que ficou na 17ª posição.

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ANA PATRÍCIA SUPERA MAL ESTAR PARA CHEGAR À MEDALHA

Melhor dupla brasileira em 2019, ano em que já acumulam três medalhas no Circuito Mundial, Ana Patrícia e Rebecca tiveram um obstáculo extra esta semana: um mal estar da mineira, que quase a impediu de jogar.

"É um bronze com sabor de ouro. Fiquei doente no início do torneio e tive que disputar todos os jogos em condições abaixo do ideal, mas felizmente deu certo no final. É uma medalha muito importante na nossa jornada. Além da viagem longa, do fuso horário, foi um torneio de muita força mental, superação, mas a Rebecca e nossa comissão técnica sempre estiveram ao meu lado e isso foi fundamental", agradeceu Ana Patrícia.

"Foi um torneio de superação. A viagem é de dois dias, a alimentação é muito complicada e a Ana Patrícia ficou bastante doente. Mas fomos na união, nos superando a cada jogo. Ana estava muito debilitada nas semifinais, mas felizmente se recuperou para jogarmos o bronze, foi guerreira", complementou Rebecca.

Outros três times brasileiros disputaram a etapa: Talita/Taiana e Carol Solberg/Maria Elisa ficaram em quinto lugar, e Fernanda Berti/Bárbara Seixas alcançaram o nono lugar.

SEM TEMPO PARA DESCANSO

E ritmo intenso das duplas brasileiras de vôlei de praia continua: a partir de terça (28), elas já estarão na ativa novamente, com a disputa da etapa quatro estrelas de Ostrava (República Tcheca), também válida para a classificação olímpica.

Na corrida brasileira rumo a Tóquio 2020 contam apenas os eventos de quatro e cinco estrelas do Circuito Mundial, além do Campeonato Mundial, com pontos correspondentes de acordo com a colocação e a importância de cada torneio. Até fevereiro de 2020, cada dupla contabilizará seus dez melhores resultados. Segundo as regras da FIVB (Federação Internacional de Vôlei), cada país pode ter, no máximo, duas duplas em cada naipe na Olimpíada de Tóquio.

Veja como está a corrida olímpica brasileira para o vôlei de praia em Tóquio 2020:

MASCULINO:

Evandro/Bruno Schmidt – 1.760 pontos
André Stein/George – 1.440 pontos
Pedro Solberg/Vitor Felipe – 1.280 pontos
Alison/Álvaro Filho –  1.120 pontos
Guto/Saymon –  960 pontos

FEMININO:

Ana Patrícia/Rebecca – 1.840 pontos
Talita/Taiana – 1.440 pontos
Ágatha/Duda – 1.440 pontos
Carol Solberg/Maria Elisa – 1.200 pontos
Fernanda Berti/Bárbara Seixas – 1.040 pontos

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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