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Saída de Rede

Twitter vira palco de alfinetadas entre clubes e atletas de vôlei

Carolina Canossa

22/02/2017 06h00

Levantador Bruno Rezende criticou postura de dirigente do Taubaté (Fotos: Reprodução)

Já diz o ditado que "roupa suja se lava em casa". A frase, porém, não se aplica ao voleibol brasileiro. Cada vez mais, clubes e atletas estão usando o poder das redes sociais para escancarar sua insatisfação com recentes acontecimentos e até mesmo para trocar farpas entre si.

Somente no último fim de semana, foram dois casos: no sábado (18) pela manhã, o levantador Bruno Renzende, do Sesi-SP, postou uma série de mensagens no Twitter explicando aos fãs porque a partida da equipe contra a Funvic/Taubaté não seria televisionada.

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"Bom dia a todos. Hoje temos um jogão pela Superliga aqui contra Taubaté… 7 campeões olímpicos em quadra… e não teremos transmissão! Porém dessa vez a TV e nem a CBV tem culpa….a Rede TV ofereceu duas datas para a transmissão da partida e o diretor de Taubaté não aceitou. Alegou que a torcida não compareceria no horário da partida (sábado 14:15). Eu já joguei algumas vezes em Taubaté e a torcida independente do horário e dia sempre comparece! Estou escrevendo isso pois lutamos muito para ter uma TV aberta e quando temos a possibilidade ficamos nas mãos de pessoas que não pensam no voleibol como um todo. Isso é uma pena…. não me calarei quando perceber que nosso movimento estiver sendo prejudicado! Uma pena para os torcedores que não poderão comparecer aqui no ginásio hoje. Fica aqui o meu desabafo", escreveu o atleta.

Na noite de sábado, William reclamou da arbitragem dos jogos do Brasil Kirin…

A equipe de Taubaté preferiu não se pronunciar sobre as declarações. Procurado pelo Saída de Rede, o supervisor Ricardo Navajas também ressaltou que ele não iria falar sobre o assunto "porque cada clube tem o seu interesse". Vale destacar que problema semelhante já havia ocorrido no duelo entre Camponesa/Minas e Vôlei Nestlé, realizado na sexta (17): interessada na transmissão do jogo, o melhor da rodada feminina, a "RedeTV!" pediu em janeiro que o confronto fosse realizado no dia anterior, mas a equipe paulista não aceitou a mudança porque havia atuado na terça (14) e achou que haveria pouco tempo para descanso, viagem e preparação.

À noite, a polêmica envolveu arbitragem. Devido a marcações polêmicas da arbitragem no duelo entre Brasil Kirin e Montes Claros, o levantador William Arjona, do Sada Cruzeiro, também usou o Twitter para disparar contra o time paulista: "Campinas é o lugar onde os times são mais garfinhados que eu já vi na minha vida! Me desculpem a sinceridade. Vídeo check em campinas já!!!".

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Técnico do Brasil Kirin, o argentino Horacio Dileo devolveu, ainda que sem citar nomes: "Todos treinam , todos planejam , todos jogam. BRASIL KIRIN também. Não precisamos de ajuda de ninguém.RESPEITEM se desejam ser RESPEITADOS. Quando BRASIL KIRIM perde PARABENIZA a quem ganhou e depois volta a trabalhar. Não reclama NUNCA !!! Respeitem pra ser RESPEITADOS".

… e foi respondido pelo técnico Horacio Dileo, da equipe paulista

Devido aos erros ocorridos em Campinas, sete dos oito times pertencentes à Associação de Clubes de Vôlei (Sada Cruzeiro, Funvic Taubaté, Sesi, Montes Claros, JF Vôlei, Lebes/Gedore/Canoas, Bento/Isabela e Copel/Telecom/Maringá) postaram em suas mídias sociais uma imagem com as hahstags #voleibolimparcial, #arbitragemimparcial e #videocheckurgente.

"O jogo de sábado ficou mais latente, fato mais recente, mas se pegarmos o histórico, são muito recorrentes essas questões de arbitragem em Campinas. Quero acreditar que não há nada combinado, e que é só uma tendência dos momentos de dúvida apoiar o Campinas. Mas eles são uma equipe parceira da CBV", afirmou Andrey Souza, gestor do Montes Claros, ao jornal mineiro "O Tempo".

Parte dos clubes protestaram contra a arbitragem na Superliga

Polêmica nas transmissões estourou no início do mês

As reclamações sobre transmissões de partidas da Superliga não são recentes, mas ganharam força no início do mês de fevereiro, quando o ponteiro Murilo Endres reclamou publicamente que sua equipe foi impedida de mostrar online um jogo que não foi televisionado. Em entrevista exclusiva ao SdR, o CEO da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ricardo Trade, explicou que casos do tipo só poderiam ser liberados quando os times cumprissem uma padronização mínima de transmissão, mas garantiu que a entidade está trabalhando para viabilizar a ideia para a próxima temporada.

Outros times já haviam tentado ações semelhantes, caso do Maringá, que inclusive montou uma excelente estrutura para transmissão (atualmente parada) e o Cruzeiro, que obteve grande sucesso em uma transmissão feita com apenas uma câmera via Facebook, mas acabou advertido.

* Corrigido às 16h03 de 22/03 – Ao contrário do que dizia a primeira versão do texto, o Sesi participou sim dos protestos da ACV. Pedimos desculpas pelo erro.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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