Saque desequilibra e seleção feminina vence as dominicanas na Copa do Mundo
Janaína Faustino
23/09/2019 02h40
Sem chances de título e vindo de dois revezes consecutivos para Estados Unidos e China na Copa do Mundo do Japão, a seleção brasileira feminina de vôlei passou por um teste de fogo na madrugada desta segunda-feira (23), na cidade de Sapporo. Em um duelo direto por posições na tabela, o time de José Roberto Guimarães, então sexto colocado, enfrentou a República Dominicana, equipe que entrou em quadra ocupando o sétimo lugar.
E, assim como no jogo da Liga das Nações, em que derrotou o Brasil pela primeira vez em competições oficiais por 3 a 1, e no confronto no torneio Pré-Olímpico, quando quase conseguiu a classificação para os Jogos de Tóquio em pleno Sabiazinho, em Uberlândia (MG), as dominicanas voltaram a dar trabalho. Desta vez, contudo, as brasileiras mantiveram o mesmo nível de atuação apresentado contra as chinesas e venceram por 3 sets a 1 (16-25, 25-23, 19-25 e 22-25), tirando proveito principalmente da fragilidade rival no passe. Foi o quarto triunfo verde e amarelo nesta Copa do Mundo.
Depois de um início de partida equilibrado, a seleção brasileira conseguiu abrir ampla vantagem no primeiro set a partir da inversão 5-1 com a entrada da levantadora Roberta e da oposta Sheilla (ambas substituíram Macris e Lorenne). Com bom volume de jogo e uma estratégia de saque variado, o time causou sérios problemas à inconstante recepção caribenha, que não funcionou da forma mais adequada com a ponta Priscila Rivera e a líbero Larysmer Martinez, que está atuando na competição no lugar de Brenda Castillo. Assim, em dificuldades no passe, as atuais campeãs pan-americanas também cometeram erros de ataque e saque que colaboraram para a vitória brasileira na primeira etapa.
A partida, no entanto, mudou de figura a partir da segunda parcial. Mais concentradas, as dominicanas endureceram o jogo, atuando de igual para igual até o final do set. Lideradas pelo brasileiro Marcos Kwiek, elas usaram a mesma estratégia de saque das rivais, incomodando a linha de passe brasileira, que apresentou falhas importantes com Gabi e Amanda. Em um set disputado, com ralis eletrizantes – a líbero Leia novamente se sobressaiu com ótimas defesas -, e decidido no detalhe, acabou vencendo quem aproveitou melhor os contra-ataques.
Já a terceira parcial foi novamente marcada pelo desequilíbrio dominicano. A equipe voltou a pecar no passe (ao total, foram 4 aces do Brasil contra apenas 1 do rival) e cometeu falhas significativas, principalmente no serviço e no sideout. A seleção brasileira, em contrapartida, permaneceu aguerrida em quadra, arrumou a recepção e manteve a virada de bola regular – ainda que concentrada nas extremidades com Gabi na entrada e Lorenne pela saída.
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Na última parcial, novamente parelha, ambos os times demonstraram alguma fragilidade na recepção, mas os erros das comandadas de Kwiek – tanto no saque quanto na virada de bola – acabaram pesando bastante para o desfecho da partida a favor do Brasil. No total, foram 26 pontos dados em falhas contra 17 das brasileiras.
A maior pontuadora do jogo foi a ponteira Gabi com 21 acertos, seguida por Lorenne, que fez 18. No lado adversário, Brayelin Martinez e Bethania De La Cruz se destacaram com 19 e 18 bolas no chão, respectivamente.
Com o triunfo, a seleção somou 12 pontos e, com os demais resultados do dia, permaneceu na sexta posição. O próximo compromisso das brasileiras será contra as donas da casa nesta terça-feira (24), às 7h20. As japonesas ocupam agora a sétima colocação na competição, contabilizando três vitórias e quatro derrotas.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.