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Vítima de ofensa racista, Deja McClendon não seguirá com o caso

Janaína Faustino

21/10/2019 15h49

Jogadora americana está tendo a sua primeira passagem no voleibol brasileiro (Foto: Reprodução/Internet)

Vítima do crime de injúria racial durante a transmissão por streaming da partida final do Desafio MG x RJ, entre o seu clube, o Itambé Minas, e o Dentil Praia Clube, no último sábado (19), a ponteira norte-americana Deja McClendon resolveu não dar prosseguimento ao caso.

Segundo informações apuradas pelo SdR junto ao atual campeão da Superliga feminina, o clube ofereceu todo o suporte jurídico à atleta e se colocou à disposição para entrar com uma ação penal contra o criminoso. Contudo, a jogadora optou por não mover qualquer processo sob a alegação de que correria o risco de ficar marcada pelo episódio, especialmente pelo fato de estar em sua primeira passagem pelo voleibol brasileiro.

Integrada à rotina do Minas e com bom relacionamento com as companheiras, que a chamam carinhosamente de "Didi", a atleta recebeu total apoio do clube, que deixou a equipe jurídica à disposição caso Deja mude de ideia e resolva tomar as medidas judiciais cabíveis contra o agressor.

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Segundo o artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal, o crime de injúria racial se refere a ofensa à dignidade ou decoro utilizando termo depreciativo relacionado à raça e cor da pele com o intuito de ofender a honra da pessoa. A pena é de um a três anos de prisão e pagamento de multa. Se o crime fosse tipificado como racismo, a ação penal seria pública, não dependendo da representação da vítima para investigação e consequente processo.

Durante o confronto, que ocorreu no ginásio da Unifemm, em Sete Lagoas (MG), a jogadora foi xingada de "macaca careca" pelo criminoso através de mensagem enviada ao vivo. Tanto o Itambé Minas quanto a Federação Mineira de Vôlei divulgaram nota, repudiando mais um caso de racismo no vôlei nacional.

Aos 27 anos, Deja McClendon começou a jogar no time da Universidade Penn State, reveladora de inúmeros atletas da seleção americana. Antes de desembarcar no Brasil, ela atuou pelo Trentino Rosa, da série A2 italiana, onde trabalhou com Nicola Negro, técnico italiano que agora comanda o Minas.

*Colaborou Carolina Canossa

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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