Instável, Brasil perde para a Polônia na Liga das Nações feminina
A seleção brasileira feminina de vôlei foi superada pela Polônia na tarde desta quarta-feira (29) por 3 sets a 2, parciais de 25-20, 25-22, 26-28, 18-25 e 15-09, em partida válida pela Liga das Nações. Trata-se da segunda derrota da equipe em cinco jogos realizados até agora na competição.
Diante de um adversário que, apesar de em ascensão, ainda é do segundo escalão internacional, as brasileiras apresentaram uma dificuldade imensa na virada de bola, especialmente nos dois primeiros sets. Depois, com os ajustes feitos pelo técnico José Roberto Guimarães, o time melhorou e conseguiu um empate que parecia improvável. No tie-break, porém, as dificuldades ofensivas voltaram a aparecer e a equipe não conseguiu concretizar a virada.
O desajuste no ataque foi reflexo direto de um problema que a equipe vem apresentando ao longo não só desta como também da temporada passada: o passe ruim, fator agravado pela agressividade no saque polonês. Além disto, as atuações individuais das brasileiras ficaram aquém das expectativas, com exceção feita à central Bia, desafogo nos momentos desfavoráveis no duelo e líder da equipe quando a equipe estava à frente do placar.
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Grande destaque da seleção brasileira até então, a ponteira Gabi demorou a entrar no jogo – seu primeiro ponto de ataque, por exemplo, aconteceu somente no 10 a 10 do segundo set. Já do outro lado da quadra, o destaque ficou por conta de Malwina Smarzek, com 28 pontos, e Magdalena Stysiak, que assumiu as rédeas do ataque quando a companheira passou a sentir o jogo, terminando com 14 pontos.
Como se não bastasse, a juíza turca Nurper Ozbar também teve uma atuação bastante contestável, sem critério para marcar levantamentos de dois toques, permitindo jogadas com quatro toques e demorando excessivamente na resolução dos desafios.
ZÉ ROBERTO USA O BANCO E QUASE MUDA O JOGO
Assim como já havia acontecido de forma bem sucedida nesta terça (28) contra a Holanda, Zé Roberto Guimarães apostou no banco para reverter a dinâmica do jogo. A entrada da levantadora Roberta no lugar de Macris, por exemplo, equilibrou as ações em quadra, colocando Gabi no jogo.
Já a substituição de Amanda no lugar de Tainara no segundo set deu maior estabilidade à linha de passe do time, permitindo também à novata descansar e voltar melhor na metade final da partida. Escalada no lugar de Mara, Mayany também foi melhor que a companheira de posição, ainda que não tenha alcançado grande destaque.
Faltou, porém, uma "bola de segurança" à equipe verde-amarela. A oposta Paula Borgo, por exemplo, fez apenas oito pontos, enquanto Lorenne marcou somente um. Sem Tandara, com problemas no tornezelo, e Bruna Honório, que precisou fazer uma cirurgia no coração, a posição de saída é o grande calcanhar-de-Aquiles da equipe neste momento.
Cabe ressaltar também que a instabilidade vista nestas primeiras semanas na seleção brasileira pode ser considerada normal diante do excesso de dispensas causadas por problemas físicos e questões pessoais nas últimas semanas: Borgo e Lorenne não foram sequer titulares na última Superliga. Já jogadoras importantes como Adenízia, Dani Lins, Drussyla, Fernanda Garay, Natália e Tandara não estão à disposição da comissão técnica atualmente, mas gradualmente devem ir voltando à equipe até a Olimpíada de Tóquio, no meio do ano que vem.
O Brasil retorna à quadra já nesta quinta-feira (30), às 14h30, contra a Bulgária, encerrando sua participação na segunda semana da Liga das Nações feminina.
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