Ex-indoor, Fê Berti comemora sucesso na praia: "Por que não vim antes?"
Jaqueline Silva e Ana Paula Henkel, para ficar apenas nas brasileiras, já mostraram que é possível repetir no vôlei de praia uma bem sucedida carreira construída no indoor. Mas, a cada ano que passa, fica claro que as duas estavam mais para exceção do que para regra: graças a exigências e dinâmicas diferentes entre os esportes, é cada vez mais difícil que tal situação se repita.
Aos 33 anos, Fernanda Berti foi, na última década, a única atleta a se encaixar nestas características. Ainda que não tenha conquistado medalhas olímpicas e sido presença constante na seleção brasileira como Silva e Henkel, a ex-oposta teve uma carreira consistente no indoor, com passagens por times como Brasil Telecom, Pinheiros, Praia Clube e Vôlei Futuro, além de clubes da Coreia do Sul e da Itália. Convidada em 2012 pela própria CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) a mudar de modalidade, chegou ao auge da nova carreira no último mês de abril, quando conquistou o título do Circuito Nacional ao lado de Bárbara Seixas.
"Claro que eu tive uma carreira na quadra pela qual eu tenho muito a agradecer, fui muito feliz, mas realmente na praia eu me encontrei como jogadora", admitiu Fernanda, que chegou a ter passagens pela seleção feminina. Segundo ela, a vontade de jogar na praia sempre existiu, o que facilitou a decisão de mudar. "Nunca me bateu arrependimento, pelo contrário: sempre mantive uma certeza e até uma coisa como 'por que eu não vim antes?'", afirmou.
A mudança, porém, não foi fácil: engana-se quem pensa que, entre o indoor e a praia, a mudança é apenas de piso, quantidade de atletas em quadra e, vá lá, o vento.
"No início, passei por uma grande adaptação, principalmente física, pois o vôlei de praia te exige muito do que a quadra. Agora, também executo fundamentos que antes eu não fazia, como levantamento, passe… na praia, você vira uma jogadora mais dinâmica, já que tem que atacar de todos os lados da quadra e defender metade dela. Foram várias coisas que eu tive que entender. É realmente outro esporte", destacou Fernanda.
Técnico da atleta, Rico de Freitas diz que a evolução de Fernanda Berti é fruto de um trabalho individualizado feito até hoje. "A confiança que eu tenho na minha comissão técnica é justamente essa: a gente trabalha cada ponto que as atletas precisam e a grande evolução dela se deu graças a esse trabalho específico. A Fernanda já veio com uma certa experiência da quadra e é, apesar de alta, muito técnica. A partir daí, foi se desenvolvendo", analisou.
Para Barbara Seixas, Fernanda ainda tem muito a evoluir, assim como a parceria. "Eu vejo nela um potencial absurdo. Na praia, se tornou uma jogadora característica, bem ofensiva, que é algo que trouxe da quadra. Além disso, é uma pessoa maravilhosa, que entrou de cabeça neste projeto e está muito comprometida com os ideais da dupla, sempre muito disposta a ouvir e melhorar", elogiou.
Nem um ponto negativo da praia, caso da falta de uma estrutura tão grande como no indoor, abala a confiança de Fernanda: "Na praia, se tem mais responsabilidade, mas isso é bom: quando conquista um título como o de agora, você se sente muito mais merecedora".
Fernanda Berti e Bárbara Seixas voltam à quadra a partir de 15 de maio, na etapa de Itapema (SC) do Circuito Mundial de vôlei de praia – o torneio é o segundo da corrida olímpica das duplas brasileiras rumo a Tóquio 2020.
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