Topo

Saída de Rede

Tifanny confirma renovação com Sesi Bauru: "Minha casa"

Carolina Canossa

19/04/2019 06h00

Em Bauru, Tifanny foi campeã paulista em 2018 e semifinalista da Superliga 2018/2019 (Foto: Reprodução/Instagram)

Os fãs do Sesi Vôlei Bauru podem comemorar: uma das principais estrelas da equipe, a ponteira/oposta Tifanny Abreu permanecerá por pelo menos mais uma temporada no interior paulista. A informação foi confirmada pela própria atleta ao Saída de Rede em evento realizado em São Paulo.

"Mais uma vez vou estar no Sesi Vôlei Bauru, onde fui muito bem acolhida não só no projeto, mas também pela cidade", comentou Tifanny, que apontou o carinho dos torcedores e o apoio do presidente do clube, Reinaldo Mandaliti, como fatores fundamentais para a sua permanência. "O Reinaldo me trata super bem, assim como a torcida, que está sempre me apoiando nos momentos bons ou ruins. (Renovar) Foi muito bom pra mim, pois Bauru já se tornou a minha casa", destacou.

POLÊMICA

Tifanny Abreu completará, em 2019/2020, sua terceira temporada em Bauru. Desde que chegou, no segundo semestre de 2017, ela se viu no centro de uma enorme polêmica, causada pelo fato de ser uma mulher transexual, o que, na visão de algumas pessoas, traria vantagens em relação às atletas cis – ela, por exemplo, divide com Tandara o posto de maior pontuadora de um jogo da Superliga, com 39 pontos feitos em um duelo contra o Dentil/Praia Clube, em janeiro de 2018.

A atacante, porém, conta com o respaldo de uma decisão do COI (Comitê Olímpico Internacional), que desde janeiro de 2016 permite a participação de mulheres trans no esporte feminino desde que elas façam tratamento hormonal para manter o nível de testosterona em até 10 nanomol por litro de sangue nos últimos 12 meses, de forma que características como a maior força física sejam eliminadas – atualmente, Tifanny tem cerca de 1,5 nanomol/L.

Leia mais:

Tifanny em números: a estratégia de Bauru no primeiro ano da atleta na Superliga feminina

Estatística mostram que Tifanny pontua menos e oscila mais que rivais em seu segundo ano no Brasil

RETA FINAL DE CARREIRA

São justamente os efeitos colaterais deste controle hormonal que fazem com que a própria jogadora, de 34 anos, preveja não ter mais tanto tempo de carreira, já que possui uma recuperação física mais lenta que as mulheres cis: "Até gostaria de ir além, mas acho que só aguento mais uns dois anos".

Enquanto não volta a jogar com o Sesi Bauru, que chegou à semifinal da Superliga pela primeira vez ao eliminar o campeoníssimo Sesc nas quartas de final, Tifanny tem feito uma série de visitas a patrocinadores e escolas gerenciadas pelo Sesi, onde é bastante assediada, principalmente por crianças.

Curta o Saída de Rede no Facebook!

Siga-nos no Twitter:@saidaderede

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

Blog Saída de Rede