Minas brilha e chega à final contra o rival Cruzeiro na Copa Brasil
Duas partidas emocionantes definiram a final da Copa Brasil deste ano. Na primeira semifinal, disputada no Ginásio Jones Minosso, em Lages (Santa Catarina), entre o atual campeão Sada Cruzeiro e o Copel Telecom Maringá, a Raposa se deu melhor ao derrotar o time do Paraná por 3 sets a 1 (25-21, 23-25, 25-21 e 25-15). No segundo confronto entre EMS Taubaté Funvic e Fiat/Minas, a equipe mineira se superou com uma vitória espetacular por 3 a 2, com parciais de 34-32, 20-25, 20-25, 25-22 e 15-9.
Assim, o clássico mineiro definirá o campeão do torneio a partir das 19h30 (horário de Brasília) neste domingo (27), com transmissão do SporTV2.
Para a primeira semifinal da Copa Brasil, o treinador Alessandro Fadul começou com o levantador Rodrigo, os ponteiros Hugo e Vinícius, os centrais Deivid e Johan, o oposto Lucas Borges e o líbero Mário Júnior. Já o técnico Marcelo Mendez escalou Cachopa no levantamento, Sander e Rodriguinho nas pontas, Isac e Le Roux pelo meio, Evandro na saída de rede e o líbero Serginho.
O placar apertado da primeira parcial dá uma falsa impressão de equilíbrio. O fato é que, em um começo tecnicamente ruim de partida, repleto de erros, o poderio ofensivo da equipe azul acabou fazendo a diferença. Mesmo cedendo pontos em excesso ao time de Maringá, os mineiros conseguiram compensar na virada de bola. O time do Paraná, por outro lado, bastante intimidado e jogando muito abaixo do que vinha rendendo, teve grandes dificuldades para pontuar (para se ter uma ideia, até o 14 a 8 para o Cruzeiro no primeiro set, os paranaenses não tinham pontuado; os 8 pontos foram todos em falhas do adversário).
Apesar de ter melhorado um pouco o nível do confronto, a equipe não obteve sucesso na tentativa de minar a estratégia cruzeirense. O desequilíbrio ficou evidente nos números da primeira parcial: enquanto a Raposa ganhou por 15 a 7 no ataque, Maringá cedeu 13 pontos em falhas contra 7 do rival.
A partir do segundo set, entretanto, a equipe de Alessandro Fadul cresceu através do saque. Com isso, mais confiante e concentrado, o time desorganizou a recepção cruzeirense e evoluiu no side out, liderando a parcial principalmente com o bom desempenho de Vinícius e Hugo na entrada de rede. Na reta final, a despeito de terem cometido falhas decisivas que recolocaram os mineiros na disputa, os paranaenses tiveram força para empatar o jogo.
Brigador, o conjunto paranaense continuou causando problemas à equipe de Marcelo Mendez no terceiro set. Vale destacar o ótimo trabalho feito pelo seu sistema de defesa, que fez com que o levantador Rodrigo pudesse armar contra-ataques muito bem aproveitados. Demonstrando ansiedade, a Raposa se saiu bem no saque, mas cometeu erros bobos que impediram que o time disparasse no placar. Porém, Maringá também não soube tirar proveito da instabilidade adversária e deixou que os mineiros se recuperassem levando a terceira parcial.
O Cruzeiro retornou muito melhor na sequência. Bem mais concentrado na virada de bola e na execução do saque, a equipe chegou a abrir 13-5 no quarto set. Destaque para o meio-de-rede francês Le Roux, com ótimo aproveitamento no serviço, e para o norte-americano Sander (o maior pontuador do jogo, com 18 bolas no chão), que mostrou todo o seu arsenal de golpes com excelente aproveitamento no ataque.
O time de Maringá, mais acuado e aparentemente perdido em quadra, teve uma queda significativa e não conseguiu mostrar a mesma qualidade de antes. Cometendo erros de ataque e de saque em excesso, a equipe colaborou para o "passeio" cruzeirense na parcial. O técnico Fadul tentou mudar o rumo da partida com substituições, mas elas não surtiram efeito. Com isso, a Raposa chegou à mais uma final na competição.
Um aspecto merece ser ressaltado: por conta do mau tempo, jogadores e comissão técnica da equipe paranaense chegaram à cidade de Lages, em Santa Catarina, poucas horas antes do jogo e não puderam treinar no Ginásio Jones Minosso. Este fator também pode ter colaborado para a performance pouco regular da equipe de Maringá. Com problemas com conexões de voo e desvio de bagagem com o material esportivo, o Cruzeiro também enfrentou problemas. Contudo, chegou a tempo de realizar um treino.
Na segunda semifinal, o Fiat/Minas começou com o armador Marlon, os pontas Bob e Honorato, os centrais Pingo e Flavio, o oposto Felipe Roque e o líbero Maique. Já a equipe de Taubaté escalou Rapha no levantamento, Lucarelli e Douglas Souza na entrada, Lucão e Athos pelo meio, Vissoto na saída e o líbero Thales.
O volume de jogo e o poderio das ações ofensivas da equipe mineira chamaram a atenção no começo do confronto. Com grande intensidade, o time fez uma primeira parcial bem consistente, intimidando os atacantes rivais com o bloqueio e as ótimas coberturas de defesa. O experiente levantador Marlon, contando com uma boa linha de passe, jogou com velocidade e fez uma distribuição excepcional. A equipe do Vale do Paraíba, em oposição, pareceu confusa ao cometer falhas bobas.
Contudo, os comandados de Nery Tambeiro desperdiçaram contra-ataques cruciais na metade do set e cederam pontos em erros de saque e ataque que fizeram com que o time de Daniel Castellani, até então em desvantagem, se recuperasse e voltasse para o jogo, contando com a passagem de Lucarelli pelo serviço. Ainda assim, em uma reta final extremamente nivelada com grande número de erros de saque de parte a parte, os mineiros conseguiram vencer.
O equilíbrio voltou a dar a tônica do segundo set. Entretanto, o time do interior paulista demonstrou mais consistência tanto no saque quanto no side out, o que fez toda a diferença e propiciou a abertura de 13 a 8 no marcador. Para complicar, os erros da equipe minastenista novamente beneficiaram o rival. Assim, apesar de terem igualado o confronto na parte final da parcial, o time de Belo Horizonte não foi feliz na tentativa de parar as cortadas adversárias – sobretudo as de Vissoto e Lucarelli -, perdendo a parcial.
No terceiro set, a equipe de Minas Gerais apresentou uma queda considerável. Além disso, mais uma vez, voltou a errar mais do que o adversário. Taubaté, por outro lado, se valendo da experiência do levantador Rapha na armação, "sobrou" no ataque pelas extremidades, com Lucarelli e Douglas Souza, e nas bolas rápidas de meio com os centrais Athos e Lucão. Tentando mobilizar seus comandados, o técnico Nery Tambeiro fez algumas alterações que não deram grande resultado.
O Minas voltou mais contundente no quarto set. Regular na recepção e no saque, a equipe buscou jogar ponto a ponto com Taubaté e demonstrou força para retomar as rédeas do confronto. O oposto Davi e o ponteiro Piá, mantidos em quadra pelo técnico Nery, foram fundamentais e deram mais segurança ao levantador Marlon. Além deles, os destaques individuais vão para o central Flavio Gualberto, que fez um excelente jogo tanto no ataque quanto no bloqueio (sendo responsável por 17 acertos), o jovem ponteiro Honorato, em visível evolução, e para o líbero Maique, que fez defesas que deram moral e confiança ao time. Lucarelli terminou o jogo como o maior pontuador, com 19 bolas no chão.
No tie-break, o armador minastenista voltou a fazer a diferença com uma performance impecável que confundiu o bloqueio taubateano em diversas oportunidades e colocou seus companheiros em ótimas condições de ataque. O time do interior paulista não repetiu a atuação dos outros sets e errou em momentos cruciais. Pela saída de rede, o oposto Davi colocou várias bolas no chão e, assim como toda a equipe, cresceu em todos os fundamentos. Estes fatores, combinados, acabaram determinando a vitória mineira.
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