Sérvia supera fenômeno Egonu, bate Itália e conquista o Mundial de vôlei
Até os tijolos do ginásio de Yokohama (Japão) sabiam: Paola Egonu seria a grande referência da Itália na final do Campeonato Mundial de vôlei feminino contra a Sérvia. Isso, de fato, aconteceu, mas os 33 pontos da oposta de 19 anos da Azzurra não foram suficientes para superar a força do grupo do Leste Europeu, que faturou a taça ao vencer a decisão por 3 sets a 2, parciais de 21-25, 25-14, 23-25, 25-19 e 15-12.
Trata-se do primeiro título na competição da Sérvia, cujo melhor resultado até então havia sido o terceiro lugar em 2006. É ainda o ponto alto de um time que já havia mostrado sua força com a medalha de prata na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, e com o título do Campeonato Europeu no ano passado.
Para conquistar o maior resultado de sua história, as sérvias contaram com o fato de a excelente oposta Tijana Boskovic não ser a única opção confiável de ataque, como aconteceu com a Itália. Ex-jogadora da equipe do Rio de Janeiro, a ponteira Brankica Mihajlovic brilhou na reta final da partida, dificultando a vida da defesa rival. Juntas, ambas somaram 45 pontos (26 de Boskovic e 19 de Mihajlovic).
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Pelo lado italiano, a "baixinha" Lucia Bosetti, de 1,78m, tentou se agigantar na final, com 14 pontos, mas faltou um maior apoio da outra ponteira da equipe, Miryam Sylla, que depois de ótimas atuações ao longo do Mundial sentiu o peso da decisão e acabou ficando apagada tanto no ataque quanto na recepção. Exceção feita ao primeiro set, a levantadora Ofelia Malinov também esteve um nível abaixo do que costuma apresentar, com dificuldades na distribuição das jogadas. Por outro lado, a líbero Monica De Gennaro fez uma bela partida, salvando bolas bastante complicadas na defesa.
Ainda assim, as italianas encerram sua participação no Mundial com muito a comemorar, já que o torneio mostrou os frutos de um intenso trabalho feito há anos nas categorias de base, com ótimas jovens jogadoras que devem brilhar por muito tempo no cenário mundial – a média de idade do time é de apenas 22 anos. Apesar de um pouco mais experiente, com média de 26 anos, a Sérvia seguiu o mesmo caminho de investimento na base para chegar ao topo do voleibol mundial.
Tanta juventude se refletiu na má qualidade do passe nos dois primeiros sets, primeiro representada pela sérvia Bianka Busa e depois pela italiana Miryam Sylla. O equilíbrio esperado para uma final só apareceu na terceira etapa, quando o jogo italiano claramente passou a ficar concentrado em Egonu, que até um ótimo levantamento de costas para ataque de Bosetti executou. Ainda assim, a Sérvia não se entregou e obrigou o técnico David Mazzanti a tirar uma carta da manga, a levantadora reserva Cambi, estabilizando o time e assegurando a vitória.
Ciente de que não tinha mais espaço para perder, as sérvias entraram no quarto set com enorme agressividade, forçando os erros do outro lado (foram 30 pontos cedidos assim pela Itália, sete a mais do que o dado pelas sérvias). A experiente levantadora Ognjenovic assumiu também um papel de liderança e notou o bom momento de Mihajlovic, enquanto Malinov seguia sem conseguir colocar outras opções além de Egonu no jogo. Ainda assim, a armadora italiana resolveu contrariar a lógica no tie-break e não investir tanto quanto deveria em sua melhor atacante, enquanto Boskovic foi a bola de segurança das novas campeãs mundiais.
Na disputa da terceira colocação do Mundial, a China garantiu a medalha de bronze ao bater a Holanda por 3 sets a 0, parciais de 25-22, 25-19 e 25-14. O Brasil, por sua vez, terminou o torneio apenas em sétimo lugar, seu pior resultado desde 2002.
Premiações individuais do Mundial feminino:
MVP: Tijana Boskovic
Melhor levantadora: Ofelia Malinov
Melhores centrais: Milena Rasic e Yan Ni
Melhores ponteiras: Zhu Ting e Miriam Sylla
Melhor oposta: Paola Egonu
Melhor líbero: Monica De Genaro
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