Suporte a Douglas Souza: o último grande ato de Lipe na seleção
Entrevistas concedidas a Euclides Neto, em Turim (Itália)
Pontos, recepções, defesas, saques… a importância de um jogador em um time de vôlei é evidente em quadra, mas nem sempre fica clara quando acontece nos bastidores. Foi justamente longe das câmeras que se construiu um dos pontos positivos da seleção brasileira masculina na campanha que rendeu a medalha de prata no Mundial: Douglas Souza.
Ponteiro de 23 anos, Douglas contou com o experiente Lipe, de 34, para superar as performances oscilantes no Sesi e na Liga das Nações e entrar para a seleção do Mundial, campeonato que só perde em importância para a Olimpíada. Quem fez a revelação foi Renan Dal Zotto. "Só tenho a agradecer ao Lipe: ele nos deu um suporte muito grande, principalmente para o Douglas, que fez uma competição fantástica", comentou o técnico da seleção brasileira.
Lipe, porém, não estará mais à disposição de Renan. Sofrendo com problemas físicos nos últimos anos, inclusive uma lesão no cotovelo que ameaçou sua participação no Mundial, o ponteiro decidiu se dedicar apenas ao voleibol de clubes a partir de agora.
"Só queria dizer que saio feliz, de cabeça erguida. Foi uma prata maravilhosa. Talvez a mais difícil. Por tudo que passamos, lesões, toda evolução que tivemos ao longo do Mundial. É muito emocionante para mim", comentou o campeão olímpico em 2016, que dedicou a carreira na seleção ao pai. "Nos momentos mais importantes ele estava ao meu lado. Hoje, estava aqui. Fico feliz por tudo que fiz", destacou.
Apesar de entender a opção do jogador, Renan não deixou de lamentá-la. "Quem dera se pudéssemos congelá-lo para utilizar o Lipe nos momentos importantes", brincou.
Representante da geração que justamente substitui Lipe, Douglas ressaltou ainda a importância dos treinamentos para a sua evolução. "Na Liga das Nações não fizemos quase nada porque literalmente não treinamos, mas agora ficamos quase dois meses em Saquarema para chegar bem no Mundial. Foi o que eu fiz", avaliou.
Sobre o prêmio individual, Douglas fez questão de agradecer aos companheiros de seleção: "Trabalhei muito desde a Liga das Nações. A comissão técnica sabe disso, pegou no meu pé. Sou meio chatinho, mas eles e todo o time me ajudaram muito, então fico muito grato pelo o que estou vivendo".
Além de Douglas Souza, Lucão também esteve na seleção no Mundial como um dos dois melhores meios de rede. A eles se juntaram o oposto Matt Anderson (EUA), o levantador Christenson (EUA), o ponteiro Kubiak (POL), o central Nowkowski (POL) e o líbero Zatorski (POL). O oposto polonês Bartosz Kurek foi eleito o MVP, melhor jogador do torneio.
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