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Com direito a 15 a 0, Brasil faz boa estreia no Mundial feminino de vôlei

Carolina Canossa

29/09/2018 03h47

Seleção feminina teve boa estreia no Campeonato Mundial (Foto: Divulgação/FIVB)

Por Janaina Faustino

Em busca da tão almejada medalha de ouro no Campeonato Mundial, a seleção brasileira feminina de vôlei estreou com vitória diante da inexperiente equipe de Porto Rico na madrugada deste sábado (29), na cidade de Hamamatsu, no Japão. O grupo do técnico José Roberto Guimarães venceu a partida por 3 sets a 0, com parciais de 27-25, 25-12 e 25-7.

Vivendo um momento de incertezas causado por uma crise nas categorias de base, a seleção brasileira não chega à competição com o favoritismo de outrora. É que além da enorme dificuldade para descobrir e revelar novas joias, os maus resultados e a ausência de pódio nas duas primeiras competições da temporada (a Liga das Nações e o Montreux Volley Masters) aliados aos problemas físicos de jogadoras fundamentais, cooperaram para a criação de um clima de desconfiança em relação à participação da equipe no torneio.

Com o triunfo sobre a frágil seleção de Porto Rico, no entanto, o Brasil inicia bem a sua caminhada, demonstrando estar disposto a passar por cima de todos os obstáculos para chegar longe no campeonato. Vale salientar, ainda, que o Brasil está em um grupo bastante acessível, com Sérvia e República Dominicana se destacando como os adversários mais complicados. O fato de ter caído em uma chave com muitos rivais inexpressivos representa uma faca de dois gumes: se, por um lado, serve para que as atletas sejam testadas e ganhem ritmo de jogo para a próxima fase, por outro, pode gerar dúvidas em torno do nível de competitividade da equipe, tendo em vista que há o risco de a seleção alcançar a etapa subsequente da competição sem ter enfrentado mais rivais de peso.

Em termos de retrospecto, diferentemente de Porto Rico, que não dispõe de qualquer tradição no torneio (participou de sete edições), a seleção bicampeã olímpica já esteve presente em 16 campeonatos mundiais e bateu na trave em três oportunidades, perdendo a final para Cuba, em 1994, e para a seleção russa, em 2006 e 2010. Este foi o terceiro duelo entre as duas equipes em toda a história da competição, e o Brasil venceu todos os jogos.

O técnico José Roberto Guimarães iniciou o confronto com Dani Lins no levantamento, Carol e Bia pelo meio, Gabi e Fernanda Garay na entrada de rede, Tandara na saída e Suellen como líbero. Já o treinador José Mieles optou pela levantadora Valentim, as centrais Jusino e Reyes, as ponteiras Enright e Santana, a oposta Ocasio e a líbero Venegas.

O começo da partida foi bastante equilibrado e a equipe brasileira enfrentou grandes dificuldades para impor o seu ritmo de jogo. Sem conseguir deslanchar completamente no placar, o conjunto de José Roberto Guimarães apresentou falhas importantes no sistema de recepção e a defesa demonstrou insegurança na cobertura de algumas bolas fáceis que caíram na quadra brasileira. Sem o passe nas mãos, a levantadora Dani Lins acionou pouco as centrais Bia e Carol, optando por jogar com as extremidades (Gabi e Fernanda Garay foram os destaques). Pressionado e cometendo muitos erros (10 ao total neste set), o Brasil sofreu para vencer a parcial também em função da distribuição corajosa da levantadora Valentim, que utilizou as centrais Reyes e Jusino nas bolas de primeiro tempo, e das defesas da seleção adversária.

Com a linha de passe mais estabilizada e cedendo menos pontos ao rival, a seleção brasileira venceu o segundo set com facilidade. Vale ressaltar que o sistema defensivo também passou a funcionar com maior eficiência técnica, o que propiciou vários contra-ataques. Pressionada pelo saque e pelo bloqueio brasileiro (foram 11 pontos neste fundamento, sendo 4 somente da central Bia), a equipe caribenha cometeu muitos erros (12 somente na segunda parcial) e não mais ofereceu resistência ao Brasil. A ponteira Fernanda Garay, em um ótimo retorno à seleção, terminou a partida como a maior pontuadora, com 12 bolas no chão.

No terceiro set, a equipe chegou a abrir impressionantes 15 a 0 em uma passagem de saque da central Carol, impedindo qualquer tipo de reação adversária. A seleção de Porto Rico se perdeu completamente, cedendo 26 pontos ao Brasil no total, e o técnico José Roberto aproveitou para dar ritmo às jogadoras (apenas Adenízia não entrou em quadra). Além de Fernanda Garay, Tandara e Bia também se sobressaíram no duelo com 10 e 9 pontos, respectivamente. O jogo foi finalizado em 25-7.

Brasil busca a primeira medalha da temporada no Mundial Feminino

No Mundial feminino do Japão, o SporTV2 transmitirá os seguintes jogos:

Domingo (30)
1h40 – Brasil x República Dominicana
7h20 – Turquia x China

Segunda (1)
7h20 – Sérvia x Brasil

Terça (2)
7h20 – EUA x Coreia do Sul

Quarta (3)
7h20 – Quênia x Brasil

Quinta (4)
7h20 – Brasil x Cazaquistão

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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