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Saída de Rede

Virada mostra dificuldades de reservas e importância de Douglas na seleção

Carolina Canossa

23/09/2018 18h04

Reservas só embalaram a partir do terceiro set; Evandro (camisa 17) marcou 30 pontos (Foto: Divulgação/FIVB)

Já classificado para terceira fase do Mundial masculino de vôlei e com a primeira colocação do grupo F assegurada, o técnico Renan Dal Zotto aproveitou o jogo contra a Bélgica para dar ritmo aos reservas da seleção brasileira. Dos titulares que vinham atuando até então, apenas o líbero Thales foi mantido, mas os suplentes tiveram dificuldades e só conseguiram a vitória no tie-break, com parciais de 22-25, 23-25, 25-19, 25-15 e 15-12.

Os problemas dos reservas brasileiros ficaram evidentes nos dois primeiros sets do jogo, com saque pouco agressivo, sistema defensivo com falhas e dificuldades para rodar a bola em algumas formações na rede. O time só deslanchou a partir da entrada de Douglas Souza, destaque brasileiro nesta primeira metade de Mundial, que deu maior estabilidade ao passe e permitiu a William desafogar o marcado Evandro.

Curiosamente, foi após dois erros de Evandro e Douglas no ataque que a Bélgica fechou o segundo set, depois de estar perdendo a parcial por 23 a 22. Só que os comandados do italiano Andrea Anastasi, campeão mundial em 1990 como jogador e da Liga Mundial 2012 à frente da Polônia, não souberam aproveitar a vantagem no placar para matar o duelo, pouco a pouco se complicando nos próprios erros, um defeito que a equipe mostrou ao longo de todo o duelo – ao todo, os europeus cederam 24 pontos de graça para os atuais campeões olímpicos.

Na parcial decisiva, brilhou o bloqueio, fundamento no qual a seleção masculina vem apresentando dificuldades desde o início da competição. Isso e o poder de recuperação demonstrado neste domingo (23) são as boas notícias do dia para a comissão técnica, assim como a alta pontuação de Evandro (30 pontos), bem entrosado com William Arjona tendo em vista as inversões 5-1, e o poder de recuperação mostrado pela equipe após a entrada de Douglas Souza.

Por outro lado, a falta de ritmo que quase culminou em uma inesperada derrota jogam dúvidas para as condições de Lucas Lóh, Kadu, Maurício Souza e Éder para o decorrer da competição, que entra em sua etapa decisiva e só promete duelos complicados esta semana.

E AGORA?

Os próximos capítulos do Mundial serão definidos por sorteio nesta segunda (24), às 6 horas (horário de Brasília). Além do Brasil, seguem na luta pelo título os próprios italianos, Estados Unidos, Polônia, Rússia e Sérvia. Essas seis equipes serão divididas em dois grupos de três, com as seguintes premissas: por terem avançado em segundo, russos e sérvios não podem ficar na mesma chave; o mesmo acontece com Brasil e Itália, que, por terem vencido os grupos E e F, precisam ficar em chaves diferentes, assim como Estados Unidos e Polônia, campeões dos grupos G e H.

Sediado em Turim, o Final Six vai de quarta (26) a sexta (28) e servirá para definir os semifinalistas que jogam no sábado (29). A grande decisão será no domingo (30), também na cidade italiana. Vale destacar que o Brasil esteve nas últimas quatro finais de Mundiais, com três títulos (2002, 2006 e 2010) e um vice (2014, quando perdeu para a Polônia).

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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