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Estrangeiras invadem Superliga 2018/2019 e abrilhantam a edição

Carolina Canossa

05/08/2018 06h00

Além da renovação de Fawcett, o Praia trouxe a competente levantadora Carli Lloyd, que estava no Hinode Barueri(Crédito: William Lucas/Inovafoto/Divulgação)

Por Daniel Rodrigues

A Superliga 2018/2019 promete ser uma das mais disputadas da história, com pelo menos seis equipes em condições reais de chegarem ao título. A maioria dos elencos fortaleceu-se em relação à edição anterior, atletas foram repatriadas e jogadoras estrangeiras chegam para elevar ainda mais o status da competição.

Ao todo são 15 atletas vindas de outros países e muitas delas são cotadas como estrelas de suas equipes. Entre jovens e outras mais experientes, essas jogadoras devem atrair mais olhares e aumentam as expectativas para o início do torneio mais importante do Brasil.

O atual campeão, Dentil/Praia Clube, de Uberlândia, fez questão de garantir a renovação de sua oposta Nicole Fawcett. A norte-americana, mesmo não sendo lembrada pelo técnico Karch Kiraly na convocação de seu país, foi um dos destaques da temporada 2017/2018. Com ataques certeiros, um saque pesado e muita serenidade, a atleta superou uma contusão em sua panturrilha, sendo peça fundamental para o primeiro título praiano.

Além da atacante, o time comandado por Paulo Coco trouxe a competente levantadora Carli Lloyd, que estava no Hinode Barueri. Aos 28 anos, a atleta foi um dos diferenciais de sua seleção na conquista da Liga das Nações deste ano e é uma aposta de peso para o funcionamento do esquema tático dos Estados Unidos, no Campeonato Mundial, em setembro. Junto com Fernanda Garay, Carol e Fabiana, as estrangeiras também serão apostas do Praia para o Mundial de Clubes, competição que a equipe está confirmada como convidada.

Pelo Sesc-RJ, foi efetivada uma das transferências mais badaladas do voleibol nacional: a russa Tatiana Kosheleva, melhor atacante do Mundial de 2010. Recuperando-se de uma cirurgia no joelho, a ponteira chega para substituir a jovem Gabi e elevar o poderio ofensivo das cariocas. A dominicana Yonkaira Peña renovou seu contrato e sua versatilidade pode ter pesado a seu favor no momento de sua manutenção. A jogadora deve começar a temporada no banco de reservas, mas é uma opção interessante tanto para a entrada como para a saída de rede, como foi testada por Bernardinho na edição passada.

Pelo Sesc-RJ, foi efetivada uma das transferências mais badaladas do voleibol nacional: a russa Tatiana Kosheleva (Crédito: Divulgação/Sesc-RJ)

O Vôlei Osasco-Audax contratou uma velha conhecida da fanática torcida osasquense, a oposta Destinee Hooker. Após uma temporada sem tanto brilho pelo Camponesa Minas, a norte-americana também não estará no Campeonato Mundial, mas chega com a responsabilidade de virar bolas difíceis na equipe de Luizomar de Moura, tentando repetir suas atuações que renderam o título da Superliga 2011/2012. A outra estrangeira do clube paulista ainda não foi confirmada, mas fortes indícios apontam que a ponteira Angela Leyva permanecerá em Osasco por mais um ano. A maior revelação peruana dos últimos tempos encontra-se treinando com o grupo, sem futuro definido.

Outro time que reforçou-se e promete brigar com os grandes é o Sesi Vôlei Bauru. Com o campeão olímpico Anderson Rodrigues no comando, a equipe trouxe a gigante Valetina Diouf, da Itália. Do alto de seus 2,02m, a oposta chega para disputar a titularidade com Tiffany. A briga promete ser boa e o ataque bauruense desponta como um dos mais qualificados do torneio, já que ainda conta com a cubana Yoana Palacio, quarta maior pontuadora da edição 2017/2018, com 358 bolas no chão.

Com o campeão olímpico Anderson Rodrigues no comando, o Sesi Vôlei Bauru trouxe a gigante Valetina Diouf (Crédito: Divulgação/Sesi Vôlei Bauru)

O técnico José Roberto Guimarães segue a frente do Hinode Barueri e, embora ainda não seja oficial, tudo indica que o time deve contar com a permanência da oposta Katarzyna Skowronska. Mundialmente conhecida, a polonesa demorou para estar em sua plenitude física, mas mostrou do que é capaz nos playoffs. Na partida das quartas de final, onde o Barueri foi eliminado pelo Osasco, Skowronska terminou como maior pontuadora do duelo, com 23 acertos, além de muita garra demonstrada do início ao fim.

Outro clube que investiu pesado nas jogadoras de fora foi o Pinheiros. A chegada do técnico Sérgio Negrão à liderança da comissão técnica trouxe consigo o investimento em duas estrangeiras "viradoras de bola". Kelsie Payne chega como destaque da Liga Universitária dos Estados Unidos. Com 23 anos e 1,93m, a jovem substitui Bruna Honório, transferida para o Minas. Payne deverá dividir a responsabilidade de fazer pontos com a cubana Herrera. A jogadora já jogou no Brasil, defendendo o Minas e o Praia, sempre com atuações marcantes e muitas bolas no chão. Após o nascimento de seu filho, em 2016, a ponteira chega da segunda divisão da Liga Turca e, dependendo de suas condições físicas, eleva as chances de uma boa participação do Pinheiros na temporada.

Kelsie Payne chega ao Pinheiros como destaque da Liga Universitária dos Estados Unidos(Crédito: Missy Minear/KANSAN)

O São Cristóvão Saúde/São Caetano apostou na contratação de Antônio Rizola, também comandante da seleção colombiana. O brasileiro contará na equipe paulista com os reforços de duas de suas comandadas: a criativa levantadora Maria Alejandra e a oposta Dayana Segovia. Aos 22 anos a primeira já ganhou o prêmio de melhor levantadora do Sul-Americano de 2017, enquanto a atacante é uma das bolas de segurança da seleção principal da Colômbia.

O Brasília trouxe a mais brasileira das estrangeiras. Com passagens por Rio do Sul, Pinheiros e São Caetano, Mimi Sosa, capitã da seleção argentina, será uma das centrais do grupo que representa o Distrito Federal. Sua compatriota Julieta Lazcano também desembarca no Brasil para defender as cores do Curitiba Vôlei, estreante na divisão principal. A meio de rede argentina completa a lista de estrangeiras da Superliga 2018/2019, até o presente momento.

Leia também: Dia do Orgulho LGBTI: jogadoras falam como o vôlei as levou ao casamento

O Brasília trouxe a mais brasileira das estrangeiras: Mimi Sosa (Crédito: FIVB/Divulgação)

A presença de jogadoras internacionais de renome anima e relembra os tempos de All Star Game da Superliga. Como no passado, uma partida amistosa envolvendo a seleção brasileira da competição contra as estrangeiras, seria bem interessante e poderia agradar, e muito, aos amantes do esporte. Fica a ideia para a Confederação Brasileira de Vôlei. Você concorda com a sugestão? Na sua opinião, quais outras estrangeiras você gostaria de ver atuando em nossa liga?

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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