Jaque relembra três momentos especiais com a seleção brasileira
13 de julho de 2018: nesta data, a ponteira Jaqueline surpreendeu ao anunciar sua aposentaria da seleção brasileira, poucos meses antes do início do Campeonato Mundial. Aos 34 anos, a mãe de Arthur Endres optou por acompanhar mais de perto o crescimento do filho, abrindo mão das viagens e treinamentos com o grupo comandado por José Roberto Guimarães, que terá a partir do final de setembro, seu compromisso mais importante da temporada no Japão.
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Com dois ouros olímpicos (Pequim-2008 e Londres-2012), cinco títulos do Grand Prix, uma Copa dos Campeões e três medalhas em Mundiais (duas pratas em 2006 e 2010 e o bronze em 2014) no currículo, Jaque tem uma história profissional cheia de superações, vitórias e muita emoção. Mas quais seriam os preferidos dela? Em conversa com o Saída de Rede, a atleta relembrou os três momentos mais especiais de sua carreira.
O primeiro deles aconteceu em 2001, na República Dominicana, quando a seleção brasileira juvenil conquistou o Mundial da categoria, com uma base formada por jogadoras que se tornariam referências do esporte no futuro, como Paula Pequeno, Fabíola, Sassá, Sheilla, entre outras. "Foi ali que começou tudo. A maior lembrança deste Mundial foi ter que sair de casa aos 14 anos e deixar minha família, sabendo das dificuldades que passamos no dia a dia. A conquista do campeonato representou muito para mim, porque eu pude mostrar pra minha mãe que eu não tinha ido por acaso, que eu fui por um algo a mais", lembrou.
Na ocasião, três jogadoras da equipe brasileira foram chamadas para compor a seleção do torneio: Jaque, a oposta Ciça e a central Andreia Sforzin. A ponteira pernambucana também foi eleita a melhor jogadora do Mundial, fato que considera um divisor de águas de sua carreira, que ali começava. "Quando eu ganhei este título individual, sabia que muitas coisas boas aconteceriam a partir daquele momento, como realmente aconteceu", destacou.
Anos mais a frente, ocorreu a conquista do primeiro ouro olímpico da seleção feminina, em Pequim, 2008. Mesmo entre as reservas, Jaqueline lista o triunfo como inesquecível e muito importante para sua formação. "Foi uma experiência de muito aprendizado para mim. Queria levar tudo aquilo como ensinamentos em coisas boas, como eu levei. A Mari, a Paula, Fofão, Walewska, a própria Virna e Fernanda Venturini, lá no início (do ciclo olímpico), foram atletas com quem aprendi muito na convivência, independente de cada uma ter seu pensamento. Assim como trabalhar com profissionais como Bernardo e Zé Roberto, que me levaram a ser o que eu sou hoje. Sou muito honrada e muito feliz", enfatizou.
O último momento, e talvez o mais importante para a esposa do líbero Murilo, foram os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012: "Era um ano muito difícil para nós, pois não tínhamos ganho dos Estados Unidos nenhum um jogo, em nenhum campeonato. Sabíamos que seria um desafio muito grande. Já havia sido uma classificação contra a Rússia (quartas-de-final) muito complicada. E eu sabia que teríamos que fazer o algo a mais. Graças a Deus, no dia da final eu estava muito inspirada. Olhava para Dani e falava: 'É o meu momento e, se sobrar bola, coloca pra mim que vai dar certo'. Todo o grupo se olhava e confiava que, independente de termos perdido o primeiro set da final, poderíamos reverter aquela situação em coisas boas e foi o que aconteceu".
Como resultado de tamanha confiança, Jaque foi o grande destaque da final contra as americanas, com 18 pontos. A ponteira destacou a alegria e o orgulho de sua atuação: "Sair como a melhor jogadora daquela final olímpica foi algo inexplicável, na minha vida e na minha carreira. Vou guardar para o resto da vida. Farei questão de mostrar esse jogo para meu filho, para ele lembrar da mamãe jogando". Acostumada a ser lembrada como uma jogadora especialista no fundo de quadra, ela rebate. "Em outras ocasiões já me destaquei atacando. As pessoas sempre me viram como jogadora de preparação, realmente uma responsabilidade que eu tinha dentro da seleção, mas também fazia diferença também no ataque. Lógico que não era igual a uma oposta, que está ali só para fazer isso, mas eu tinha responsabilidade de passar, defender, atacar, bloquear, sacar e um pouquinho mais. Sempre fui muito feliz em fazer tudo isso e sou grata", finalizou.
Colaborou Daniel Rodrigues
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