Brasil volta a jogar mal e fica fora do pódio da Liga das Nações
Ainda que a China tenha sido superada com contundência há pouco tempo, na sexta-feira (29), as campeãs olímpicas não são as melhores adversárias a se encarar quando é preciso se recuperar de uma derrota dolorosa. Isto ficou evidente para a seleção brasileira feminina de vôlei no fim da madrugada deste domingo (1): na disputa pela terceira colocação da Liga das Nações, diante das asiáticas, novo resultado negativo, agora por 3 sets a 0, parciais de 25-18, 25-22 e 25-22.
O técnico José Roberto Guimarães promoveu uma mudança em relação à equipe superada pela Turquia, com Gabi ocupando o posição de líbero no lugar de Suelen, que quebrou a mão direita no jogo contra a Turquia. A partir do segundo set, a central Carol também substituiu Bia, que fazia uma partida discreta. Nenhuma das alterações, porém, surtiu efeito e o Brasil voltou a exibir uma atuação bem abaixo de suas possibilidades, com muitas falhas.
A despeito dos quatro aces, o saque mais uma vez foi pouco agressivo, permitindo que a levantadora Ding jogasse à vontade: foram apenas quatro pontos de bloqueio do Brasil em toda a partida, sendo três da meio de rede Adenízia e um da levantadora Roberta. O cenário era propício para o brilho da atacante Ting Zhu, que não decepcionou e marcou 20 pontos, com 54% de eficiência no ataque.
A medalha de bronze acabou sendo um prêmio de consolação proporcionado pela capitã à torcida de Nianjing, que pelo segundo ano seguinte se frustra na expectativa de ver suas compatriotas no ponto mais alto do pódio – em 2017, o torneio ainda chamava Grand Prix e foi vencido pelo Brasil na mesma cidade.
Pelo lado brasileiro, chamou a atenção o excesso de pontos cedidos em erros: 19, um número alto ainda mais considerando-se que apenas três parciais foram jogadas. Individualmente falando, Tandara foi que mais colocou a bola no chão (14 vezes), seguida por Gabi (11) e Adenízia (9).
Depois de um torneio longo e desgastante, que incluiu quase um mês e meio consecutivo de viagem e treinos no exterior, a seleção brasileira feminina de vôlei agora volta ao país para continuar a preparação para o Mundial do Japão, entre 29 de setembro e 20 de outubro. Enquanto as jogadoras que atuaram na Liga das Nações ganharão um período de folga, as demais atletas jogam a Copa Pan-americana entre 6 e 15 de julho, na República Dominicana. Depois, o grupo volta a se reunir para treinamentos. Último torneio de preparação para o Mundial, o Montreux Volley Masters acontece de 4 a 9 de setembro.
FINAL
O título da primeira edição da Liga das Nações ficou com a seleção dos Estados Unidos, que, assim como já havia ocorrido na abertura da fase final, bateu a surpreendente Turquia no tie-break. As parciais foram de 17-25, 25-22, 26-28, 25-17 e 15-07.
Líder da fase classificatória, a equipe comandada pelo ex-jogador Karch Kiraly sofreu apenas duas derrotas ao longo da competição, uma delas para as próprias turcas. Na decisão, as americanas também sofreram com o ótimo saque das rivais, mas conseguiram se recuperar graças às alterações do treinador, que tirou a oposta Kelly Murphy, ineficiente neste domingo, de quadra, permitindo o brilho de Kimberly Hill e Michelle Bartsch-Hackley, responsáveis por respectivamente 20 e 18 pontos – a capitã Bartsch foi quem atuou na saída de rede. A experiente Jordan Larson, por sua vez, foi o pilar da equipe, especialmente no quesito recepção.
Já pelo lado turco, Meryem Boz também marcou 20 pontos, mas perdeu eficiência no momento decisivo. A central Erdem, que já havia sido destaque contra o Brasil, outra vez foi bem, com 20 pontos. O vice-campeonato foi o melhor resultado da Turquia em competições internacionais adultas deste nível.
Destaque-se ainda um erro da arbitragem que não viu um "dois toques" claro da levantadora turca Ozbay no lance decisivo do terceiro set, para revolta de Kiraly. No fim, porém, a taça acabou ficando com a equipe mais consistente da competição.
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