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Remanescente de 2008, Jaque vê motivação no filho para seguir na seleção

Carolina Canossa

20/06/2018 06h00

Ponteira, Jaqueline foi convidada por Zé Roberto a também jogar como líbero (Fotos: Divulgação/FIVB)

Das jogadoras bicampeãs olímpicas em 2008 e 2012, somente Jaqueline e Thaísa permanecem à disposição da seleção brasileira feminina de vôlei. Por opção pessoal e/ou declínio técnico, pouco a pouco as jogadoras medalhistas de ouro em Pequim foram deixando de defender o país nas competições internacionais, mas, no que depender de Jaque, isso não vai acontecer tão cedo com ela.

A motivação? Arthur, de quatro anos.

"Eu tenho um prazer enorme de vestir esta camisa e quero muito mostrar para meu filho que o papai e mamãe puderam contribuir para a seleção brasileira, pra ele ter orgulho da gente", comentou a atleta, que é casada com Murilo, líbero da seleção masculina. Convidada pelo técnico José Roberto Guimarães a também virar especialista em defesa no time nacional, Jaqueline provisoriamente fará uma volta às origens na fase final da Liga das Nações, a partir da semana que vem, substituindo a ponteira Drussyla, que quebrou a mão direita.

Aos 34 anos, a jogadora não vê a possibilidade de ser líbero como uma forma de estender sua passagem pela seleção. "Foi um convite do Zé mesmo. Vimos que a Camila Brait pediu dispensa, por opção de ficar com a família, assim como a Leinha. Eu estou vindo para ajudar mesmo, não é para jogar e estar ali de líbero o tempo inteiro, até porque também tem a Suelen e a Gabizinha. Venho para complementar", garantiu.

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Nessa vida de dupla função, a maior dificuldade é esquecer os trejeitos de atacante.

"Faço direto esse lance de passar e fazer o movimento de ataque, às vezes esqueço de sair da quadra, às vezes fico na posição 6 e me empurram pra 5… Tenho que botar na cabeça que sou eu quem tenho que cobrir a bola, mas está sendo mais tranquilo do que eu pensava", analisou Jaque, que, até agora, só atuou como líbero na primeira semana da Liga das Nações, em Barueri. "É algo novo na minha vida e estou gostando muito", complementou.

A adaptação, inclusive, é a justificativa usada por ela para postergar a definição de seu futuro nos clubes. "Estou pensando em desenvolver meu papel muito bem feito na seleção, em ajudar mesmo e depois pensar no clube. Está sendo tudo tão novo que, para as pessoas aceitarem essa posição no clube, vai ser complicado Então, tenho que estudar muito bem se vou querer atacar no clube, como que vai ser. (A definição de onde jogará na temporada 2018/2019) Fica mais pra frente", comentou.

Suelen vê evolução na recepção em relação a 2017

CONVERSA ENTRE LÍBEROS

Ao longo de toda a Liga das Nações quem mais ocupou o posto de líbero da seleção brasileira feminina foi Suelen. Segundo a atual titular, a comunicação entre as defensoras é ótima e, inclusive, se estende a quem já não disputa posição, a agora aposentada Fabi. "Tem que trocar ideias, principalmente com ela, que foi uma exímia líbero", afirmou.

Ao fazer uma comparação entre a atual temporada de seleções e 2017, Suelen diz se sentir mais entrosada, apesar do menor tempo de treinamento. Na análise individual, ela também acredita ter evoluído. "A diferença para mim está sendo a recepção. Do ano passado para cá, evolui muito no passe", afirma.

Ter a oportunidade de encarar as melhores atletas do mundo também é um fator destacado pela líbero. "Subir bolas (contra elas) é muito melhor. Apesar de na Superliga também ter jogadoras fortes como a Tandara e a Tifanny, é diferente, não tem comparação", comemora.

A fase final da Liga das Nações feminina será disputada entre os dias 27 de junho e 1º de julho em Nanjing (China). Na busca por uma vaga na semifinal, o Brasil vai encarar a Holanda, no dia 28, às 8h15 (horário de Brasília) e as donas da casa no dia 29 (horário de Brasília).

* Colaborou Mauro Feola, de Apeldoorn (Holanda)

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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