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Passe complica, mas Tandara e bloqueio garantem dois pontos para o Brasil

Carolina Canossa

07/06/2018 13h45

Tandara (16) atacou apenas três bolas a menos que todas as atacantes brasileiras que terminaram o jogo (Foto: Divulgação/FIVB)

Jogou mal, mas ganhou. É assim, de forma curta e grossa que pode ser definido o desempenho da seleção brasileira feminina de vôlei contra a Rússia pela Liga das Nações feminina. Quem se dispôs a madrugar para acompanhar o clássico viu um jogo emocionante, mas tecnicamente sofrível, consequência de dois grupos renovados, que ainda têm muita margem de trabalho pela frente. O placar final foi de 3 sets a 2, parciais de 15-25, 25-21, 25-20, 19-25 e 17-15.

Menos mal para as comandadas de José Roberto Guimarães que a vitória veio, um resultado que praticamente assegura o time na fase final da Liga das Nações (apenas uma combinação improvável, com três derrotas nos três jogos restantes e três vitórias da Itália, ameaça a classificação). Evita-se assim um sufoco semelhante ao do ano passado, quando a seleção efetivamente esteve ameaçada de ficar fora da etapa decisiva do então Grand Prix. Mostra evolução no segundo ano do ciclo olímpico visando Tóquio 2020.

Em relação ao jogo contra as russas, a verdade é que, apesar dos dois pontos terem ficado com o Brasil, eles poderiam muito bem ser da Rússia. Elas, inclusive, tiveram um match point para isso. Apostando constantemente no saque viagem, a seleção russa criou ainda mais dificuldades para a linha de passe brasileira, que já vem sofrendo ao longo de toda a competição. As sul-americanas sofreram um total de 11 aces, sem contar a maratona que Roberta precisou correr para ir atrás dos passes quebrados.

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Só que, ao contrário do que havia acontecido diante de China e Estados Unidos, Tandara estava bem. Foram 27 pontos de ataque, dois de bloqueio e um ace, desempenho fundamental para assegurar a vitória. Para se ter uma ideia da importância da oposta, ela atacou 64 bolas, apenas três a menos da soma de todas as atacantes brasileiras que terminaram o jogo (Adenízia, Amanda, Bia e Drussyla).

Do outro lado da quadra, a nova geração russa mostra que seguirá a tradição de passes ruins, o que gerou nada menos que 12 aces sofridos. Bem preparadas, as centrais Adenízia e Bia fizeram a festa, somando 15 dos 18 bloqueios obtidos pela equipe. Bia, que assim como Tandara vinha apagada na etapa de Jiangmen, teve papel fundamental no tie-break, com bloqueios salvadores e o ace que encerrou o jogo.

Com dez vitórias em 12 jogos, a seleção brasileira feminina de vôlei agora parte para a Itália, onde de terça (12) a quinta (14) encara Bélgica, Tailândia e Itália. Será a última oportunidade de trabalhar em cima das falhas em jogo antes da fase final, quando o grupo tentará repetir o surpreendente título do Grand Prix em 2017.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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