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Com fundo de quadra "asiático", Brasil supera a forte Holanda

Carolina Canossa

31/05/2018 19h25

Tandara atacando pela posição 6.: a jogadora anotou 31 pontos na partida. (Foto: Divulgação/FIVB)

 

Por Mauro Feola, direto de Apeldoorn (Holanda)

Com exceção do terceiro set em que o Brasil esteve irreconhecível, as mais de 4 mil pessoas que compareceram no ginásio Omnisport assistiram a uma bela batalha pela última rodada da etapa de Apeldoorn da Liga das Nações. Com parciais de 25-23, 26-24, 13-25 e 25-22, a vitória acabou ficando nas mãos das brasileiras que agora aparecem em segundo lugar na classificação geral do torneio, logo atrás dos EUA e à frente da Sérvia.

O septeto brasileiro iniciou o jogo bastante nervoso, com certa imprecisão no passe. O saque também apresentou-se pouco efetivo para quebrar o passe holandês. Tais fatores deram segurança às holandesas e a levantadora Dijkema pôde brincar com suas centrais, Koolhaas e Belien. Até o 12o. ponto o time holandês liderou o placar. A partir do momento em que a seleção holandesa começou a cometer erros, o Brasil aproveitou-se para reorganizar todo o sistema montado pelo técnico José Roberto Guimarães, que voltou a funcionar novamente, apesar de alguns problemas de falta de comunicação entre as jogadoras no fundo de quadra. Com a pipe de Tandara funcionando muito bem, a seleção acabou vencendo o primeiro set por 25 a 23.

O Brasil voltou a perder o foco no início do segundo set e mais uma vez até o 12o. ponto a Holanda liderou o placar. No entanto, três fatores foram decisivos para a apertada vitória brasileira por 26 a 24: o saque, muito mais agressivo que nas partidas anteriores, a defesa, que mais parece de seleção asiática e o ótimo entrosamento entre Roberta e Tandara, principalmente com a pipe pela posição 6.

No terceiro set, como tem acontecido com bastante frequência, a seleção acabou perdendo concentração depois do sucesso nas batalhas travadas nos dois sets anteriores. Com a queda substantiva da eficiência do passe e a grande quantidade de erros no ataque, o Brasil acabou fazendo apenas 13 pontos. Dijkema mostrou grande habilidade, com bolas rápidas na ponta para a canhotinha Balkestein-Grothues e para a ex-Rexona Anne Buijs.

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O início do quarto de set de Roberta com passe não mão foi essencial para ditar o resto da derradeira parcial: bolas rápidas predominaram, o que abriu caminho para as ponteiras Tandara, Drussyla e Amanda atacarem com bloqueios quebrados. Apesar de Buijs mostrar grande desenvoltura ao lado de Lonneke Slöetjes, o time holandês não foi páreo à regularidade brasileira, que acabou fechando a partida em 25 a 22, com Tandara superando, mais uma vez os 30 pontos (ela fez 31).

O Brasil volta a jogar em Jiangmen, China, a partir da próxima terça (5). Os adversários são tradicionalmente difíceis Rússia, Estados Unidos e China, mas não estão com todo o "gás". A Rússia já não é mais a temida seleção de alguns anos e a China de Lang Ping, apesar de jogar em casa, vem fazendo experimentos com jogadoras mais novas. É evidente que isso não torna a seleção anfitriã da semana que vem menos favorita. Por fim, os Estados Unidos parecem ser o time a ser batido nessa primeira edição da Liga das Nações. Ou seja, ocasião para saber o quão efetivo está sendo o imbatível esquema proposto por Zé Roberto não vai faltar.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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