Desconcentração faz set escapar, mas Brasil atropela limitada Coreia do Sul
Por Mauro Feola, direto de Apeldoorn (Holanda)
Levando-se em conta o que o Brasil fez nos dois primeiros sets e o que a Coreia do Sul (desfalcada da estrela Kim Yeon-Koung) deixou de fazer, ninguém imaginaria que o terceiro set do primeiro jogo da terceira semana da Liga das Nações de Voleibol Feminino, etapa realizada em Apeldoorn, na Holanda, seria eletrizante a ponto da seleção do Brasil perder cinco match points e, por fim, ter que jogar um quarto set para dar números finais à partida.
Sobre as duas primeiras parciais, José Roberto Guimarães atribuiu à combinação de saque tático, posicionamento da defesa em relação à marcação do bloqueio e um contra-ataque quase impecável como a fórmula perfeita da vitória. No entanto, a baixa pontuação sul-coreana não se deveu apenas à perfeição brasileira. As orientais erraram mais do que podiam: foram 22 erros e 11 pontos computados como de saque das jogadoras brasileiras, de acordo com as estatísticas da Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Em outras palavras, a recepção coreana falhou, e muito. Resultado: o Brasil passou como rolo compressor sobre a Coreia do Sul: 25-11 e 25-14.
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A levantadora Roberta foi muito feliz ao apontar para o erro de posicionamento de mãos do bloqueio brasileiro como um dos fatores que transformaram uma apática Coreia do Sul numa equipe esperta ao atacar explorando, à la Amanda. Zé Roberto, por sua vez, destacou a perda de concentração no terceiro set, depois da seleção fazer 13 pontos seguidos na vitória da parcial anterior, como outro problema.
Não somente o bloqueio perdeu em eficiência, mas também o saque, fundamento importantíssimo em jogos contra equipes que, segundo o treinador tricampeão olímpico, nunca desistem, "mesmo se estiverem perdendo por 24 a 0". Depois de cinco match points perdidos, o Brasil acabou cedendo, com erros de Tandara no finalzinho: 33 a 31 para as coreanas.
Num certo momento do quarto set, tudo começou a se ajustar. Drussyla, que não havia feito bons segundo e terceiro sets, cresceu e ajudou o resto do septeto brasileiro a deslanchar no placar a partir do 17º ponto. Adenizia, que junto com Bia sofria com as exploradas das técnicas ponteiras coreanas, voltou a mostrar eficiência no bloqueio. Deve-se destacar, também, a importante participação de Amanda na preparação das jogadas brasileiras, assim como a ótima performance de Suelen no fundo de quadra. Roberta surpreendeu com belas jogadas de velocidade com Bia, principalmente. E Tandara, mais uma vez, se superou: com muita regularidade, alcançou o número 33 de pontos na partida e foi bastante acionada no set derradeiro, encerrado em 25 a 20 para o Brasil.
Comparada com o Brasil de 2017, a seleção de hoje não tem Natália, mas continua contando com um plantel talentoso. No quesito defesa, jogadoras como Tandara, Amanda e Drussyla impressionam. E o melhor: vai sendo exorcizado o grande fantasma da seleção no ano passado, o voleibol oriental. Perdemos jogos importantíssimos contra China e Japão na Copa dos Campeões, além de derrotas para China, Japão e Tailândia no Grand Prix. Depois da vitória contra as japonesas no Brasil, a seleção de Zé Roberto bateu a Coreia do Sul. O próximo passo é vencer o mais perigoso dos times asiáticos, a China – seleção que tirou as donas da casa das semifinais da Rio 2016.
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