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Agora líbero, Murilo volta a ser chamado para a seleção brasileira

Carolina Canossa

07/05/2018 20h48

Murilo virou líbero no Sesi para prolongar a carreira depois de uma série de problemas físicos (Fotos: Guilherme Cirino/Saída de Rede)

O choro no aeroporto internacional do Rio de Janeiro em 19 de julho de 2016 era o sinal mais visível do fim da trajetória de Murilo Endres na seleção brasileira masculina de vôlei. Cortado da Olimpíada do Rio de Janeiro por conta de uma lesão na panturrilha esquerda, o então ponteiro, emocionado, afirmou a dezenas de jornalistas que seu ciclo no time nacional estava encerrado.

Menos de dois anos depois, porém, esta história pode ser reaberta. Agora exercendo a função de líbero, o jogador do Sesi foi chamado pelo técnico Renan Dal Zotto para voltar a vestir a camisa amarela. A convocação foi oficializada no início da noite desta segunda-feira (7) e também conta com o levantador William, o central Lucão, os ponteiros Douglas Souza e Lipe e o oposto Alan, todos do Sesi, além do oposto Evandro, o central Isac e o ponteiro Rodriguinho, do campeão Sada Cruzeiro.

A partir de domingo (13), eles se juntam aos levantadores Bruninho (Modena – Itália) e Thiaguinho (Sesc RJ), os opostos Wallace (EMS Taubaté Funvic) e Renan (Sesc RJ), os centrais Maurício Souza (Sesc RJ), Otávio (EMS Taubaté Funvic) e Éder (Trentino – Itália), os ponteiros Maurício Borges (Sesc RJ) e Lucas Lóh (Halkbank – Turquia) e o líbero Thales (EMS Taubaté Funvic) para os treinamentos visando a Liga das Nações (antiga Liga Mundial), que será disputada entre 25 de maio e 8 de julho, além da Copa Pan-Americana (12 a 20 de agosto, no México) e o Campeonato Mundial (de 10 a 30 de setembro na Bulgária e na Itália).

Problemas físicos, especialmente no ombro, minaram o desempenho de Murilo como atacante a partir de Londres 2012 (Foto: Divulgação/FIVB)


VOLTA OU NÃO?

Murilo ainda não se manifestou oficialmente se aceitará ou não o convite de Renan Dal Zotto, mas, em entrevista ao Saída de Rede no fim do ano passado, não descartou a possibilidade de rever sua aposentadoria da seleção. "É difícil falar sim ou não agora. Lá para frente, daqui a uns dois ou três anos, teria que conversar com a família e pensar se valeria a pena não só para mim, mas também para a seleção, se é realmente isso o que eles precisam", comentou.

À época, o jogador iniciava sua trajetória na nova função e, por conta disso, afirmou ser "injusto" pensar em seleção brasileira: "Tem gente que já começou no vôlei jogando como líbero, trabalhou bastante e está na seleção por méritos. Hoje, preciso me dedicar e corresponder às expectativas no Sesi".

Companheiro de Murilo no Sesi, o levantador William Arjona também está na lista de Renan

Apesar de ter visto o prêmio de melhor recepção e melhor defesa da Superliga ficarem respectivamente com Thales e Tiago Brendle (Sesc RJ), Murilo fez um bom campeonato pelo Sesi – contando com sua experiência em quadra, o time foi vice-campeão da Copa Brasil e cresceu na reta final da Superliga e chegou até à final, onde fez duas partidas duríssimas contra o Sada Cruzeiro, time que vem construindo uma hegemonia no cenário nacional. Isso, porém, não o livrou de falhas, como a recepção ruim que permitiu ao central Simon encerrar o duelo decisivo da Superliga com uma bola de xeque.

Bicampeão mundial e dono de duas pratas olímpicas, Murilo foi um dos melhores jogadores do mundo no ciclo olímpico entre 2009 e 2012, mas viu seu rendimento cair por conta de sucessivos problemas físicos, que afetaram principalmente o seu ombro. Aos 36 anos, virar líbero foi a maneira encontrada para ele prolongar sua carreira, já que a função exige menos fisicamente e pede um grande domínio da técnica do passe, um dos pontos fortes do gaúcho. Além disso, pode ser a oportunidade de ele finalmente conquistar em Tóquio 2020 o ouro olímpico que lhe falta.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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