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O que esperar das quartas de final da Superliga masculina?

João Batista Junior

19/03/2018 06h00

Cruzeiro terminou primeira fase na liderança da Superliga (foto: Renato Araújo/Sada Cruzeiro)

A rodada da noite de sábado (17) definiu os confrontos das quartas de final da edição 2017/2018 da Superliga masculina. O Sesi ultrapassou o EMS Taubaté Funvic e terminou na terceira posição do torneio, o que pôs o time do Vale do Paraíba numa disputa contra o Minas, quinto colocado. Já o Corinthians-Guarulhos, com a vitória sobre o JF Vôlei, voltou à sexta posição e vai pegar o Sesi, deixando o Vôlei Renata, sétimo, no caminho do Sesc – que manteve o segundo. O outro duelo dessa etapa dos playoffs é entre Sada Cruzeiro e Canoas.

O Saída de Rede faz uma prévia desses mata-matas:

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Sada Cruzeiro vs. Lebes/Canoas
A série entre primeiro e oitavo colocados da fase classificatória da Superliga reedita um dos duelos das quartas de final do campeonato passado. Naquela ocasião, o playoff melhor de cinco foi definido em 3 jogos a 0 a favor dos cruzeirenses, que perderam apenas dois sets no cômputo geral dos confrontos. Nesta edição, os mineiros venceram os gaúchos duas vezes na primeira fase, 3-1 em Canoas, 3-0 em Contagem. Esse retrospecto mostra o favoritismo do Sada Cruzeiro para chegar às semifinais.

Canoas: dura missão contra Sada Cruzeiro (Fernando Potrick/Gama)

O início de temporada um tanto claudicante do time celeste e os reveses no mundial de clubes, em dezembro, ficaram para trás. Além de vencer a Copa Brasil (final de janeiro) e o Sul-Americano (início de março), o saque da equipe melhorou bastante no returno da Superliga – os nove aces de Simón, no sábado (17), contra Taubaté, foram o ápice dessa evolução – e o oposto Evandro, que alternava boas e más atuações, encontrou a regularidade que tinha na campanha passada. Somados à qualidade inquestionável do ponta Leal e à eficiência do sistema defensivo da equipe, esses elementos apontam o Sada Cruzeiro como favorito não só à vaga nas semifinais, mas também ao título nacional.

Já o Lebes/Canoas, que perdeu aporte financeiro em relação à temporada 2016/2017, teve uma campanha relativamente tranquila, assegurou vaga aos playoffs com folga, venceu os adversários da parte de baixo da tabela e chega como franco-atirador às quartas de final. Vale lembrar que, nos oito confrontos contra as quatro melhores equipes do campeonato, os representantes gaúchos somaram apenas dois pontos, quando perderam para Sesi (em São Paulo) e Taubaté (em casa) no tie break.

Jogo 1 – Dia 24/3, 19h – Sada Cruzeiro x Lebes/Canoas – Contagem (MG)
Jogo 2 – Dia 29/3, 19h – Lebes/Canoas x Sada Cruzeiro – Canoas (RS)
Jogo 3 – Dia 01/4 – Sada Cruzeiro x Lebes/Canoas – Contagem (MG) – se necessário

Sesc-RJ vs. Vôlei Renata
Os representantes do Rio e de Campinas tiveram, desde o início, trajetórias bastante distintas na Superliga. Enquanto o Sesc chegou como campeão da Superliga B e investindo pesado na montagem do elenco (contratando campeões olímpicos como Maurício Souza e Maurício Borges), o Vôlei Renata, finalista em 2016, perdeu seu principal patrocinador e foi coadjuvante na competição.

Em prévia dos playoffs, Borges encara bloqueio de Vissotto (Marcos Ribolli/Vôlei Renata)

Segundo colocado na fase de classificação, o Sesc chegou a ficar em primeiro e parecia, até meados do returno, a maior ameaça à supremacia do Sada Cruzeiro. Contudo, nas últimas cinco rodadas, o time oscilou a tal ponto que não dá para cravar que passe com facilidade pelo time campineiro: depois de vencer JF Vôlei e Minas no tie break, perdeu para Montes Claros e Sesi, além do próprio Vôlei Renata, e só se manteve na vice-liderança graças ao set average.

Por outro lado, o Vôlei Renata, do oposto Leandro Vissotto, ficou em sétimo lugar, mas ganhou bom impulso nas últimas semanas da fase classificatória: vitórias sobre o Sesc e sobre o time misto do Sada Cruzeiro se juntam ao 3-2 aplicado sobre o Taubaté no primeiro turno para mostrar que a equipe carioca vai pegar um time que já bateu rivais de grande estatura na competição.

Jogo 1 – Dia 24/3, 15h – Sesc-RJ x Vôlei Renata – Rio de Janeiro (RJ)
Jogo 2 – Dia 28/3, 19h30 – Vôlei Renata x Sesc-RJ – Campinas (SP)
Jogo 3 – Dia 01/4 – Sesc-RJ x Vôlei Renata – Rio de Janeiro (RJ) – se necessário

Sesi vs. Corinthians-Guarulhos
No único mata-mata das quartas de final que envolve rivais do mesmo estado, o time da Vila Leopoldina é favorito a chegar às semifinais. O Sesi venceu o estreante Corinthians-Guarulhos nos dois jogos entre as equipes na fase de classificação, mas é bom ressaltar que ambas as partidas foram até o tie break (um deles definido em 22-20).

Sesi vs. Corinthians: jogos de cinco sets na fase classificatória (Karen Griz/Sesi-SP)

O Sesi reformulou bastante o elenco na temporada, trouxe, entre outros, o armador William, o oposto Alan, o central Gustavão, o ponta Lipe, e ainda contou com a mudança de posição de Murilo – que virou líbero. O time oscilou na competição em vários momentos, mas, nas últimas semanas, venceu Taubaté e Sesc, o que lhe traz boas perspectivas.

O Corinthians, que chegou à Superliga via Taça Ouro, tem um dos elencos mais experientes da Superliga, com os centrais Luizinho e Riad, o líbero Serginho e o oposto Rivaldo. O representante de Guarulhos venceu metade das 22 partidas que disputou e pode, pelo retrospecto contra os sesistas no campeonato e pela qualidade do seu elenco, fazer bons jogos nas quartas de final.

Jogo 1 – Dia 25/3, 14h30 – Sesi x Corinthians-Guarulhos – São Paulo (SP)
Jogo 2 – Dia 29/3, 21h30 – Corinthians-Guarulhos x Sesi – Guarulhos (SP)
Jogo 3 – Dia 02/4 – Sesi x Corinthians-Guarulhos – São Paulo (SP) – se necessário

EMS Taubaté Funvic vs. Minas Tênis Clube
Dada a diferença de investimento dos clubes e da qualidade dos plantéis, surpreende que a distância imposta pelo Taubaté sobre o Minas, ao término da etapa de classificação, tenha sido de apenas três pontos. E isso apesar de os atuais vice-campeões da Superliga haverem conquistado seis pontos sobre os minastenistas.

Ivovic tenta passar pelo triplo do Minas ((Orlando Bento/MTC)

O EMS Taubaté Funvic ficou na quarta posição e cumpriu um campeonato sem grandes sobressaltos, mas também sem muito brilhantismo. Mesmo sem contar com Lucarelli desde novembro, quando lesionou o tendão do calcanhar, um time com nomes como Wallace, Raphael, Dante e Ivovic poderia ter feito mais do que vencer apenas dois dos seis jogos que teve contra equipes do G4.

O Minas Tênis Clube, que tem testado formações com o atacante cubano Yordan Bisset ora na entrada de rede, ao lado de Bob Dvoranen, ora na saída de rede, no lugar de Felipe Roque, deu muito trabalho aos grandes no returno: além vencer o Sesi (a quem já havia vencido no jogo de ida), foi até o tie break com Sesc e Sada Cruzeiro. O favoritismo é de Taubaté, mas a promessa é de uma série das mais interessantes.

Jogo 1 – Dia 25/3, 19h – EMS Taubaté Funvic x Minas Tênis Clube – Taubaté (SP)
Jogo 2 – Dia 30/3, 19h – Minas Tênis Clube x EMS Taubaté Funvic – Belo Horizonte (MG)
Jogo 3 – Dia 02/4 – EMS Taubaté Funvic x Minas Tênis Clube – Taubaté (SP) – se necessário

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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