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Afastada do vôlei, Dani Lins reclama por seguir com "7 pontos" na Superliga

Carolina Canossa

14/03/2018 10h40

Titular da seleção até a Rio 2016, Dani Lins não atua desde abril do ano passado (Foto: Divulgação/FIVB)

"Será que terei que sair da seleção para baixarem meus pontos?". Foi desta forma, indignada, que Dani Lins reagiu ao ser questionada sobre o fato de ter sido mantida com 7 pontos no ranking da Superliga feminina de vôlei. Mesmo sem jogar desde a final da edição 2016/2017 da competição, em 23 de abril do ano passado, por conta da gravidez de sua primeira filha, Lara, a levantadora continua no grupo de melhores do país e terá restrições para fechar com algum clube quando voltar às quadras.

"Estou há quase 12 meses sem jogar e treinar e mesmo assim continuo com 7 pontos", lamentou a atleta que deu a luz no último dia 25 de fevereiro. Em temporadas anteriores, ela já havia se manifestado publicamente contra o ranqueamento – ao lado de outras jogadores de elite, participou incluve de uma ação na Justiça contra a medida, sem sucesso. "Infelizmente os clubes olham somente para o próprio umbigo. Nós temos esperanças todo ano que esse ranking caia, ou pelo menos coloquem três jogadoras de 7 pontos por time e, quando acaba a reunião de ranking, e falam que continua a mesma coisa, é com indignação que olhamos para tudo isso", comentou.

Ainda curtindo os primeiros dias ao lado de Lara, fruto de seu relacionamento com o central Sidão, Dani se preocupa com sua reintrgração no mercado do vôlei. "Não só é difícil para mim, como para todas as jogadoras de 7 pontos. Para mim, creio que mais difícil por ser levantadora, mas vamos ver no que vai dar nesses próximos meses", analisou.

Na semana passada, representantes dos atletas e dos dez primeiros colocados da fase classificatória da Superliga feminina se reuniram em São Paulo para discutir o ranking. Por oito votos contra três que defendiam a extinção total da medida, decidiu-se pela manutenção do sistema atualmente em vigor: cada time só pode contratar duas atletas de 7 pontos. Seguem parte deste grupo a própria Dani Lins, as centrais Fabiana e Thaisa, as ponteiras Fernanda Garay, Gabriela Guimarães e Natália e a oposto/ponteira Tandara. Elas ganharam a companhia da oposta Tifanny Abreu, enquanto a ponteira Jaqueline e a oposto Sheilla deixaram de fazer parte da classificação e podem fechar contrato com quem desejarem.

Entre os homens, uma votação apertada (6 a 5) determinou a abolição do ranking depois de 26 anos. A decisão será oficialmente anunciada nos próximos dias, após o fim da fase classificatória da Superliga masculina.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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