Apoio raro de patrocinador faz Renata Valinhos sonhar alto no vôlei
Em um país no qual planejamentos realistas e de longo prazo são raridade, um time da parte de baixo da tabela da Superliga feminina de vôlei deve ser olhado com atenção. Criado há três temporadas, o Renata Valinhos/Country possui estrutura e apoio incomuns no voleibol de clubes, o que lhe permite sonhar em, pouco a pouco, galgar degraus no cenário nacional.
Um exemplo desta organização ocorreu pouco antes do início da Superliga, em outubro. Ciente de que Rio do Sul passava por dificuldades financeiras e corria sério risco de não conseguir disputar a competição, o time estava pronto para substituir a equipe de Santa Catarina. "Já tínhamos desde maio tudo estruturado para um patrocínio de 12 meses (com a empresa Selmi, dono da marca Renata). Mesmo perdendo a vaga na Superliga via Taça Ouro para o Sesi, mantivemos o trabalho e eu continuei dando treinos. Quando veio o convite, foi só falar sim", conta André Rosendo, gestor e técnico da equipe do interior paulista.
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Tamanha preparação não deixa de ser uma surpresa, especialmente em um esporte já acostumado com perdas repentinas de patrocinadores, que acabam deixando atletas, integrantes de comissões técnicas e treinadores a ver navios de uma hora para outra.
"Foi um fato raro", admite Rosendo. De acordo com ele, o projeto não sofreu alterações nem quando Valinhos perdeu duas vezes no tie-break, para o CWB/Madero e para o Sesi, na Taça Ouro, desperdiçando a chance de voltar à elite nacional graças aos resultados obtidos em quadra. "Já estava acertado que continuaríamos. O presidente da empresa havia me dito que, mesmo se a gente perdesse a Taça Ouro, iria investir forte para ganhar a Superliga B", revela.
Esporte caro
Ainda que a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) arque com custos como o deslocamento das equipes ao longo da Superliga, estar na elite do voleibol brasileiro não é nada barato. O Renata Valinhos, por exemplo, conta este ano com um orçamento de R$ 700 mil para a temporada. O valor parece alto, mas é insuficiente para bater de frente com as grandes equipes – nas nove primeiras rodadas do campeonato, o time paulista conseguiu vencer apenas o confronto contra o Sesi.
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Mesmo assim, a situação é vista com otimismo por Rosendo. "(Esse valor) é uma evolução enorme. No nosso primeiro ano, tivemos R$ 130 mil para a temporada, estávamos no limite. O investimento foi duplicado no ano seguinte e agora mais que dobrou", afirma o gestor, que ressalta o fato de a marca Renata também apoiar agora o time masculino de Campinas, ex-Medley e Brasil Kirin. "É uma crescente e o investimento no masculino mostra o quanto eles estão acreditando no esporte e no retorno que o vôlei dá", complementa.
O orçamento de Valinhos na atual temporada não só banca o time adulto, como também um trabalho de base, desde o sub-13 até o sub-19. Para 2018, o plano é também contar com uma equipe sub-21, o último passo antes do profissional. Já na atual Superliga, a meta é ficar entre os dez primeiros colocados entre os 12 participantes, para não ser rebaixado novamente. "Assim, garantimos nossa vaga no ano que vem. Depois, queremos ficar entre os oito melhores e ir crescendo. Quer queira quer não, agora temos uma boa visibilidade com o patrocinador também apoiando uma equipe do masculino e isso pode arrastar a gente junto", destaca Rosendo, sonhando em fazer história no vôlei nacional.
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