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Superliga feminina: vem briga boa pelo título?

João Batista Junior

17/10/2017 06h00

Sem um grande favorito, Sesc e Minas estão entre os candidatos ao título da Superliga (foto: Jarbas Oliveira/MPIX/CBV)

A temporada 2017/2018 da Superliga feminina começou no domingo (15), com uma vitória do Fluminense por 3 a 0 sobre o BRB/Brasília, e prossegue nesta terça-feira com cinco partidas. Com transmissões via internet desde o início da competição (veja abaixo a programação de jogos do dia), a configuração das equipes este ano promete (repito: PROMETE) um campeonato com raro equilíbrio entre os times do pelotão dianteiro.

É claro que o abismo técnico e financeiro entre as equipes de ponta e as demais concorrentes não deixa margem para pensar que um dos fortes passe algum perrengue para chegar aos playoffs. Contudo, a saída do parceiro de décadas e de jogadoras importantes do Sesc RJ e a chegada de um time que pretende se estabelecer entre os grandes, como o Hinode Barueri, levam a crer que, desta vez, as cartas da Superliga feminina poderão estar mais embaralhadas.

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LUTAM PELO TÍTULO – Sesc RJ, Vôlei Nestlé, Camponesa/Minas, Dentil/Praia Clube
Num universo tão reduzido de times como é o da Superliga, dizer que o título deve ser disputado com mais afinco entre quatro equipes específicas não chega a ser nenhum exercício de adivinhação. Mas, como fugir do óbvio e não dizer que o troféu desta edição fica com um dos últimos semifinalistas? E, por outro lado, como atribuir a um deles favoritismo exacerbado em relação aos outros três?

Tàssia, ex-Praia, em ação pelo Osasco: elenco bastante modificado para o campeonato (João Pires/Fotojump)

Todas essas equipes perderam jogadoras titulares em relação ao campeonato anterior e terão de se remodelar durante a competição: o representante do Rio não contará com Carol nem com Anne Buijs, enquanto o sexteto de Osasco não terá as sérvias Ana Bjelica e Tijana Malesevic, tampouco Dani Lins e Camila Brait, grávidas, ao que o Minas, sem Jaqueline, ainda espera pelo retorno da norte-americana Destinee Hooker.

Até se poderia dizer que o Praia, que contratou a oposta norte-americana Nicole Fawcett, a ponteira Fernanda Garay e a líbero Suelen, largou à frente na montagem do elenco, mas, por haver sido a equipe que mais titulares perdeu entre as grandes (Daymi Ramirez, Alix Klineman, Michelle e Tássia não defendem mais o clube) e por ter perdido duas vezes para o Minas no estadual, é bom esperar algumas rodadas para ver se o time de Uberlândia consegue se destacar das demais.

FIQUE DE OLHO – Hinode Barueri
Estreante na Superliga, o time de Barueri bem poderia estar satisfeito em oferecer resistência aos grandes, fazer frente às equipes de baixo orçamento e caminhar tranquilo por entre os que ambicionam apenas uma vaga nos playoffs. Porém, a equipe montada pelo técnico José Roberto Guimarães pode, de fato, pleitear um lugar entre os melhores.

Jaqueline vai defender o time de José Roberto Guimarães (divulgação/Barueri)

Além de jogadoras experientes como Érika, Suelle e Ana Cristina, remanescentes da campanha vitoriosa na divisão de acesso, Barueri conta agora com jovens valores como Naiane e Edinara, que defenderam a seleção neste ano.

O time deu trabalho ao Vôlei Nestlé nas finais do Paulista e vai ter, no nacional, o reforço da oposta polonesa Kasia Skowronska e da ponteira Jaqueline, cuja contratação foi anunciada pelo clube na noite da segunda-feira (16). Existe ainda a possibilidade de a equipe contar com a meio de rede Thaisa, que está se recuperando de uma cirurgia no joelho e tem a permissão de seu clube, o Eczacibasi VitrA, para jogar por uma equipe brasileira nesta temporada.

BRIGA POR VAGA NOS PLAYOFFS – Vôlei Bauru, Pinheiros, Fluminense, São Cristóvão Saúde/São Caetano
Imaginando que as cinco equipes mencionadas anteriormente não tenham muito trabalho para chegar às quartas de final, sobrariam três vagas aos playoffs para Bauru, Pinheiros, São Caetano e Fluminense disputarem.

Fluminense estreou com vitória fácil sobre Brasília (Mailson Santana)

Nesse pelotão, destaque para o tricolor carioca, que tem seu ponto forte nas ponteiras Michelle e Thaisinha, como ficou claro na vitória sobre as brasilienses na estreia.

Chama a atenção, além da ida da central argentina Mimi Sosa do Pinheiros para o São Caetano, o grande número de mudanças por que passou o elenco do Bauru: o time tem novo treinador (saiu Marcos Kwiek, entrou Fernando Bonato) e sofreu grande reformulação no elenco (Mari Cassemiro e Bruna Honório foram para o Pinheiros, e também saíram as dominicanas Brenda Castillo e Priscila Rivera, além de Mari Steinbrecher, e vieram Paula Pequeno, a cubana Yoana Palacios e a líbero porto-riquenha Shara Venegas).

PELA PERMANÊNCIA – Sesi, Renata Valinhos/Country, BRB/Brasília
Infelizmente, não dá para esperar muito mais de Sesi, Valinhos e Brasília do que lutar contra o rebaixamento.

As sesistas se mantiveram na divisão principal graças à Taça Ouro e perderam sua principal atacante – Lorenne foi para o Vôlei Nestlé. O time de Valinhos jogaria a Superliga B, mas ganhou a permanência na elite do voleibol nacional por conta da desistência do Rio do Sul. E o Brasília, única equipe fora do sudeste nesta temporada da Superliga feminina, perdeu várias atletas para esta temporada, como Amanda, Paula Pequeno e Andréia Sforzin, e já mostrou na estreia, diante do Fluminense, que passe e ataque serão um problema.

reprodução/CBV

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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