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Brasil se enrola nos próprios erros e estreia com derrota da fase final do Grand Prix

Carolina Canossa

02/08/2017 10h05

Seleção feminina teve grande dificuldade em um de seus pontos fortes, a virada de bola (Fotos: Divulgação/FIVB)

Depois de uma rodada empolgante há dez dias em Cuiabá, a seleção brasileira feminina de vôlei tomou uma "ducha de água fria" em sua estreia na fase final do Grand Prix. Diante da campeã olímpica China, a equipe nacional foi derrotada por 3 sets a 0, parciais de 25-22, 25-17 e 29-27, na manhã desta quarta-feira (2).

Méritos da China à parte, o revés por tal placar é consequência direta de momentos ruins das próprias brasileiras: para efeito de comparação, o time verde-amarelo cedeu 21 pontos em erros, contra apenas oito das adversárias. Assim como já havia ocorrido em outros jogos ao longo da competição, o time comandado por José Roberto Guimarães voltou a ter uma apresentação instável e deixou o rival crescer demais.

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Um grande exemplo disto foi no primeiro set. Mais agressivo e com boa marcação sobre a estrela Ting Zhu, o Brasil perdeu a parcial por conta das falhas no ataque, especialmente com Tandara e Natália, as duas atacantes mais potentes da equipe. O saque também não entrou como deveria e as chinesas precisaram fazer apenas o básico para sair na frente no placar.

Passe, especialmente nos saques de Zhu, também voltou a oscilar

A vitória um tanto quanto inesperada na primeira parcial deu impulso à China, que em poucos minutos já tinha 6 a 0 na segunda etapa. A seleção feminina ainda conseguiu se ajustar, especialmente no bloqueio, encostando em 16-17. Mas aí um erro de arbitragem desmontou a reação: sem mais desafios disponíveis, o Brasil não teve como contestar uma bloqueio dentro de Adenízia que foi marcado como fora e o que seria o 17-17 virou um 16-18. A partir daí, uma sequência de falhas no passe fez com que as brasileiras fossem massacradas e derrotadas por 17-25 na parcial.

O passe continuou a ser problema no primeira metade do terceiro set, o que, somado, às dificuldades no ataque permitiu que a China chegasse ao segundo tempo técnico com quatro pontos de vantagem: 16-12. Mas a equipe de Zé Roberto não se entregou e, pressionando Zhu no saque, não só buscou o resultado como chegou a ter três sets points. Só que a ineficiência na hora de encerrar as jogadas deu as caras de novo e as asiáticas fecharam o jogo por 3 sets a 0.

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Com o placar adverso, o Brasil agora joga sua sobrevivência na competição nesta quinta (3), contra a Holanda, às 8h30 (horário de Brasília), novamente na cidade chinesa de Nanjing. A China, por sua vez, folga e só volta à quadra na sexta (4), quando encara as europeias.

Mais cedo, pelo outro grupo da fase final, a Sérvia por pouco não entregou uma vitória que parecia certa diante dos Estados Unidos: com 2 a 0 no placar e 14-07 no terceiro set, a equipe do Leste Europeu simplesmente sofreu um apagão do qual só foi se recuperar no tie-break. No final, o resultado ficou em 25-22, 25-17, 23-25, 18-25 e 15-11 para as  vice-campeãs olímpicas.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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