Natália renova contrato e prevê vida longa no exterior: "não me vejo voltando ao Brasil"
Foram temporadas e mais temporadas no voleibol brasileiro até a ponteira Natália Zilio decidir aceitar sua primeira proposta do exterior aos 27 anos. Agora, ela não quer voltar tão cedo. Eleita a MVP das finais da mais recente edição do Campeonato Turco, onde defendeu o Fenerbahce, a jogadora revelou ao Saída de Rede que seu plano de carreira prevê uma longa estadia por terras estrangeiras.
"Não me vejo voltando pro Brasil ainda. Enquanto houver oportunidade, vou continuar jogando lá fora mesmo", comentou a atleta, que já fechou contrato para permanecer na equipe na temporada 2017/2018. "É uma experiência de vida, você cresce não só no (lado) profissional, como no pessoal também. Conheci outra cultura! Eu morei, poxa, em Istambul, uma cidade maravilhosa. Isto me enriqueceu demais! Me vejo hoje como uma pessoa com muito mais conhecimento", avaliou.
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Atuando na Turquia ao lado de atletas de várias nacionalidades, como a levantadora tailandesa Nootsara Tomkom, a atacante holandesa Maret Grothues e a sul-coreana Kim Yoen Koung, num time treinado pelo italiano Marcello Abbondanza, a brasileira contou que teve de "se virar" no inglês. Já dentro de quadra, o desafio foi enfrentar constantemente rivais do naipe de "Boskovic, Kosheleva, Larson", como a própria jogadora mencionou.
Mas, entre tantas craques, Natália não hesitou em dizer em quem mais se espelhou na temporada. "Aprendi muito com a Kim, uma das peças-chave do time. Foi uma experiência sensacional jogar ao lado dela, que, infelizmente, não vai continuar no Fenerbahce", afirmou Natália, lamentando o fato de a MVP dos Jogos de Londres haver se transferido para o Shangai, da China.
Além do Campeonato Turco, Natália faturou a Copa da Turquia em sua primeira temporada no voleibol europeu, concretizando um desfecho bem diferente do que se anunciava no início da temporada de clubes: enquanto o rival Eczacibasi Vitra, de Thaisa, havia conquistado o Mundial de Clubes das Filipinas, e o VakifBank atropelava os rivais na Liga dos Campeões e no Campeonato Turco, a equipe da atacante brasileira demorou a se ajustar. "A gente começou meio desacreditada até mesmo no nacional", admitiu a jogadora.
Como então a "maré" virou? Natália explica: "Conversávamos bastante, começamos a treinar mais, nos dedicamos mais e o time acabou encaixando. Acho que o que faltava mesmo era treinamento, porque não é fácil pegar uma peça de cada país e fazer isso funcionar em uma semana. O tempo nos fez muito bem e crescemos".
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Só faltou ao Fenerbahce o título da Liga dos Campeões. O revés na principal competição europeia, quando o time foi eliminado pelo Eczacibasi nos playoffs de 6, transformou, mais do que nunca, a competição numa das metas da brasileira: "Um dos meus objetivos na carreira é ganhar uma Champions League".
"A gente ficou muito chateado por não ter passado para o Final Four (da Liga dos Campeões), mas este ano acho que o time vai ficar bem equilibrado. Quem sabe não possamos buscar esse Final Four?", sonha Natália, que se prepara para defender o Brasil na fase final do Grand Prix, a partir da próxima quarta-feira (2).
* Colaborou João Batista Júnior
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