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Exclusivo: os grupos da Liga Mundial masculina e feminina de 2018 (sim, o GP muda de nome)

Sidrônio Henrique

14/07/2017 14h00

Fase classificatória da Liga Mundial será disputada durante cinco semanas (fotos: FIVB)

O Saída de Rede teve acesso com exclusividade aos grupos que vão compor, no próximo ano, uma das principais competições da modalidade – confira abaixo a composição das chaves. Como você viu no título deste post, o Grand Prix, torneio do naipe feminino que começou a ser disputado em 1993, mudará de nome e receberá a mesma denominação do seu equivalente masculino, a Liga Mundial, que teve sua primeira edição em 1990. A Federação Internacional de Vôlei (FIVB) só deve anunciar oficialmente o novo formato, os grupos e as datas da Liga Mundial 2018 após a final do GP 2017, marcada para 6 de agosto.

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Em razão do baixo retorno financeiro, a segunda e a terceira divisão serão extintas. Em cada Liga Mundial serão 16 seleções (atualmente são 12 na elite), para as quais a FIVB atribuiu o status de "classificadas" (e não escolhidas) a partir da combinação de fatores como histórico na modalidade e especificamente no torneio, resultados recentes, posição no ranking e infraestrutura para receber partidas. Destacar-se em apenas um desses itens não garantiria participação na competição. Embora de forma velada, o peso financeiro ou político das federações dos países "classificados" também foi determinante na formação da lista. A nova Liga Mundial terá cinco semanas na fase de classificação e permanecerá com seis seleções na fase final.

Participantes fixos e desafiantes
Tanto no masculino como no feminino, a FIVB estabeleceu 12 equipes fixas e quatro desafiantes, que dependendo do seu resultado na edição 2018 podem permanecer ou sair da Liga Mundial.

No masculino, as 12 equipes com presença permanente (até segunda ordem, afinal trata-se da FIVB) são: Brasil, Itália, Estados Unidos, Rússia, Sérvia, França, Argentina, Polônia, Irã, Alemanha, Japão e China. Os desafiantes: Canadá, Bulgária, Austrália e Coreia do Sul.

Já na competição feminina, as 12 seleções fixas são as seguintes: Brasil, China, Sérvia, Estados Unidos, Rússia, Holanda, Itália, Alemanha, Turquia, Japão, Coreia do Sul e Tailândia. Os desafiantes são: Polônia, Bélgica, República Dominicana e Argentina.

A seleção brasileira é a maior vencedora em ambos os naipes, com nove títulos no masculino e onze no feminino.

Mais partidas
Na sua versão mais longa até aqui, na edição de 1996 e na de 2001, o Grand Prix teve quatro semanas de duração, fora as finais. A Liga Mundial, durante mais de uma década, teve seis semanas na fase classificatória, porém eram realizados dois jogos por rodada e naquele formato havia menos deslocamentos. As chaves tinham quatro seleções, que enfrentavam quatro vezes umas às outras, sendo duas em casa e duas como visitantes. Com isso, menos partidas eram disputadas, 12 na etapa de grupos, enquanto na edição 2018 elas irão jogar 15 vezes para tentar ir às finais.

Em 2017, tanto a Liga Mundial quanto o Grand Prix foram programados com três semanas na fase de classificação da divisão principal (assim como na segunda), ou seja, nove partidas para cada equipe antes das finais.

Por ser mais longa, a edição 2018 envolverá mais viagens. Cada país poderá ser sede de até duas etapas – a maioria será de uma. É possível que alguns dos 16 participantes em cada naipe não recebam jogos da Liga Mundial. A Argentina se mobiliza para ser sede das finais no masculino e a Itália no feminino. A confirmação do local da fase decisiva só deve ser feita pela FIVB no final deste ano.

A seleção eslovena, vice-campeã europeia e atual campeã da segunda divisão, está fora da Liga Mundial 2018

Controvérsia
Antes mesmo de ser oficializado, o novo formato da Liga Mundial já desperta polêmica. Com informações de bastidores de que a segunda e a terceira divisão serão extintas, federações de países cujas seleções ficariam de fora do torneio obviamente não gostaram da notícia, ainda que algumas tivessem dificuldade em arcar com os custos da competição.

A ascendente Eslovênia fez barulho e deve seguir reclamando. Em junho, durante a disputa da segunda divisão e com as mudanças no formato do torneio sendo discutidas, o presidente da federação daquele país, Metod Ropret, afirmou que, caso sua seleção ganhasse e não tivesse uma vaga no campeonato no ano seguinte, "lutaria até o fim" para garantir esse direito. A Eslovênia, atual vice-campeã europeia, venceu a segunda divisão da Liga Mundial 2017, o que pelas regras em vigor este ano lhe asseguraria um lugar na elite em 2018. Porém, até porque ainda não houve anúncio oficial sobre as alterações, a federação eslovena não fez nada por enquanto.

Haveria a possibilidade de retaliação se a Eslovênia levar adiante a ideia de brigar pela vaga? Em 2002, após organizar o Campeonato Mundial masculino, a federação da Argentina fez uma série de acusações de corrupção contra a FIVB. Como resultado, o país foi suspenso de competições oficiais por tempo indeterminado e a federação local, dissolvida. A proibição caiu em meados de 2003, quando uma nova entidade nacional foi criada, desta vez alinhada com a FIVB. O caso argentino é distinto, envolveu denúncias pesadas, mas ilustra o risco, ainda que a Federação Internacional tenha hoje outros dirigentes.

Será estranho ver equipes competitivas como a Eslovênia ou a Bélgica fora do torneio masculino, enquanto a China, sem resultados expressivos entre os homens, recebe a condição de participante fixa, além da presença da Austrália e da Coreia do Sul, mesmo como desafiantes. A escolha, como dissemos mais acima, nem sempre é técnica, com peso considerável para fatores políticos ou financeiros.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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