Seleção lamenta lance de sorte da França, mas reconhece o mérito dos campeões
Curitiba (PR) – O Brasil vencia a França por 11 a 10 no tie break, quando Kevin Le Roux foi para o saque. O meio de rede francês iniciou uma passagem no serviço que pôs sua equipe em vantagem de 13-11 no marcador. No primeiro rali dessa série de saques, no entanto, uma defesa de Earvin N'gapeth num ataque de Wallace se converteu em ponto direito para a equipe europeia. Essa sequência foi vista como o fator decisivo na vitória da França por 3 a 2, na madrugada deste domingo, na Arena da Baixada.
"Faltou N'gapeth não defender aquela bola lá no bico da quadra", lamentou Bruno. "Agora não tenho consciência exatamente do que faltou, mas a gente tem que exaltar os méritos do adversário também. Faltou a gente jogar mais do que eles", resumiu o levantador e capitão da seleção brasileira.
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Força francesa
Em que pese o insucesso na Rio 2016, a equipe francesa tem se posicionado entre as melhores do mundo. Foi semifinalista no Mundial 2014, campeã europeia em 2015 e bicampeã da Liga Mundial (2015 e 2017). "A França é um rival muito forte há muitos anos e, com certeza, até 2020, vai seguir sendo", previu o líbero Tiago Brendle.
O ponteiro Lucarelli ressaltou que a final da Liga Mundial foi um jogo parelho, mas os rivais mereceram a vitória.
"Mérito deles. Foi uma partida equilibrada, um 3 a 2, com 15 a 13 no tie break. Eles tiveram oportunidades e souberam aproveitar. Tiveram uma boa sequência de saques no final do set e estão de parabéns", disse o atacante, que assinalou 22 pontos e empatou com Wallace como maior anotador do Brasil na partida – N'gapeth, com 29 acertos, foi o pontuador máximo do jogo.
O levantador Raphael, que entrou em inversões no decorrer da partida, ponderou que os franceses foram beneficiados pelo lance fortuito no tie break, mas tiveram boa atuação.
"Acho que a França, em alguns momentos, deu sorte, mas jogou muito bem. Foi um jogo de altíssimo nível", elogiou o armador. "A gente deu tudo o que podia ali dentro de quadra e a França no final do tie break conseguiu os pontos que fizeram a diferença", comentou.
Avaliação positiva
Raphael avaliou ainda que, apesar da perda do título, a seleção fez um bom papel na competição. "Não é fácil começar de um novo ciclo com toda a pressão depois do campeonato olímpico. Ter a oportunidade de fazer essa final em casa foi muito gratificante e o grupo mostrou que está preparado para novos desafios", afirmou o levantador.
"Se chegou na final, com certeza, (a avaliação) é positiva", completou Bruno. "Lógico que fica a frustração de ter perdido, ainda mais um (tie break) com dois pontos de diferença. A gente continua chegando entre os melhores, continua sendo número 1 do ranking, e isso é positivo", ressaltou o levantador campeão olímpico.
Para o oposto Renan Buiatti, que só entrou contra a França em inversões ou para elevar a estatura do bloqueio, a equipe do Brasil mostrou evolução em relação ao voleibol apresentado no início do torneio, há pouco mais de um mês, mas precisa continuar progredindo.
"A gente tem que melhorar um pouco no ataque, um pouco no bloqueio, ter mais calma quando a bola está ruim. A gente errou alguns saques hoje que não podia ter errado, (não fez) defesas fáceis em largadas que caíram. Voleibol de alto nível é isso: detalhe", concluiu o atacante de 2,17m de altura.
A próxima competição oficial da seleção brasileira será o Campeonato Sul-Americano, no início do mês que vem, no Chile, torneio que também serve como classificatório para o Mundial 2018.
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