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Seleção feminina repete erros e sofre primeira derrota do ciclo olímpico

Carolina Canossa

07/06/2017 19h29

Ineficiência ofensiva brasileira e boa atuação do sistema defensivo alemão foram decisivos nesta quarta (Fotos: Divulgação)

Desta vez não foi possível evitar a derrota. Diante da Alemanha, um adversário mais bem preparado taticamente e em ritmo de jogo, a seleção brasileira feminina de vôlei sofreu sua primeira derrota no ciclo olímpico de Tóquio 2020. Em partida válida pelo torneio amistoso de Montreux, o placar foi de 3 sets a 2, parciais de 25-17, 20-25, 25-22, 23-25 e 15-13.

Apesar de desagradável, o resultado negativo não deve ser encarado como o fim do mundo. A Alemanha tem bons talentos, como a ponteira Brinker e a oposta Lippmann, e está mais rodada na temporada após garantir vaga no Mundial no último fim de semana. O problema mesmo foi ver que o Brasil voltou a apresentar os mesmos problemas que já vínhamos apontando aqui.

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O experiente técnico José Roberto Guimarães até tentou melhorar o passe, colocando Amanda no lugar de Drussyla no time titular, mas não obteve sucesso. Destaque na Superliga pelo Terracap/Brasília, Amanda não aproveitou bem a oportunidade e a linha de passe formada por ela, Suelen e Natália seguiu colocando Roberta em apuros, com poucas possibilidades de jogadas pelo meio.

Natália ainda não apresentou a liderança que se espera dela em quadra

Resultado: muita dificuldade na virada de bola – para dar um exemplo, no primeiro set o time nacional vez somente sete pontos de ataque. A surra na parcial só não foi maior porque a equipe sacou razoavelmente bem, permitindo que o bloqueio pontuasse. Irritado, Zé Roberto insistia para que a  levantadora Roberta jogasse com bolas mais chutadas, acelerando o jogo.

Ajudou também o fato de Tandara, a melhor arma ofensiva da seleção no momento, finalmente acordar para o jogo no segundo set, levando consigo outros nomes, como Natália. O time melhorou um pouco, mas somente nesta etapa foi capaz de realmente se impor. A inversão 5-1 com Fernanda Tomé, por sua vez, foi ineficiente. A constância das atacantes brasileiras têm sido justamente não apresentar constância e, apesar de o duelo ter ido para um emocionante tie-break, a invencibilidade da seleção feminina acabou quebrada em nova atuação muito abaixo do passe e do ataque.

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Para não ficarmos só na "corneta", o destaque positivo ficou por conta de Adenízia. Vinda de uma ótima temporada na Itália, a central esteve muito bem no bloqueio, onde conseguiu nove pontos. Agora, o Brasil folga nesta quinta (8) e volta à quadra na sexta (9), às 13h45 (horário de Brasília), contra a Tailândia, que foi à Suíça sem a levantadora Tomkom, sua principal estrela.

Antes de encerrar, um novo comentário sobre a péssima arbitragem do Montreux, com diversas marcações erradas, inclusive no segundo match point da Alemanha, que encerraria o confronto alguns segundos mais cedo. Ao mesmo tempo, cabe ressaltar que a juíza eslovena Sanja Miklosic errou para os dois lados, o que demonstra uma necessidade de melhor treinamento dos profissionais que lidam com esse tipo de decisão.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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