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Saque e imprecisão no levantamento marcam derrota na estreia de Renan na seleção

Carolina Canossa

02/06/2017 15h56

Renan testou poucas alterações ao longo da partida (Fotos: Divulgação/FIVB)

Antes de qualquer coisa, vamos deixar claro: esta análise não vai jogar pedras em Renan Dal Zotto, a despeito da virada tomada em sua estreia na seleção brasileira masculina, que coincidiu com o início da Liga Mundial. Até porque, em que pese a derrota, o time não esteve mal e, inclusive, teve possibilidades reais de sair de quadra com um triunfo por 3 sets a 1 sobre a campeã mundial Polônia.

Brasil e Polônia, aliás, vivem momentos bem parecidos: são dois times com técnicos novos (o italiano Ferdinando De Giorgi, no caso dos europeus), que apostaram em uma base consolidada no ciclo olímpico anterior para seus primeiros desafios no cargo. Do outro lado da quadra, nomes conhecidos como Kubiak e Kurek continuam presentes, por exemplo.

Bruno teve atuação ruim contra os campeões mundiais

A diferença é que a Polônia precisa de pontos para chegar à fase final da Liga, enquanto o Brasil já tem seu lugar assegurado por sediar as partidas decisivas entre os dias 04 e 08 de julho, em Curitiba. Apesar disso, Renan foi conservador e escalou um time bem parecido com que venceu a Itália na final da Rio 2016: apenas Evandro, Maurício Borges e Tiago Brendle não foram titulares naquela partida, mas, exceção feita ao líbero, eles tiveram participações relevantes na campanha rumo ao ouro. O treinador ainda fez poucas alterações, resumidas basicamente a rápidas entradas de Douglas Souza e à inversão 5-1 com Murilo Radke e Renan Buiatti no lugar de Evandro e Bruno. Já De Giorgi ousou mais e se deu bem.

Mas o que deu errado para o Brasil na tarde desta sexta (2), em Pesaro (Itália)?

Basicamente, dois fatores. O primeiro foi o saque, tanto de um lado quanto de outro. Enquanto o Brasil cedeu diversos pontos neste fundamento, com apenas seis aces para "compensar", a Polônia conquistou o mesmo número de pontos diretos, mas também incomodou demais a recepção verde-amarela, em especial Borges e Brendle, apresentando boa variação. Alerta amarelo ligado, já que essa é a principal função deles e muitas falhas ocorreram na hora de receber flutuantes.

O segundo ponto é que Bruno teve uma atuação abaixo do normal, com bolas imprecisas, inclusive com atletas que está acostumado a jogar, caso de Lucão. Não bastasse isso, o levantador ainda foi mal quando tentou resolver sozinho, desperdiçando bolas de segunda. Acredito que só não foi para o banco antes porque ali estava o novato Radke, que tampouco aproveitou as poucas chances que teve.

Houve também aspectos positivos. O bloqueio é um deles: ao todo, foram 14 pontos no fundamento, convertendo a vida de Kurek e Kubiak em um inferno. Escaparam somente o oposto Konarski – não por acaso, o maior pontuador polonês, com 20 acertos -, e o canhoto Sliwla, um jovem ainda pouco marcado pelas principais seleções do mundo.

Evandro foi o destaque brasileiro na partida

Falando em oposto, Evandro também teve uma excelente atuação, pontuando em todos os aspectos e terminando o duelo com 23 pontos. O atacante do Sada Cruzeiro vive excelente fase e só não merece mais elogios porque se atrapalha demais na defesa. O bom usufruto dele na posição durante a "licença-paternidade" de Wallace promete deixar a comissão técnica com uma baita dúvida no decorrer da temporada.

A chance de recuperação do Brasil acontece já neste sábado (3), ao meio-dia (horário de Brasília), diante do Irã, outro bom time do cenário internacional. O SporTv promete transmitir o duelo ao vivo.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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