Rexona x Vôlei Nestlé: o que pode decidir a "final de sempre" da Superliga?
Rio e Osasco, Osasco e Rio. Sob o nome de Rexona-Sesc e Vôlei Nestlé, dois dos projetos mais longevos e vitoriosos da história do voleibol brasileiro estarão frente a frente neste domingo (23), às 10 horas, para decidir o título da Superliga pela 11ª vez. Líder da fase classificatória, a equipe carioca quer aumentar seu recorde de taças da disputa para 12 na despedida de seu patrocinador de 20 anos, a Unilever, enquanto as paulistas pretendem dar um fim a um histórico recente de derrotas em decisão para as maiores rivais.
Antes de qualquer coisa, é preciso ressaltar um ponto: por mais que a final deste domingo seja "repetida", neste caso específico não dá para culpar o polêmico ranking de atletas. Isso porque os dois eliminados da semi, Dentil/Praia Clube e Camponesa/Minas, conseguiram investir tanto ou até mais que ambos os finalistas. Frise-se, portanto, a competência dos técnicos Bernardinho e Luizomar de Moura nesta temporada.
Dito isto, quais serão os pontos-chave que determinarão se a taça permanece no Rio ou volta a Osasco após quatro temporadas? Jogadora a jogadora, ambos os elencos praticamente se equivalem, mas considero dois fatores fundamentais nesta decisão:
1) Tandara – Candidata a MVP (melhor jogadora da competição), a ponteira do Vôlei Nestlé mostrou ao longo da temporada um altíssimo nível técnico. Em excelente forma física, soube transformar a frustração por não ter ido à Rio 2016 em motivação e se transformou na bola de segurança de Dani Lins, ao mesmo tempo em que alcançou um nível de recepção razoável – apesar de a função ser majoritariamente dividida entre a segunda ponteira (a sérvia Tijana Malesevic ou Gabi) e a líbero Camila Brait, é Tandara quem os adversários miram na hora de sacar. Certamente o Rexona preparou uma marcação especial para cima de brasiliense, mas, se ela mantiver a eficiência na virada de bola, a equipe paulista terá dado um passo razoável rumo ao título contra um rival que se destaca pelo volume de jogo.
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2) Saque – Nem Rexona e nem Vôlei Nestlé se mostraram especialmente confiáveis no primeiro toque nesta Superliga. Justamente por isso, sacar bem será uma arma importantíssima na Jeunesse Arena não só para fazer pontos diretos, mas também para aproveitar a efetividade as centrais, em especial Bia e Juciely, no bloqueio. Teoricamente, a equipe de Luizomar de Moura leva vantagem neste aspecto, sendo esta a melhor forma de impedir que a levantadora Roberta use o maior número de opções ofensivas disponível no time carioca.
Como sempre, o discurso de ambos os lados é de cautela.
"Osasco chega com muita confiança, passou pela semifinal jogando muito bem. É difícil dizer quem estará melhor. Nós estamos com mais ritmo, mas elas estão mais descansadas, então vai ser jogo duro e de muito equilíbrio. Não vejo vantagem para nenhum lado. É um time que cresceu muito durante a temporada, em vários aspectos. Mas é uma final, que se tornou um clássico do vôlei brasileiro. Claro que gera uma tensão pela importância da partida, mas nós estamos focados em jogar bem e fazer o nosso melhor", comentou o técnico Bernardinho.
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A levantadora Dani Lins acredita que controlar o aspecto emocional terá enorme importância. "Sabemos que em uma final tem ansiedade e nervosismo. Logicamente que temos que entrar com vontade de ganhar, mas é importante também saber que em etapas do jogo, dependendo de como estiver o placar, é fundamental ter lucidez, paciência e tranquilidade de fazer nosso melhor, evitando os erros. O excesso de vontade pode atrapalhar e às vezes é difícil encontrar esse equilíbrio. Sinto o Vôlei Nestlé bem consciente quanto a isso", comentou a atleta, que cogita tirar um período sabático após a final para tentar ter o primeiro filho.
Olho nela – Alçada à posição de titular no quarto jogo da intensa série semifinal contra o Minas, a ponteira Drussyla, 20 anos, reequilibrou o Rexona e terá a chance de brilhar novamente ao longo da final. Vale a pena ver se ela conseguirá suportar a pressão no jogo que pode dar o 12º título de Superliga ao Rio e colocá-la em um novo patamar na carreira. No banco, a holandesa Anne Buijs, quarta colocada na Rio 2016, estará de olho na vaga para deixar uma boa impressão no último jogo da temporada nacional.
A grande final da Superliga feminina será disputada em jogo único às 10 horas deste domingo (23), na Jeunesse Arena (Rio de Janeiro), com transmissão ao vivo de TV Globo, site da RedeTV! e SporTv. Nós aqui do Saída de Rede estaremos de olho em tudo para trazermos análises e informações para vocês, inclusive com uma live no Facebook no início da noite.
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Curiosidades em números:
– Enquanto o Rexona possui 11 títulos, o Vôlei Nestlé tem cinco – se o time paulista, porém, contar as conquistas do patrocinador atual nos anos 90 como Leite Moça, este número sobe para oito;
– Como até a temporada 2007/2008 a final da Superliga era disputada em cinco partidas, Rio e Osasco já se enfrentaram 24 vezes em partidas válidas pela decisão do torneio. O retrospecto é favorável ao Rexona: 14 a 10;
– Ao todo, as duas equipes já se enfrentaram 82 vezes pela Superliga, com 47 vitórias das comandadas pelo técnico Bernardinho e 35 das paulistas.
– Na atual temporada, os clubes se encontraram apenas duas vezes, com uma vitória para cada lado. No José Liberatti, a equipe comandada por Luizomar venceu por 3 sets a 2 (23-25, 26-24, 20-25, 25-23 e 15-13), enquanto no returno, na mesma Jeunesse Arena da final, o Rio deu o troco com um 3 a 1 (25-20, 21-25, 25-21 e 25-15);
– O Rexona terminou a fase classificatória em primeiro lugar, com apenas uma derrota em 22 jogos. Nos playoffs, porém, o time caiu duas vezes em sete partidas
– Já o Vôlei Nestlé ficou em segundo (17 vitórias e cinco derrotas) antes da definição dos playoffs, mas passou invicto pelas cinco partidas que fez pelo mata-mata
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