Fair play, Theo e Rafa dão sobrevida ao Sesi nas semifinais da Superliga
Numa semana em que um gesto de fair play do zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo, levantou debates sobre ética no esporte, uma atitude semelhante marcou a vitória do Sesi, fora de casa, na noite desta sexta-feira, sobre a Funvic/Taubaté.
No jogo 3 das semifinais da Superliga, o placar do primeiro set apontava 34 a 33 para o time local, quando uma cortada dos visitantes caiu além da quadra adversária. Ao mesmo tempo em que a bola viajava, Lucas Lóh tocou na rede na descida do bloqueio. Os sesistas reclamaram, o árbitro ficou na dúvida, mas o ponteiro encerrou qualquer discussão acusando o toque.
O set prosseguiu e o Sesi venceu por 37 a 35, com 41 minutos de duração – o mais longo do campeonato. Taubaté, mais adiante, chegou a virar para 2 a 1, mas foi batido por 3 sets a 2 (37-35, 21-25, 19-25, 25-21, 15-10).
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É meramente matemático dizer que o ponto possivelmente evitado por Lóh fecharia o set e, pela marcha do placar, poderia ter levado o jogo a um 3-0 em favor da Funvic. Contudo, antes que culpem a honestidade do jogador pelo revés na parcial e que ponham em xeque uma atitude altamente desportiva num jogo de campeonato profissional, é preciso lembrar que (1) o erro dele não foi ter se acusado, mas, sim, ter tocado na rede e, sobretudo, (2) os anfitriões, muito antes desse lance, tinham a parcial completamente na mão.
O Sesi estava perdendo o primeiro set por 20 a 15 e, depois, por 24 a 21. Foi quando Raphael, tendo a opção de Lucarelli pela entrada de rede, acionou duas vezes Wallace pelo fundo de quadra, e o oposto não conseguiu pôr a bola no chão. Essa escolha equivocada do levantador no momento crucial explica melhor a derrota do time da casa num set praticamente ganho do que um lance em que a equipe poderia ter levado vantagem num momento de dúvida do árbitro.
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Já a virada do sexteto da Vila Leopoldina no jogo, essa, sim, tem muito mais a ver com os méritos da equipe vencedora do que com equívocos dos vencidos.
Com a corda no pescoço e a um set da eliminação, o técnico Marcos Pacheco colocou o ponteiro Fábio e o levantador Rafael, respectivamente, no lugar de Vaccari e de Bruno. As mudanças surtiram efeito: a defesa do Sesi, que não estava conseguindo parar as cortadas dos rivais, melhorou e o ataque, com outro armador, ganhou novo ritmo.
Mas, sobretudo, se o Sesi conseguiu vencer no Ginásio do Abaeté pela primeira vez nesta temporada, o nome de Theo é o que deve ser gravado como o do melhor da partida (aliás, ele foi, mesmo, escolhido o melhor do jogo na votação pela internet).
Mais do que os 31 pontos que marcou, com direito a dois aces, três no bloqueio e pouco mais de 50% de aproveitamento no ataque, o oposto do Sesi participou até da linha de recepção do time. Quando Taubaté distribuía pancadas no saque e vencia os passadores sesistas, Theo virou o quarto homem no passe e, em determinado momento, chegou até a recepcionar o serviço e pontuar no ataque pela entrada de rede.
A série prossegue na próxima quinta-feira. O jogo 4 será em São Caetano do Sul. Já o jogo 3 da outra semifinal, entre Sada Cruzeiro e Brasil Kirin, será na noite deste sábado, em Contagem (MG), às 21h30.
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