Em plena discussão sobre ranking, grandes escancaram superioridade
Numa semana em que o debate em torno do ranking de jogadores voltou à tona, o fã do vôlei viu Sada Cruzeiro, Sesi e Funvic/Taubaté chegarem a um passo das semifinais da Superliga masculina. E, para que a faca e o queijo pareçam estar ainda mais ao alcance dos grandes, o trio jogará em casa na próxima rodada dos playoffs, o que diminui drasticamente as expectativas de quem sonha (ou sonhava) com séries extensas nessas quartas de final – isso talvez caiba apenas ao duelo entre Brasil Kirin e Montes Claros, que, pelo jogo 1, tende a ir além da terceira partida.
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A CBV alega que o ranking dos jogadores serve para trazer equilíbrio ao certame, diminui a ação do poder econômico na disputa. Na teoria, isso deveria tornar a Superliga – um campeonato de apenas 12 clubes em cada naipe – uma competição de difícil prognóstico, já que os principais atletas do país estariam espalhados por diversos clubes.
Os atletas alegam que o sistema não atende ao fim pretendido, prejudica quem quer jogar no país e não emparelha os pratos da balança do voleibol nacional: os maiores orçamentos, com ou sem as limitações de ranking, seguem numa dianteira que os médios e os pequenos não alcançam.
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Entre as mulheres, as jogadoras de pontuação máxima se queixaram publicamente nesta semana, ao passo que os homens, nesta sexta-feira, vão decidir/saber como funcionará seu campeonato na temporada que vem.
Se precisassem encontrar um argumento contrário às intenções do ranking e, portanto, alinhado à premissa de que os mandatários do vôlei nacional falham em insistir nessa trilha, os jogadores poderiam citar os playoffs da Superliga masculina atual. Os principais elencos do país, recheados de campeões olímpicos e/ou mundiais pela seleção, dão pouca esperança de sucesso a equipes de patamar de investimento inferior: a prática depõe contra o ideal do equilíbrio.
OS JOGOS
O Minas Tênis Clube recebeu, em Belo Horizonte, um rival contra quem já havia disputado três partidas na temporada e decidido todas em cinco sets, um adversário combalido, sem seu principal atacante da entrada de rede – Douglas Souza, lesionado no abdômen. Era a ocasião propícia para os minastenistas colocarem o Sesi em dificuldades, talvez pensando num playoff discutido em quatro, cinco partidas, ou, até, temendo a eliminação, já que o ponteiro campeão na Rio 2016 talvez nem volte às quadras antes do final da Superliga. Mas não foi o que aconteceu.
O bloqueio mineiro funcionou bem, anotou 18 pontos (seis de cada um dos centrais, Flávio e Pétrus). Ocorre, no entanto, que o time não foi além disso, não conseguiu explorar a presença de Alan, oposto improvisado como ponteiro, nem a baixa pontuação de Murilo, que voltou ao time titular e, longe ainda da melhor forma física, assinalou somente quatro pontos.
Depois de alguma instabilidade nos dois primeiros sets (vitória apertada na primeira parcial, derrota dilatada na segunda), o time paulista aproveitou-se do saque ineficaz do time da casa. Com uma virada de bola segura e Théo assinalando 21 pontos, o Sesi dobrou a vantagem que tinha no duelo e vai jogar na Vila Leopoldina pensando em encerrar a série pela via mais curta.
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Por sua vez, o Lebes/Gedore/Canoas tem bons valores, como o ponteiro Gabriel, que foi repatriado do voleibol austríaco e começou o campeonato muito bem, o central Iálisson, de passagem recente pelo Taubaté, e o jovem ponta Alisson Melo, sétimo atacante mais eficiente da Superliga. Mas, dentro do esperado, a equipe não tem sido páreo para o Sada Cruzeiro nos playoffs.
Jogando em casa na segunda partida da série, o time gaúcho até abriu o marcador, teve Alisson Melo assinalando 17 pontos, sendo três em aces, quesito em que empatou com o central Giovanni. A questão é que, do outro lado da rede, havia um time experiente o bastante para esperar e provocar os erros do rival (e foram 35 ao todo). Leal e os centrais Isac e Simón marcaram, respectivamente, 16, 13 e 12 pontos, e a virada foi inevitável.
A série volta para Contagem, no sábado, às 21h30, e só vai novamente ao Rio Grande do Sul em caso de vitória do Canoas.
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A outra partida já realizada na segunda rodada foi entre Funvic/Taubaté e JF Vôlei. Se, em Juiz de Fora, os sétimos colocados da fase classificatória chegaram perto de vencer um set, em Taubaté, não ficaram só no quase. Renan, que defendeu a seleção brasileira no ciclo olímpico passado, marcou 26 dos 48 pontos de ataque de sua equipe, teve aproveitamento de 63% nas cortadas.
Pela boa atuação de seu oposto, os visitantes (ajudados pelos erros que Taubaté cometia – 25 ao todo) ganharam um set. Mas, como só tinham Renan em jornada inspirada, não puderam levar o jogo para o tie break.
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Taubaté teve um inusitado problema com o líbero Mário Jr., que jogou socorrendo-se com um colírio, de palmo em palmo, para aliviar uma irritação nos olhos, mas cumpriu o roteiro e venceu: Wallace, com 20 pontos, e Lucas Lóh, com 60% de aproveitamento no ataque, comandaram o time. Lucarelli, que perdeu boa parte do returno, anotou 12 pontos e parece estar aproveitando os jogos contra a equipe de Juiz de Fora para adquirir ritmo de jogo.
A terceira partida, que será na segunda-feira, mais uma vez em Taubaté, pode ser também a última da série.
Resultados da 2ª rodada dos playoffs da Superliga masculina:
Minas 1 x 3 Sesi (25-27, 25-19, 21-25, 18-25)
Lebes/Gedore/Canoas 1 x 3 Sada Cruzeiro (25-23, 18-25, 15-25, 14-25)
Funvic/Taubaté 3 x 1 JF Vôlei (25-15, 14-25, 25-18, 26-24)
Brasil Kirin x Montes Claros – sábado, às 14h10
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