Ao sair de cena, lenda do vôlei fala de rivalidade com o Brasil
Douglas Peter Beal completa 70 anos no começo de março, já são 60 anos desde que descobriu o vôlei na sua escola primária, em Cleveland, Ohio, no norte dos Estados Unidos. No início de 2016 ele surpreendeu o mundo da modalidade ao anunciar que deixaria o cargo de diretor executivo da USA Volleyball (USAV, organização que administra o vôlei no país). Tinha até data marcada: 2 de janeiro de 2017. O dia chegou, Beal sai da entidade esportiva que comandou por 12 anos, mas nada de adeus. Em vez disso, um até logo. "Tenho quatro ou cinco diferentes projetos, que poderão ser desenvolvidos em parceria com a USAV", disse em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, concedida por telefone, no dia 29 de dezembro, desde Colorado Springs, na sede da USA Volleyball. Sua volta à ativa não tem data. "Preciso de um tempo para descansar, resolver algumas situações em família", explicou.
Se você não está acostumado ao nome, a gente te conta quem é Doug Beal. Ele é considerado revolucionário por treinadores em todo o mundo pelas alterações que introduziu nos Jogos Olímpicos de 1984, como o sistema de recepção com dois passadores em vez de cinco e por transformar a posição de oposto desde um perfil técnico em um especialista em ataque. Há mais de 30 anos, com mínimos ajustes (a utilização de um terceiro passador é o mais evidente), as equipes jogam da forma que Beal concebeu. Foi ele quem transformou a seleção masculina dos EUA numa potência, levando o time ao seu primeiro ouro olímpico naquele mesmo ano (veja perfil após a entrevista). Era apenas o começo.
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Com Beal à frente da USAV a partir de 2005, os EUA atravessaram três ciclos olímpicos. Eles, que não conquistavam medalha no indoor desde Barcelona 1992, ganharam duas em Pequim 2008 (entre elas o terceiro ouro do masculino na história), uma em Londres 2012 e duas na Rio 2016. Na praia, outras cinco medalhas nessas edições, sendo três de ouro. A seleção masculina finalmente venceu a Liga Mundial em 2008 e repetiu a dose em 2014. Já a equipe feminina desencantou, alcançando pela primeira vez o topo do pódio em um dos principais torneios, ao obter o ouro no Mundial 2014. Doug Beal concorreu à presidência da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) em 2012 e perdeu para Ary Graça. Seguiu então com seu trabalho na USAV, mas sempre de olho na modalidade ao redor do mundo.
Para ele, o Brasil é uma referência. "Temos muito respeito pelo voleibol brasileiro e sabemos que é recíproco". Ele vê Bernardinho como um dos maiores de todos os tempos e diz que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) fez bem em renovar com Zé Roberto. "Conheço Bernardinho pessoalmente e tenho profunda admiração por um dos melhores técnicos da história. Fico contente que a CBV tenha renovado com Zé Roberto, não se pode interromper um trabalho vitorioso por causa de um tropeço", afirmou.
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Tendo passado boa parte da vida à beira da quadra, o americano disse que atualmente prefere o voleibol feminino ao masculino. Ele falou da Rio 2016, das principais seleções, comentou que ficou surpreso com a derrota do Brasil para a China nas quartas de final no feminino e que Bernardinho se superou ao levar o ouro "com uma equipe apenas boa, longe de ser a melhor". Segundo Beal, a entrada de Lipe no time titular foi fundamental. "Às vezes um jogador vem do banco e completa o quebra-cabeça", ponderou. Ele gostou do resultado das seleções americanas no Maracanãzinho. A jovem oposta sérvia Tijana Boskovic lhe causou boa impressão e os saques do italiano Ivan Zaytsev ainda fazem o ex-treinador se perguntar "o que foi aquilo?".
Confira o bate-papo com uma lenda do vôlei, o homem que modernizou a modalidade:
Saída de Rede – Pronto para a despedida, para deixar a USAV?
Doug Beal – Estou cercado de caixas, tudo empacotado, o meu antigo escritório já está fechado, tem pouca gente aqui esta época do ano. Virei no dia 2 de janeiro só para me despedir, mas na verdade já fiz tudo o que tinha de fazer em relação a minha partida. Mas você sabe que não gosto de dizer "adeus", então prefiro pensar num "até logo".
Saída de Rede – Algum projeto em mente para a fase pós-USAV?
Doug Beal – Tenho quatro ou cinco diferentes projetos, que poderão ser desenvolvidos em parceria com a USAV. Em alguns eu teria uma participação maior, noutros seria um consultor.
Saída de Rede – Quais projetos?
Doug Beal – Não queria detalhar isso agora, mas são ideias para ampliar a popularidade e também desenvolver o voleibol nos Estados Unidos.
Saída de Rede – Mas há uma data para o seu retorno à ativa?
Doug Beal – Não estou pronto para tomar nenhuma decisão. Preciso de um tempo para descansar, resolver algumas situações em família, vou para a Califórnia (ele tem uma casa em San Diego). Realmente não sei quando volto à ativa.
Saída de Rede – A USAV ainda não anunciou seu sucessor. Não houve definição?
Doug Beal – Não que eu saiba. Talvez o conselho de diretores, composto de 17 pessoas, tenha escolhido alguém, mas pode ser que o novo diretor executivo esteja trabalhando em outro lugar e precise de um tempo. Pode ser que a escolha demore algumas semanas. Eles são muito criteriosos.
Saída de Rede – Da última vez que conversamos, você cogitava trabalhar para a FIVB, caso o quisessem. Há algo nesse sentido?
Doug Beal – Tive várias conversas com o Ary (Graça), mas nada formal. Também tenho conversado com o Fábio e o Fernando, que ajudam o Ary no comando da FIVB, para ver se há como eu contribuir. (Nota do SdR: Fábio Azevedo e Luiz Fernando Lima são, respectivamente, diretor-geral e secretário-geral da FIVB.)
Saída de Rede – Você gosta de como o vôlei vem sendo conduzido pela FIVB?
Doug Beal – Gosto de algumas coisas, é o caso da ideia de promover a modalidade como uma atividade para as famílias, afinal o voleibol pode ser praticado por pessoas de todas as faixas etárias.
Saída de Rede – Cada vez mais as modalidades esportivas são apresentadas como entretenimento, disputando espaço entre si na TV e na internet. A forma como o vôlei vem sendo embalado e apresentado ao público te agrada?
Doug Beal – Nas grandes competições, sim. Sem dúvida esporte é entretenimento, a atmosfera tem que ser agradável ao público, senão ele rejeita. Mas há um ponto crucial: o jogo precisa vender a si mesmo. É necessário que as pessoas amem e entendam o esporte, que as regras sejam simples, que as partidas sejam atrativas.
Saída de Rede – E isso é uma realidade? O vôlei é atrativo?
Doug Beal – É, mas a mídia tem um papel importante, que é o de torná-lo mais acessível ao torcedor. Acho que precisamos de mais análises, para que o fã possa se aprofundar. Veja que o vôlei de praia se expandiu muito nos últimos anos porque é fácil de compreendê-lo, além de outros fatores, como o fato de ser ao ar livre. Pensando de uma forma geral, na praia e no indoor, nunca é demais promover os que fazem o esporte, promover os indivíduos, os grandes jogadores.
Saída de Rede – Quais os problemas que você vê no caminho da modalidade para torná-la mais popular?
Doug Beal – Vejo mais problemas no vôlei masculino, onde os ralis são geralmente muito curtos e há muitos erros por causa do excesso de força. Mas ainda assim digo que o voleibol não precisa de grandes mudanças nas regras. Se o espectador entende o que está se passando e gosta do que vê, ele será fiel.
Saída de Rede – Você tem gostado mais do feminino nos últimos anos, tem dito que é mais agradável de assistir.
Doug Beal – O vôlei feminino está mais potente, mas a habilidade ainda é fator preponderante. Vejo algumas jogadoras fantásticas em todas as grandes seleções. Os ralis são longos, é difícil colocar a bola no chão e é isso que o torcedor quer ver. De fato, acho o voleibol feminino melhor para assistir.
Saída de Rede – Olhando para sua carreira, quais os melhores momentos?
Doug Beal – A preparação e a disputa da Olimpíada de Los Angeles, em 1984, eu era um técnico bem jovem (37 anos) quando conquistamos nosso primeiro ouro no vôlei. Os dois anos que passei em Milão, no comando do Mediolanum, aquele foi um período muito bom da minha vida. Logo depois voltei para os EUA e trabalhei para ajudar a desenvolver o esporte aqui, isso também tem sido algo muito importante para mim. O crescimento da USAV é muito relevante, não posso deixar de mencionar.
Saída de Rede – E as maiores decepções?
Doug Beal – Não ter conseguido implantar as seletivas olímpicas para o vôlei de praia nos EUA me incomoda muito. Teria sido crucial para atrair mais patrocinadores. As seletivas atraem dinheiro e público aqui, movimentam milhões de dólares em esportes como natação, atletismo, ginástica, entre outros. No lugar disso, continuamos utilizando o ranking da FIVB para determinar quem vai às Olimpíadas representando os EUA no vôlei de praia.
Saída de Rede – Mas o que aconteceu? A ideia foi rejeitada?
Doug Beal – Os atletas não se empolgaram, não quiseram levar adiante. Isso me frustrou.
Saída de Rede – Essa foi sua única grande decepção?
Doug Beal – O time masculino em Sydney 2000 (os EUA não passaram da primeira fase), eu o treinei muito mal, jogamos horrivelmente. Aquilo foi uma decepção e a responsabilidade foi minha. Ah, me lembrei de outro momento grandioso…
Saída de Rede – Qual?
Doug Beal – Pequim 2008. Não ganhávamos medalhas no indoor desde Barcelona 1992, mas lá na China ganhamos duas na quadra (ouro no masculino e prata no feminino). Pequim foi um momento especial.
Saída de Rede – Como você avalia a rivalidade com o Brasil desde que o vôlei começou a se desenvolver em ambos os países no início dos anos 1980?
Doug Beal – O Brasil é a nossa referência, temos muito respeito pelo voleibol brasileiro e sabemos que é recíproco. Se você analisar a partir daquela época, vai ver que são os dois países mais bem sucedidos no vôlei nas Olimpíadas. Tenho orgulho em dizer que desde Los Angeles 1984 os EUA têm ganhado medalhas nos Jogos Olímpicos, no indoor ou na praia. O Brasil também tem um desempenho muito bom. (Nota do SdR: os americanos ficaram sem medalha na quadra em 1996, 2000 e 2004, mas sempre conquistam algo na praia desde que a modalidade fez sua estreia olímpica em 1996. Já o Brasil, que também nunca deixou de ganhar medalha na praia, tem subido seguidamente no pódio no indoor desde 1992.)
Saída de Rede – O que achou da Olimpíada do Rio depois de tanta polêmica e do massacre que vinha sofrendo meses antes por parte da mídia americana?
Doug Beal – Parecia que nada ia dar certo. Quando víamos o noticiário aqui só se falava em problemas, que nada ia ficar pronto, que ia ser um desastre, mas no final deu tudo certo. Foram grandes Jogos Olímpicos, graças ao espírito do povo brasileiro e ao empenho do comitê organizador, que fez de tudo para aparar qualquer aresta. E olha que já vi muitas Olimpíadas, não sei nem quantas.
Saída de Rede – Sua primeira Olimpíada foi a de Los Angeles 1984?
Doug Beal – Como participante, sim. Mas eu já havia ido aos Jogos de Munique, em 1972.
Saída de Rede – Como espectador ou voluntário? Pois os EUA não se classificaram no vôlei.
Doug Beal – O pré-olímpico foi lá mesmo na Europa, pouco antes da Olimpíada, não conseguimos nos classificar, aí parte do time americano decidiu ficar para ver. Eu me lembro como se fosse hoje. O mundo era tão mais simples, viajar era mais tranquilo, comprar ingressos era uma facilidade. Hoje em dia para comprar uma entrada você preenche tanta coisa e ainda tem que esperar para saber se deu certo. Aí fomos, e eu ficava ali vendo os times que não tínhamos condições de derrotar, pensando em um dia jogar naquele nível. Um bando de amigos juntos vendo tudo aquilo, era um barato.
Saída de Rede – Mas voltando ao Rio, não viu problemas?
Doug Beal – O Rio de Janeiro é uma cidade complicada para se fazer um evento dessa magnitude por causa do problema de transporte, além é claro do endividamento que deve ter sido gerado pela construção de tantas novas arenas. Mas isso é um mal que atinge muitas cidades que foram sede dos Jogos Olímpicos. De todos que vi, gostei mesmo dos de Los Angeles (1984) e os de Sydney (2000), duas cidades com infraestrutura ideal para receber a Olimpíada. Espero que LA volte a recebê-la em 2024. Mas no Rio, apesar dos problemas políticos, econômicos, sociais e até de saúde que o Brasil enfrenta, havia uma energia incrível. Me lembro de Atenas (2004), que foi um evento complicado e muito criticado, e os Jogos ocorreram sem nenhuma paixão, de uma forma quase burocrática. No Brasil jamais seria daquele jeito. Houve incidentes, como aquele da água oxigenada na piscina dos saltos ornamentais, mas sempre há incidentes nas Olimpíadas, mesmo nas mais bem sucedidas, é um evento gigantesco. A Rio 2016, na minha opinião, foi um sucesso. Ainda tem outro fator importante para mim, que sou do vôlei: os brasileiros amam a modalidade. Então tanto na arena em Copacabana quanto no Maracanãzinho a sensação era única, um show. Isso vai ser difícil superar.
Saída de Rede – O que achou do voleibol apresentado no Maracanãzinho?
Doug Beal – Fui surpreendido com a derrota da seleção feminina do Brasil nas quartas de final. Acho que até as chinesas ficaram surpresas. (risos) As brasileiras provavelmente tinham a melhor equipe. Diria que se jogassem dez vezes contra a China, ganhariam oito ou nove, mas aquele jogo serviu para mostrar como está equilibrado o nível do vôlei feminino atualmente. Em Londres 2012, Brasil e EUA estavam à frente dos demais times. Veja que Japão e Coreia do Sul (bronze e quarto lugar, respectivamente) não tinham nível para bater de frente com os finalistas. Já no Rio você tinha os quatro primeiros colocados (China, Sérvia, EUA e Holanda), mais o Brasil e, com alguns ajustes, a Rússia, todos com chance de medalha.
Saída de Rede – E do masculino, qual a sua avaliação?
Doug Beal – O Bernardinho se superou. Aquele foi sem dúvida, nos grandes torneios, o melhor trabalho dele como técnico, pois conquistou o ouro com uma equipe apenas boa, longe de ser a melhor. Ele estruturou um esquema que compensava as limitações do time. Fez uma alteração na equipe ainda na primeira fase que foi fundamental para que o jogo brasileiro fluísse melhor.
Saída de Rede – Qual?
Doug Beal – A entrada daquele ponteiro Lipe no time titular. Ele não é o melhor jogador do Brasil, mas sua participação deu ao time a possibilidade de um padrão que não foi alcançado pelos adversários. Esporte é isso, nem sempre o melhor vence, mas sim aquele que está melhor estruturado. Lipe era a peça que faltava e o Bernardinho soube utilizá-lo. As pessoas olham muito para os grandes astros, mas às vezes um jogador vem do banco e completa o quebra-cabeça. Não sei se o Brasil chegaria ao ouro sem ele.
Saída de Rede – Que times te surpreenderam e quais te desapontaram no masculino?
Doug Beal – França e Polônia foram duas decepções. Talvez a França ainda seja o melhor time do mundo, mas não conseguiu colocar em prática seu jogo no Maracanãzinho, sucumbiu à pressão. Entre os demais favoritos, quase todos tiveram grandes momentos no Rio e ainda tivemos boas surpresas com o Canadá e a Argentina. Quer dizer, o Canadá pode ser uma surpresa para o resto do mundo. Nós, americanos, que os enfrentamos sempre, sabíamos que não ia ser fácil. Viu o que fizeram conosco na estreia?
Saída de Rede – Acompanhei a vitória canadense por 3-0. Pena que depois o oposto Gavin Schmitt sentiu uma lesão no joelho direito e não pôde jogar com a mesma intensidade. Poderiam ter ido mais longe, pelo menos brigar de igual para igual com a Rússia nas quartas de final?
Doug Beal – Sim, faltou um pouco de sorte a eles. O Canadá tem um time muito bom, bastante ajustado, com jogadores bem interessantes.
Saída de Rede – Você apontou a Argentina como uma surpresa. O que te agrada naquele time?
Doug Beal – A seleção argentina é limitada fisicamente, mas compensa isso com uma técnica apurada, tocam sempre na bola na defesa e encontram boas soluções no ataque. É uma equipe agradável de ver jogar, justamente por esse controle de bola. Os argentinos têm um voleibol muito bonito.
Saída de Rede – Você ainda não falou das seleções americanas…
Doug Beal – O que eu posso dizer… Honestamente, fiquei feliz com os dois bronzes, são medalhas olímpicas. Faltou pouco para chegarmos à final nos dois naipes, poderíamos ter saído do Rio com dois ouros, mas não foi assim. No caso da equipe feminina, na semifinal estávamos liderando o tie break por três pontos, mas alguns erros foram cometidos. A Sérvia foi melhor na reta final e mereceu ir à decisão. Aquela oposta deles, uma canhota muito nova (Tijana Boskovic), é excelente. Já a semifinal masculina… O que foi aquilo? Você estava lá, né.
Saída de Rede – Sim, vi de perto o que o Ivan Zaytsev (oposto italiano) fez.
Doug Beal – Então, ganhávamos o quarto set, a partida por 2-1, estávamos prontos para fechar o jogo, mas o Zaytsev foi para o saque e fez um estrago, quando não quebrava o nosso passe, fazia logo um ace. Ainda bem que tivemos forças para virar a partida na disputa do bronze. Eu fiquei feliz com o trabalho dos dois técnicos, Karch Kiraly (feminino) e John Speraw (masculino), tanto que a USAV renovou com ambos até Tóquio 2020. Temos duas seleções jovens, com muito potencial. Aliás, manter um bom trabalho em andamento é importante. Não dá para dispensar um técnico só porque houve um tropeço ou porque a medalha não foi a de ouro. Quem determina o padrão de uma equipe é o técnico, não os jogadores. Então é preciso valorizar os bons treinadores. Estou curioso para saber se o Bernardinho fica no comando da seleção masculina do Brasil ou não. Ele já decidiu?
Saída de Rede – Ainda não. Há poucos dias, numa entrevista à TV, ele disse que terá uma reunião na CBV em janeiro para decidir seu futuro.
Doug Beal – Espero que ele tome a melhor decisão para si. O conheço pessoalmente, não tanto quanto gostaria, e tenho profunda admiração por um dos melhores técnicos da história. Ele ama o esporte, mantém sua paixão sempre acesa, vive e respira voleibol. Fico contente que a CBV tenha renovado com Zé Roberto, era aquilo que eu falava há pouco: não se pode interromper um trabalho vitorioso por causa de um tropeço. A seleção feminina do Brasil perdeu nas quartas de final no Rio, mas já venceu muito pelas mãos do Zé Roberto. Vejo algumas federações mundo afora, e não vou citar nomes, que interrompem projetos que poderiam render bastante por causa de um resultado ruim. Não gosto disso, mas também não é problema meu.
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Perfil
Douglas Peter Beal
Nasceu no dia 4 de março de 1947
Cidade natal: Cleveland
1957 – Beal começou a jogar voleibol na escola primária
1970-1976 – Jogou pela seleção dos EUA
1978 – Ajudou a implantar o primeiro centro de treinamento de voleibol masculino dos EUA, em Dayton, Ohio
1977-1984 – Treinou a seleção masculina dos EUA, conduzindo-a ao ouro nos Jogos Olímpicos de 1984
1985-1987 – Diretor de Seleções da USAV
1988-1989 – Diretor da USAV
1989 – Entrou para o Hall of Fame
1990-1992 – Treinou o Mediolanum Gonzaga, equipe profissional da Liga Italiana
1995 – Primeiro treinador a receber o USAV All-Time Great Coach Award
1993-1997 – Assistente especial da Diretoria Executiva da USAV
2000 – Finalista na eleição da FIVB do "Treinador do Século XX"
1997-2004 – Voltou a treinar a seleção masculina dos EUA
2005-2017 – Diretor executivo da USAV
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