Técnico que levou Holanda à semifinal da Rio 2016 assina com a Turquia
O mundo do vôlei tomou um susto nesta segunda-feira (26) pós-natalina. O italiano Giovanni Guidetti, 44, anunciou que deixava o comando da seleção feminina da Holanda, com a qual tinha contrato até Tóquio 2020. Houve lamentos, atletas desapontadas, mas no final do dia, outra surpresa: ele vai treinar a seleção feminina da Turquia, cujo técnico, Ferhat Akbas, foi comunicado da sua demissão na semana passada – a saída dele foi oficializada hoje. Guidetti é também técnico do clube turco VakifBank.
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Recentemente, na Rio 2016, Giovanni Guidetti levou as holandesas a um honroso quarto lugar, derrotando as eventuais campeãs chinesas e as vice-campeãs sérvias na primeira fase, oferecendo resistência à China na semifinal, perdendo o bronze para os EUA.
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As informações sobre o pedido de demissão de Guidetti, que alegou precisar de mais tempo para a família, foram veiculadas na mídia holandesa e publicadas mais tarde pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB). "Esta foi a decisão mais difícil que já tive de tomar", afirmou. A própria FIVB já dizia em seu site que o italiano estaria prestes a fechar na sequência com a federação turca, notícia confirmada mais tarde por sites locais.
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O treinador é casado com a central turca Bahar Toksoy. A primeira filha do casal, Alison, nasceu em setembro deste ano. No comando da seleção da Turquia, Guidetti poderá ficar perto da mulher e da filha durante o período de concentração da equipe, a exemplo do que ocorre no VakifBank, antes das viagens para a disputa de competições. A família vive em Istambul, cidade do seu clube e também do centro de treinamento da seleção.
Polêmica
Técnico do VakifBank desde 2008, Giovanni Guidetti viu seu nome se tornar mais conhecido pelos torcedores brasileiros na temporada passada ao escalar a oposta holandesa Lonneke Slöetjes como titular, deixando a bicampeã olímpica Sheilla Castro no banco. Em que pese as atuações consistentes de Slöetjes, fãs e parte da imprensa especializada do Brasil viram na escolha dele um possível favorecimento à holandesa, que joga pela seleção do seu país. Entre outros prêmios individuais, Slöetjes foi a melhor oposta do Campeonato Europeu 2015, da liga turca 2015/2016, além de ter sido a maior pontuadora e ter o melhor aproveitamento no ataque no Pré-Olímpico Mundial. Na Rio 2016, ela foi a segunda maior pontuadora e teve o terceiro melhor aproveitamento no ataque.
Guidetti iniciou sua carreira de treinador nos anos 1990, mas ganhou notoriedade na década seguinte, quando assumiu a seleção feminina da Alemanha, em 2006, que sob seu comando conseguiu um quarto lugar (2009) e dois vice-campeonatos (2011 e 2013) europeus, além de bronze no Grand Prix 2009. No ano passado, ele deixou de treinar as alemãs e passou ser o técnico das holandesas, que foram vice-campeãs da Europa e repetiram a dose no Pré-Olímpico continental, classificando-se para o qualificatório mundial, onde novamente terminaram na segunda colocação, conquistando a vaga para a Rio 2016, após vinte anos de ausência das Olimpíadas. A Holanda foi ainda bronze no GP 2016.
Atletas lamentam
O site europeu World of Volley reproduziu a reação de duas das principais jogadoras holandesas à decisão de Giovanni Guidetti, antes da notícia de que ele assumiria a seleção da Turquia.
"Eu fui uma das poucas pessoas a quem ele contou sobre seu pedido de demissão. Agora ele tem uma família, e sua família vem em primeiro lugar. Ele quer passar mais tempo com a família em Istambul, especialmente no verão. Não tenho filhos, então não posso avaliar sua decisão. Eu respeito, mas ainda assim fiquei chocada e também desapontada", disse Lonneke Slöetjes, que segue sendo treinada por ele no VakifBank.
"Não percebi nada, não houve nenhum sinal. Estou chocada e desapontada. Poderia ter sido uma bela jornada (com a seleção). Eu entendo sua opção por ficar com a família. Desejo a ele muito amor e felicidade", afirmou a ponteira Anne Buijs, atualmente no Rexona-Sesc.
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