Após tragédia, Chapecó brilha com destaque individual na Superliga
Se o futuro da Chapecoense nos gramados é desafiador por conta da queda do avião que matou 71 pessoas no dia 29 de novembro, a cidade catarinense tem no vôlei um motivo de alegria enquanto tenta se reerguer. Apesar de o Estado não contar com nenhuma equipe na Superliga masculina, um jogador que cresceu ali tem chamado a atenção pelas excelentes atuações mostradas na disputa: Luan Weber, oposto do Montes Claros Vôlei.
Nascido em Seara, a 42 km de Chapecó, Luan se mudou ainda bebê para o município que recentemente ficou mundialmente conhecido por conta da tragédia envolvendo a equipe de futebol. Começou lá sua carreira no vôlei, onde conseguiu suas primeiras convocações para as seleções de base, e conhecia dois dos jornalistas que estavam no avião, Rafael Henzel, que sobreviveu e voltou ao Brasil nesta terça (13), e Cleberson Fernando da Silva, assessor de imprensa da Chapecoense, que não resistiu aos ferimentos causados pelo acidente.
"São fatalidades em que nós não acreditamos ainda. A cidade que abraçava o futebol hoje lamenta profundamente. Que Deus conforte as famílias", comentou o atleta em entrevista exclusiva ao Saída de Rede.
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Ainda que involuntariamente e em menor proporção, a história de Luan pode inspirar os sobreviventes da tragédia a se reerguerem. O jogador, de 25 anos, perdeu boa parte das temporadas 2013/2014 e 2015/2016 devido a sérios problemas no joelho que o afastaram durante meses das quadras.
"A vida de atleta está relacionada a momentos como esse. Tive a infelicidade de me lesionar, mas me recuperei bem e graças a Deus estou dando sequência ao meu trabalho. Sempre fui persistente e dedicado quanto à recuperação e nunca me deixei abalar. Hoje, sigo firme nos meus objetivos e o principal é ajudar a minha equipe a fazer uma boa campanha. O resto é consequência desse trabalho", destacou.
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E que trabalho: decorridas nove rodadas da competição, Luan é o terceiro maior pontuador da Superliga, com 150 pontos. É uma média de 16,6 pontos por jogo, mas, se considerarmos somente o desempenho dele nos jogos contra os principais favoritos ao título (Sada Cruzeiro, Brasil Kirin, Funvic/Taubaté e Sesi), a média sobe para excelentes 22,25 pontos por partida.
Ao ser questionado sobre sua performance, Luan adota uma postura modesta e prefere ressaltar o aspecto coletivo. "Montes Claros tem mostrado o seu valor desde que começou a Superliga. É um time mais homogêneo e em evolução. Vim para mostrar trabalho e estou fazendo isso", comentou o atacante, que não está preocupado com o reforço de marcação que deve esperá-lo nas próximas partidas da competição. "É normal, estou ciente disso. Meu papel é esse: pontuar e ajudar a equipe da melhor forma. Tenho total liberdade para arriscar e ajudar o Montes Claros a dar sequência. O momento agora é treinar forte para dar sequência (ao trabalho) no segundo turno e mostrar a força do nosso time", afirmou.
Perguntado se possui algum parentesco com Javier Weber, medalhista olímpico e técnico com passagem pelo comando da seleção argentina, Luan mostrou sua faceta bem-humorada. "Acabo sempre falando que ele é algum tio distante", brinca o jogador, antes de esclarecer que a semelhança dos sobrenomes é apenas uma coincidência. Mas não há como negar: o sonho dele é se tornar o segundo Weber conhecido mundialmente graças ao vôlei. "Sonhava em jogar contra grandes atletas e hoje tenho esse privilégio. Amo o que eu faço e almejo um dia jogar pela seleção, ao lado desses jogadores para poder mostrar meu trabalho", comentou.
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O próximo desafio de Luan e do Montes Claros é no sábado (17), contra o lanterna Caramuru Vôlei/Castro, às 20 horas (horário de Brasília) em Castro (PR). Vice-campeão da Superliga em 2009/2010, o time é o atual quinto colocado na tabela de classificação.
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