Rivalidade que começou na segunda divisão culmina em briga na Superliga
Sem a força financeira dos rivais, o São Bernardo Vôlei e o estreante Caramuru Vôlei/Castro jogam a Superliga masculina de vôlei com o objetivo de se manter na competição na próxima temporada. Avançar para os playoffs é um daqueles sonhos difíceis de serem realizados: nas quatro primeiras partidas, ambas as equipes acumularam quatro derrotas na competição. Diante disto, o confronto entre os dois lados na última quarta-feira (23) poderia ter sido tranquilo, mas não foi nada disso o que aconteceu.
A vitória da equipe paulista por 3 a 2 em Castro (PR) se deu com um clima extremamente tenso – a rivalidade entre as partes vem desde a última Superliga B, espécie de segunda divisão do vôlei nacional, quando já houve vários estranhamentos na partida da fase de grupos em que Castro venceu por 3 a 1.
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A tensão que marcou o jogo desta semana é o único ponto em que os dois times, procurados pelo Saída de Rede, concordam. Os dois técnicos, Douglas Chiarotti e Fábio Sampaio, inclusive chegaram a ser punidos: enquanto o primeiro, comandante de São Bernardo, chegou a tomar cartão vermelho, o segundo recebeu o amarelo.
As versões variam sobre o que aconteceu antes e depois da partida. São Bernardo, por exemplo, alega que os problemas começaram no dia anterior, quando foram treinar no ginásio Padre José Pagnacco. "O vestiário estava sujo", afirmou Douglas, em conversa com o SdR. Caramuru, por sua vez, nega a acusação e, através de nota oficial, diz que os procedimentos extra quadra foram "exatamente os mesmos realizados até aqui, tanto nas partidas contra o Taubaté quanto no jogo com o Sada Cruzeiro" – para provar esse ponto de vista, o clube chegou a enviar e-mails em que os supervisores dessas equipes, Ricardo Navajas e Luiz Carlos Salles, garantem terem sido bem recebidos.
Os xingamentos entre os técnicos não pararam nem mesmo quando Douglas, ouro em Barcelona 1992 com a seleção brasileira, recebeu de Castro uma placa em reconhecimento ao seu trabalho no voleibol. A entrega, inclusive, não foi feita por ninguém diretamente ligado ao clube paranaense, mas sim por uma uma garota que trabalhou como boleira da partida.
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Douglas diz que, inflamada pelos acontecimentos do jogo, a torcida de Castro começou a agredir verbalmente a equipe de São Bernardo. Enquanto atendia uma fã isolada, foi avisado de que uma nova confusão estava ocorrendo no vestiário, desta vez envolvendo os seguranças locais e seus jogadores. Segundo os donos da casa, "o time de São Bernardo exaltou-se nas comemorações, chutando lixeiras e fazendo algazarra, pelo que a equipe de segurança, educadamente, os repreendeu. Neste momento, membros da comissão técnica paulista partiram para cima dos agentes, que, igualmente, não reagiram".
Os paulistas negam a depredação e afirma que seus jogadores estavam apenas comemorando a vitória quando "seguranças do Caramuru Vôlei entraram no vestiário dando esporro em todo mundo pelo barulho e nosso assistente, Orlando, o colocou para fora do local, iniciando assim o bate-boca fora do vestiário. Neste tempo, com os ânimos exaltados, o técnico Douglas Chiarotti foi chamado e colocou todo mundo de volta para o vestiário, pedindo – com educação aos seguranças – que não colocassem as mãos nele". São Bernardo diz ainda que, neste momento, Fábio Sampaio teria aparecido e xingado todos.
Os dois lados negam que a briga tenha culminado em agressões físicas, mas para evitar maiores confusões os visitantes foram escoltados pela polícia até o ônibus que os levou de volta ao hotel. Durante toda a quinta-feira (24), a troca de acusações prosseguiu, desta vez através de notas oficiais.
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Punições e CBV
Pelo regulamento da Superliga, Castro pode inicialmente ser punido com advertências ou até multas (em caso de reincidência) se provadas as más condições do ginásio. A sanção, porém, pode ser maior e afetar também São Bernardo dependendo do que foi relatado pelo delegado do jogo na súmula oficial da partida.
Procurada pelo Saída de Rede, a CBV, organizadora da Superliga, diz que espera mais informações sobre o caso:
"A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) aguarda a chegada do relatório do delegado da partida entre Caramuru Vôlei / Castro e São Bernardo Vôlei, realizada no dia 23 deste mês, e outros documentos a respeito, se houver, para análise. Se pertinente, o caso será encaminhado para apreciação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Voleibol".
E a volta?
Independente da punição que os fatos lamentáveis em Castro culminem, é fato que o jogo de volta entre as equipes, em 8 de fevereiro no ginásio Adib Moises Dib, terá potencial ainda mais explosivo. Mas Chiarotti garante que São Bernardo não dará motivos para reclamações por parte dos rivais. "Nunca tivemos problema nenhum na Superliga e, assim como faço com todos os times, vou me colocar à disposição deles, para ajudar com tudo o que precisarem", afirmou.
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