Fenômeno do vôlei, León lamenta política que enfraquece o esporte cubano
Betim (MG) – O atacante Wilfredo León tem apenas 23 anos, mas pode se considerar um veterano. Afinal, já faz oito temporadas desde que assombrou o mundo do vôlei ao estrear pela seleção cubana, à época ainda um time respeitável. Neste período, ganhou uma prata em Campeonato Mundial, um bronze na Liga Mundial e dois títulos no Europeu de clubes, além de uma série de premiações individuais.
Desta brilhante carreira, ele lamenta somente o fato de os dirigentes de sua terra natal insistirem na política de que nenhum atleta pode defender a seleção do país se aceitar uma proposta de um clube do exterior. León, por exemplo, não atua por Cuba desde a Liga Mundial 2012, quando sucumbiu ao assédio internacional e acertou com o Zenit Kazan, da Rússia, clube que defende desde 2014, após cumprir a "quarentena" estipulada pelo governo cubano. Naturalizado polonês, o fenômeno agora inicia uma nova fase de sua carreira, assim como os compatriotas Yoandry Leal (naturalizado brasileiro) e Osmany Juantorena (italiano).
Mundial: o Sada vai conseguir manter o voleibol brasileiro no topo?
Por amor ao vôlei, Érika aceita desafio em projeto de Zé Roberto
Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, León deixou transparecer uma mágoa ao ser instigado a dizer em que nível chegaria essa hipotética seleção cubana de tantos grandes atacantes surgidos ao longo dos últimos anos.
"Todo mundo pode imaginar como seria, mas a verdade é que isso não vai acontecer porque em Cuba mesmo não querem uma coisa assim. É muito difícil pensar nisso, pois não vamos mudar a cabeça dos outros", comentou o atleta, que esperava ter sido liberado para defender seu novo país já na Olimpíada do Rio de Janeiro. "Foi chocante, pois estive todo o tempo esperando a autorização da Federação Cubana e da Federação Internacional, mas não me davam nenhuma resposta. Enquanto isso, eu fiquei esperando", contou.
Agora o momento é de pensar no futuro. E León acredita que pode se tornar um jogador ainda melhor. "Sempre se pode aprender um pouco mais a cada dia. Além disso, a cada ano o vôlei se enriquece e a mentalidade da pessoa deve acompanhar. A cada passo que dou, acho que posso aprender um pouquinho mais", destacou.
Curta o Saída de Rede no Facebook!
O atacante, inclusive, vê a seleção brasileira como exemplo a ser seguido. "É um time que está muito bem há alguns anos, pois conta com um bom técnico, preparadores físicos e estatísticos. É preciso seguir o planejamento deles para conseguir ficar tanto tempo no topo", comentou.
Vida na Rússia
No Brasil para a disputa do Mundial de clubes masculino, León está otimista com as chances de o Zenit Kazan conquistar o título pela primeira vez – no ano passado, o time russo chegou perto, mas perdeu a final para os mineiros do Sada Cruzeiro por 3-1. O cubano marcou 19 pontos.
"Nossas chances são enormes, pois nos preparamos para estar aqui", avaliou o atleta, que se diz adaptado à Rússia. "No começo é um pouco difícil. Dá trabalho entender as pessoas, muita gente lá não fala inglês, mas pouco a pouco você vai se ajeitando. Quanto ao clima, o inverno é sempre um pouco mais duro para mim, mas atualmente não tenho muitos problemas com isso", afirmou.
A repórter Carolina Canossa viajou a Betim para a cobertura do Mundial de clubes a convite de Federação Internacional de Vôlei (FIVB)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.