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Mundial de Clubes começa na terça e dura missão do Rexona-Sesc também

João Batista Junior

17/10/2016 06h00

Rexona-Sesc sonha com semifinal no Mundial de Clubes (foto: Célio Messias/Inovafoto/CBV)

Rexona-Sesc sonha com semifinal no Mundial de Clubes (fotos: Célio Messias/Inovafoto/CBV)

A bola sobe para o Campeonato Mundial feminino de Clubes na madrugada desta terça-feira, em Manila, nas Filipinas. O SporTV deve transmitir ao vivo na primeira fase os três jogos do Rexona-Sesc – pelo menos, é o que consta na grade de programação do canal.

O torneio tem oito participantes, sendo quatro da Europa, três da Ásia e um da América do Sul, divididos em dois grupos. Os dois primeiros colocados de cada chave passam às semifinais, que serão disputadas no sábado. A decisão será no domingo.

Anne Bujis foi o grande reforço do Rexona para a temporada

Anne Bujis foi o grande reforço do Rexona para a temporada

Rexona-Sesc
Antes mesmo do primeiro apito do árbitro em Manila, o Rexona-Sesc – representante do Brasil e da América do Sul – sabe que a tarefa de chegar às semifinais é das mais complicadas. O próprio técnico Bernardinho admite que a conquista do título foge de suas previsões e que, para ir além da fase de grupos, adotará uma "tática suicida", como ele mesmo definiu.

O time carioca manteve grande parte do elenco da temporada passada, o que significa que o entrosamento é um aspecto positivo para as brasileiras. Das titulares na reta final da Superliga 2015/16, apenas a ponteira Natália, que se transferiu para o Fenerbahçe (Turquia) não está mais no time, e para seu lugar veio a holandesa Anne Bujis. A equipe conta com a central Juciely e a ponteira Gabi, que jogaram na Rio 2016, com a líbero bicampeã olímpica Fabi, com a levantadora Roberta, que esteve prestes a integrar o time olímpico do Brasil, com a oposta Monique, que chegou a ser convocada para a seleção este ano e pediu dispensa ainda antes do Grand Prix.

Não que o Rexona seja um time fraco – o título da Supercopa, diante do Dentil/Praia Clube, mostra que a equipe tem tudo para lutar por mais um troféu da Superliga. Mas a cautela do treinador tem motivo: suas atletas terão pela frente adversários gabaritados, com plantéis que bem poderiam fazer frente a seleções do primeiro escalão do voleibol mundial.

Duro caminho das brasileiras
A equipe carioca está no grupo A e estreia na manhã da terça-feira, às 9h30, pelo horário de Brasília, contra o time pretensamente mais fraco de todo o torneio, o PSL – F2 Logisitcs Manila – que, na verdade, nem é um clube.

O representante das Filipinas é uma espécie time das estrelas do campeonato local turbinado por algumas jogadoras estrangeiras. Na pré-lista da FIVB estão, por exemplo, a central porto-riquenha Lynda Morales, que atuou nos Jogos Olímpicos, e a também meio de rede Ekaterina Krivets, da Rússia, que jogou no Dínamo Krasnodar na temporada passada. Mesmo com os reforços e com o fator casa, é um adversário com quem o Rexona-Sesc nem pode pensar em ter problemas.

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Na quarta-feira, também às 9h30 da manhã, as brasileiras encontrarão do outro lado da rede o Pomì Casalmaggiore, da Itália, campeão europeu. Essa, sim, parece ser a partida mais importante para as comandadas de Bernardinho na primeira fase.

A equipe de Casalmaggiore tem na oposta croata Samanta Faris sua principal atacante. Com nomes como as norte-americanas Carli Lloyd (levantadora) e Lauren Gibbemeyer (meio de rede), a central sérvia Jovana Stevanovic e as ponteiras italianas Anastasia Guerra e Lucia Bosetti, o time tem tudo para almejar o pódio.

Contudo, vindas de uma suada vitória por 3 a 2 na semana passada sobre o Club Italia – equipe que alberga jogadoras das categorias de base da seleção italiana e que tem em Paola Egonu sua maior estrela –, fica a impressão de que, mesmo favoritas diante das brasileiras, as italianas ainda não estão no melhor da forma neste início de temporada e podem sucumbir. O porém nesse caso é que o Rexona-Sesc também está em começo de trabalho e, em que pese haver levantado o troféu da Supercopa, foi derrotado na final do Carioca pelo Fluminense há três semanas.

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Thaisa chegou ao Eczacibasi depois das Olimpíadas (FIVB)

Thaisa chegou ao Eczacibasi depois das Olimpíadas (FIVB)

O terceiro rival do time brasileiro no torneio – quinta-feira, às 3h – será um dos favoritos ao título. Campeão mundial em 2015, o Eczacibasi VitrA, da Turquia, montou o que talvez seja a melhor equipe feminina do voleibol mundial.

Com as sérvias Maja Ognjenovic (levantadora) e Tijana Boskovic (oposta), as norte-americanas Jordan Larson (ponteira) e Rachael Adams (central), a ponteira russa Tatiana Kosheleva e a meio de rede brasileira Thaisa, o time chega a Manila com inegável status de favorito. Não é exagero dizer que, a princípio, os maiores rivais da equipe são o desentrosamento, já que muitas das jogadoras foram contratadas recentemente, e o VakifBank, que está na outra chave.

Europa vs. Ásia
Se avançar às semifinais, é provável que o Rexona-Sesc tenha um rival europeu pela frente. No grupo B, VakifBank (Turquia) e Volero Zürich (Suíça) são, em teoria, favoritos contra Hisamitsu Springs Kobe (Japão) e Bangkok Glass (Tailândia).

Anfitrião no Mundial de Clubes de 2017, o time de Kobe tem na pré-lista jogadoras como a oposta Nagaoka e a ponteira Yuki Ishii, que estiveram com a seleção japonesa no Rio, e Shinnabe, bronze pelo Japão em Londres 2012. Já a equipe tailandesa, que tem as experientes Pleumjit Thinkaow (meio de rede) e Wilavan Apinyapong (ponteira), tem apenas duas estrangeiras: a oposta norte-americana Ashley Frazier e a central vietnamita Thi Ngoc Hoa Ngunyen. É difícil pensar que alguma dessas equipes faça mais do que opor resistência às europeias da chave.

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Com duas brasileiras no elenco – a levantadora Fabíola, que, por conta da gravidez, pouco jogou na temporada passada, e a ponteira Mari Paraíba, contratada recentemente –, o Volero Zürich tem um conjunto dos mais entrosados.

As sérvias Silvija Popovic (líbero) e Bojana Zivkovic (levantadora), a ponta búlgara Dobrina Rabadzhieva, a atacante azeri Nataliya Mammadova e oposta ucraniana Olesia Rykhliuk são remanescentes de outras temporadas. A central norte-americana Foluke Akinradewo chegou a Zurique na temporada passada e a atacante cubana Kenia Carcaces, com passagem pelo Vôlei Nestlé, voltou este ano. Trata-se, sem dúvida, de uma equipe que sonha com o pódio e, quem sabe, com o título.

Vice-campeão europeu, o VakifBank é forte candidato ao título mundial (CEV)

Vice-campeão europeu, o VakifBank é forte candidato ao título mundial (CEV)

Já o VakifBank, vice-campeão europeu, com certeza pensa no troféu da competição. Ex-clube da oposta Sheilla e de Anne Bujis, o time manteve boa parte do elenco campeão turco. Permaneceram na equipe a oposta holandesa Lonneke Slöetjes, uma das principais jogadoras das últimas olimpíadas, as turcas Naz Aydemir (levantadora), Gözde Kirdar (ponteira) e Kubra Akman (central), a ponta norte-americana Kimberly Hill, melhor jogadora do Mundial de seleções de 2014, e a meio de rede sérvia Milena Rasic. Ainda por cima, foi contratada a melhor jogadora da Rio 2016, a ponteira campeã olímpica Ting Zhu.

Pensando no Volero ou no VakifBank, o Rexona-Sesc não deve esperar, numa hipotética semifinal, uma missão mais fácil do que a tarefa de passar de fase: as quatro representantes do continente europeu estão num nível acima. Pelo menos, no papel.

Para ver a tabela completa do Mundial feminino de Clubes, clique aqui.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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