Três erros e três acertos da próxima edição da Superliga
Falta pouco: em 26 de outubro, a bola já estará no ar em uma partida da Superliga masculina, o principal campeonato de vôlei do Brasil. No dia seguinte, é a vez das primeiras mulheres pisarem em quadra em busca do mais importante título entre clubes brasileiros.
Apesar de trazer modificações importantes, a primeira edição da Superliga após a Olimpíada no Rio de Janeiro ainda sofrerá com problemas que há muito assolam a modalidade no Brasil. Começamos com os acertos:
Mais jogos na TV aberta
Até o ano passado, quem não tinha o privilégio de contar com TV a cabo em casa (entenda-se aí boa parte da população brasileira) ficava com acesso limitadíssimo aos jogos da competição, exclusiva do SporTV. Em 2015/2016, no entanto, o panorama começou a mudar com a parceria entre a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e a RedeTV! para transmissão nas tardes de sábado. Deu tão certo que o acordo se estendeu e agora os fãs também poderão acompanhar partidas pela emissora também às quintas às 21h45. Baita horário nobre para o vôlei brasileiro!
Fim dos tempos técnicos
Testada com sucesso durante a Olimpíada, a extinção da pausa obrigatória no oitavo e no 16º ponto foi adotada também pela Superliga. Pessoalmente, vejo a notícia com bons olhos, já que essas pausas, somadas aos pedidos de tempo que cada técnico tem direito, travavam demais a partida. Quanto mais tempo de disputas, melhor.
Estrangeiros
Em plena crise econômica, surpreende a quantidade de ótimos jogadores estrangeiros que estarão por aqui na temporada que se inicia: 15 (11 no feminino e quatro no masculino). É verdade que já tivemos anos melhores neste aspecto, mas não dá pra ignorar a relevância de ver jogando por aqui nomes como os cubanos Leal, Simón e Daymi Ramirez, as dominicanas Brenda Castillo e Prisilla Rivera, a holandesa Anne Buijs e a sérvia Tijana Malesevic, entre outros.
Mas é claro que ainda há muita coisa para ser melhorada. Entre elas estão:
Confusão no número de jogos do mata-mata
Atendendo a pedidos dos clubes, teremos mais partidas nos playoffs da próxima Superliga. A notícia seria boa, não fosse uma enorme confusão feita na tabela do torneio feminino, que contará com séries melhor de três nas quartas de final, melhor de cinco na semi e final em jogo único (!!!). Já o masculino terá todas as fases do mata-mata em séries de cinco confrontos, exceto a decisão, que segue em apenas uma partida
Ranking ultralimitador
A polêmica do ranking de jogadores que limita a contratação dos times já é quase parte do DNA do voleibol brasileiro. Desta vez, o maior prejudicado foi o Sada Cruzeiro, obrigado a se desfazer de Wallace e Éder para não contrariar as regras. Sempre que questionada sobre o assunto, a CBV deixa claro que o ranking poderia deixar de existir ou ao menos ser flexibilizado em votação feita entre os próprios clubes, o que é verdade. O problema é que qualquer mudança nesse sentido precisa de aprovação unânime e é aí que as coisas nunca saem do papel. Já passou da hora de as alterações não necessitarem de 100% de consenso…
Jogos televisionados ao mesmo tempo
Como dissemos acima, é muito legal ter jogos da Superliga tanto na TV aberta quanto na fechada. Completamente desnecessário, porém, é o fato de tanto a RedeTV! quanto a SporTv passem jogos diferentes ao mesmo tempo. Isso vai acontecer no dia 27 de outubro à noite (Bauru x Minas na aberta e Maringá x Sesi no cabo) e em 3 de novembro (Rexona x Valinhos no aberto e Sesi x Canoas no fechado), só para citar dois exemplos. Já não há concorrência demais para o vôlei precisar competir consigo mesmo?
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